Devo começar por dizer que esta edição do festival de Paredes de Coura foi o meu baptismo festivaleiro e concerteza não será a minha última presença num evento deste tipo (especialmente em Paredes de Coura).
Os dias foram bem aproveitados e curti durante quase todos os concertos, desde o "Dia -1" que incluía as festas da aldeia, passando pelo "Dia 0" de recepção ao campista (que albergou um dos concertos que mais gostei) até ao final do derradeiro "Dia 3".
Tinha aqui muito que escrever se fosse a analisar tudo tim-tim por tim-tim, mas como já lá vai "algum tempo" com muitas outras coisas pelo meio talvez não fosse muito preciso na análise e depois temos mais uma vez o factor preguiça. Assim sendo vou só fazer alguns comentários rápidos aos concertos que gostei e aos que não gostei.
Concertos que ADOREI:
Dia 0
DeVotchKa - Logo na noite da recepção, este nome quase desconhecido do público em geral surpreendeu-me. Estava curioso de os ver porque tinha visto o filme Little Miss Sunshine e tinha gostado da banda sonora, mas não sabia bem até que ponto aquele tipo de música se enquadrava ali. Os DeVotchKa não me desiludiram NADA, muito pelo contrário. Deram aquele que foi, na minha opinião, um dos melhores concertos do festival. Foram fantásticos!!
Dia 1
Gogol Bordello - Estava com as expectativas no auge, mas ainda assim eles não desiludem. São verdadeiros animais de palco. Um espectáculo com "E" grande do início ao fim. Nada mais tenho a acrescentar a não ser que talvez tenha sido o melhor concerto do festival!!
Dia 3
Linda Martini - Os portugueses Linda Martini a abrir o palco principal no último dia de festival estiveram mais que à altura do cargo. Deram um excelente concerto. Ficaram a faltar a "Estuque" e a "Cronófago".
Sunshine Underground - Das bandas mais comerciais do cartaz, já estava um bocado farto de os ouvir pela altura do festival mas a música deles é bem dançável e portanto criou um ambiente de festa no público e foi um bom concerto. Só a "Put You In Your Place" era suficiente para os por à frente de outros concertos.
... e claro, não me posso esquecer de:
Sonic Youth - Grande concerto apesar de ter faltado a "Teen Age Riot" e a "Silver Rocket" (o que me provocou um espécie de transe de choque). Não há muito a dizer acerca destes senhores, eles tocam pra c*ralho!!!!!
Concertos que gostei:
Dia 0
Sizo - Portugueses quase desconhecidos mas cheios de energia e que deram um bom arranque a esta edição do festival.
Dia 1
New Young Pony Club - Não fazem muito o meu género mas estava a achar o concerto agradável. E agradou-me a teclista mais o seu jeitinho de perna!!
Babyshambles - Este está ali mesmo no limiar entre os concertos que gostei e os que adorei. Seja lá porque tenha sido gostei deste concerto (talvez pela fita da guitarra que teimava em não se prender nem com fita cola).
Dia 2
Spoon - Agradável, como já esperava que fosse!! Não tocaram a "The Underdog"...
Architecture in Helsinki - Mais uma vez um concerto que estava curioso de ver e que não me desiludiu. Apesar de alguns problemas de som foi um bom concerto, cheio de dinamismo devido às constantes trocas de instrumentos entre os vários elementos da banda. Gostei, faltou-lhe um bocadinho para chegar aos concertos que adorei... talvez tenha sido da ausência da "The Owls Go"...
Mão Morta - Um concerto que fui ver sem expectativas porque não conhecia praticamente nada do repertório deste nome gigante da música portuguesa. Surpreenderam-me, e apesar de o concerto ter sido monótono em partes, teve outros grandes momentos que compensaram.
Dinosaur Jr. - Mais um que está ali no limiar entre o gostar e o adorar... faltou-lhe qualquer coisa... quase não ouvia voz, mas que eles tocam muito lá isso tocam. O concerto foi bom, tocaram quase logo a "Just Like Heaven" o que me deixou satisfeito. Mas faltou-lhe qualquer coisa... talvez interacção com o público... não sei.
Concertos que me caíram em indiferença:
Dia 1
Blasted Mechanism - Não era concerto que tivesse com grandes expectativas, eles dão show em palco, é certo. Mas prontos... foi mais um concerto, não me marcou particularmente. Foi giro.
Dia 2
New York Dolls - Este também está no limiar, mas desta vez é entre o não gostei e a indiferença... Estavam um bocado desenquadrados. Não gostei lá muito.
Dia 3
Electrelane - Vi de longe, sentadinho. Foi giro, mas não passou disso...
Peter, Bjorn & John - Só vi a parte final e foi ao longe portanto não posso dizer grande coisa acerca deste concerto.
Concertos que NÃO gostei:
Dia 1
Sparta - Não ia muito à bola com o estilo das músicas deles e não gostei do concerto. Talvez também por causa dos problemas de som... Teve um bom momento: a mensagem na guitarra.
M.I.A. - Sem grandes comentários... Teve boa comunicação com o público, mas só isso e uma carinha laroca e corpinho jeitoso não chegam. "Música" asquerosa. Mandava a menina para o SW.
Dia 3
CSS - Um dos concertos que era para muitos dos mais esperados. Não gosto das músicas e não gostei do concerto. Notava-se um certo cansaço já que vieram do Japão... Outras que mandava para o SW. Teve um bom momento, o hélio.
No palco Ibero-Sounds não assisti a nenhum concerto das bandas espanholas, mas acabei por ouvir partes ao longe e pareceu-me que tinham boas sonoridades. Vi o final de Slimmy, que me agradou, falhei os Mundo Cão (mas já os tinha visto, daí também a descontracção) e revi os Born a Lion (apesar de ter gostado mais da primeira vez, porque desta vez eles estavam perfeitamente sóbrios).
Quanto a after-hours, não sou propriamente a pessoa ideal para falar deles... não faz o meu género e em grande parte não gostei, até porque a essa hora praticamente não sentia os meus dois membros inferiores, ou quando sentia alguma coisa, era dor. Achei graça aos Crystal Castles, mas foi curto o concerto.
Grande desilusão:
Mando Diao cancelados - Só era uma das bandas que mais queria ver e que foram logo cancelados... foi pena...
Para além desta desilusão poucos são os pontos negativos que tenho a assinalar... talvez cerveja cara, rampa enorme, falta de opção de bebidas dentro do recinto... pouco mais me consigo lembrar.
No final fica um balanço extremamente positivo e uma sensação de nostalgia e vontade que a edição do próximo ano chegue o mais depressa possível.
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