Thursday, December 31, 2009

Vemo-nos "do outro lado": até 2010!

UM BOM ANO NOVO PARA TODOS!!!!
The Doors - Break on through (to the other side)

13bly

Wednesday, December 30, 2009

(X por Y)^13 + (X por Y)^14

As simples covers estão a cair fora de moda. Isto foi só uma forma chocante de dar início ao post, na verdade acho que as covers ainda andam aí para as curvas e os álbuns/compilações de tributo em que uma carrada de músicos diferentes são convidados a interpretar à sua maneira uma música de um outro artista são cada vez mais comuns(cliquem aqui para uma extensa lista de álbuns de tributo).
Portugal não é excepção e , actualmente, assiste-se ao autêntico fenómeno de popularidade que é Amália, Hoje e não será preciso recuar muitos anos para recordar os Humanos. Dois 'super-grupos' de sucesso formados para interpretar temas de artistas consagrados.

Começa, no entanto, a surgir no panorama musical global uma nova tendência: um único músico/banda recriar um álbum na íntegra. Se a 'moda' veio para ficar não sei, mas que tem produzido alguns resultados interessantes, lá isso tem.

X=Velvet Underground & Nico ; Y= Beck


X=The Dark Side of the Moon ; Y= The Flaming Lips

Não sei se Beck terá sido o percursor desta nova mania, mas foi certamente o primeiro de que tive conhecimento. Os segundos foram os Flaming Lips. Curiosamente aprecio muito o trabalho de ambos e sou também grande fã das duas bandas que estes decidiram homenagear (os Velvet Underground e os Pink Floyd). Quando se gosta de todas as partes envolvidas dificilmente o resultado pode ser mau.

É natural gostar-se mais do original, aliás penso que ninguém teria as ilusões que estas versões superassem as originais. É natural também a sensação de estranheza ao ouvir músicas que estamos tão habituados a ouvir ser reinterpretadas desta forma, no entanto não se pode dizer que, tanto o 'novo álbum da banana' com o novo 'dark side of the moon' são fracos.
É preciso ter em conta que estes dois álbuns são obras musicais lendárias que reúnem um consenso quase universal e que, na minha opinião, estas versões não passam de interessantes 'exercícios' por parte dos artistas que as recriam.

Tanto Beck como os Flaming Lips já tinham mostrado por diversas vezes o seu gostinho por reportório alheio, mas de certeza desta vez a lição teve de ser melhor estudada. Estou curioso por ver até que ponto estas 'brincadeiras' podem influenciar os seus futuros trabalhos originais.

13bly

Tuesday, December 29, 2009

Audiovisual III

audiovisual

adj. 2 gén.,
relativo simultaneamente à audição e à visão;
que associa som e imagem no processo de comunicação;
WE HAVE DECIDED NOT TO DIE
(mais experiências audiovisuais em breve)
13bly

Monday, December 28, 2009

O mundo fantasma

Se não consegues estabelecer uma ligação com 99% da humanidade parece que vives num 'mundo fantasma'. Um mundo que parece uma concha vazia cheia de sombras com as quais não te identificas, um lugar no qual te sentes alienado. Não entendes as pessoas, e tudo parece estar errado e ninguém repara nisso excepto tu.

Ghost World (1993) é o nome de uma aclamada banda desenhada da autoria de Daniel Clowes. que aborda precisamente esta temática ao narrar a vida mundana de duas raparigas inconformadas (uma mais que a outra).
Enid
e Rebecca são as melhores amigas, acabaram de sair do liceu e ainda não sabem o que vão fazer de futuro. São rebeldes e recusam-se a seguir as massas tentando desatacar-se do resto do 'rebanho' (mais Enid que Rebecca).

Ghost World (2001) é também o nome de um filme adaptado da banda desenhada homónima. Apesar de a história não ser exactamente a mesma (até porque o original não tinha uma história muito bem definida), o filme capta na perfeição o espírito 'da coisa', ou não tivesse o argumento sido escrito pelo próprio Daniel Clowes.
O filme conta com uma brilhante participação de Thora Birch no papel de Enid, uma prestação algo insossa de Scarlett Johansson (ainda antes do estrelato) enquanto Rebecca e (mais um) excelente desempenho de Steven Buscemi como Seymour.

O filme não foi um grande sucesso comercial, mas foi aclamado pelas críticas, reuniu algumas nomeações e prémios em festivais 'menores' e tem constado frequentemente de inúmeras listas de melhores adaptações.

Com a sua atitude rebelde, as respostas na ponta da língua, as influências musicais, a 'frustração' sexual, a alienação com quase todo o mundo não é difícil comparar Enid a Juno. Aliás, dificilmente me farão acreditar que Ghost World não tenha inspirado sucessos comerciais como Juno e o sem número de filmes pseudo-indies-alternativos que lhe seguiram as pisadas.

13bly

Saturday, December 26, 2009

Thursday, December 24, 2009

A todos um Natal (pelo menos) melhor que este

(a música é um bocadinhozinho aparolada, mas estejam atentos à letra)



*
F
E L I Z * N A T A L *

13bly

Tuesday, December 22, 2009

Chacun son cinéma

Ce petit coup au coeur quand la lumière s'éteint et que le film commence

Em 2007 o festival de Cannes fez 60 anos. Como forma de celebrar essa data em particular e homenagear o cinema em geral, uma série de realizadores aclamados dos quatro cantos do mundo foram desafiados a fazer uma metragem de três minutos sobre o que sentem numa sala de cinema. Ao todo são 34 filmes em cerca de duas horas de filme, numa espécie de "FastForward para gente grande".

A lista de nomes é impressionante. Saltam à vista nomes como Cronenberg, Roman Polanski, David Lynch ou o 'nosso' Manoel de Oliveira, mas não nos podemos esquecer de Wong Kar Wai, Lars Von Trier, Gus Van Sant, os irmãos Coen (apesar de não aparecerem na lista), Iñarritu, Takeshi Kitano... enfim, uma lista (quase) interminável de nomes sonantes.

Como seria de esperar dum conjunto tão variado de realizadores (e também do tema algo pessoal) os resultados produzidos são também muito díspares. Algumas das curtas são excelentes, outras interessantes ora pelo conceito ora pela forma como foram feitas, mas no meio das coisas boas também houve alguns filmes com os quais não simpatizei.

Dos 34 filmes destaco seis porque, ora por conseguirem ser engraçados no curto espaço de tempo, ora por terem mexido comigo, ora porque estavam de facto muito bem conseguidos, foram os que mais me marcaram.
Mais que uma excelente homenagem à bela arte que é o cinema, Chacun son cinéma é também uma oportunidade de ver os realizadores a que estamos 'habituados' num contexto diferente e, eu pessoalmente, acho isso interessantíssimo. É também uma boa forma de comparar estilos e de nos apercebermos das infinitas formas de se fazer cinema uma vez que cada realizador tem a sua abordagem.

Pode tornar-se um pouco maçador ver as duas horas de assentada, mas uma vez que, no fundo são 34 filmes diferentes pode-se parar a qualquer altura para depois retomar no mesmo ponto.

Chacun son cinéma é a homenagem que o cinema merece, feito por alguns dos que fizeram 'dele' o que é hoje. Venham mais assim!

13bly

P.S. - Este foi o post #300.

Monday, December 21, 2009

(X por Y)^12

X=The Shining ; Y= Comédia Romântica

13bly

Sunday, December 20, 2009

Maravilha ou nem por isso?

Na altura estava céptico, mas ao ver o novo trailer.... bem, apesar de alguns dos pontos sobre os quais estava dividido terem desaparecido, não posso dizer que o cepticismo tenha desaparecido com eles.

Correndo o risco de passar por um 'eterno insatisfeito':
  • Se, por um lado, fiquei contente ao ver que não este seria um simples remake da história original mas antes uma nova história passada no mesmo universo, por outro não posso dizer que tenha ficado muito entusiasmado com a faceta 'Senhor dos Anéis' do filme. Exércitos em batalha e música épica? Não era de todo o que esperava...
  • Se por um lado fiquei aliviado pelo filme parecer mais sombrio do que inicialmente acreditei que fosse, por outro, o trailer deixa antever que o mundo apenas está assim, não por um 'reenvisionamento' do universo por parte de Tim Burton, mas porque está em guerra (sendo que esta mecânica começa a ser repetitiva)...
Resta apenas dizer que o aspecto e caracterização dos personagens ainda não me convenceu e que não sei até que ponto Johnny Depp terá sido a escolha certa para o papel que desempenha.

Talvez Tim Burton tenha perdido 'o toque' e esteja a viver no mito do passado, talvez seja eu que tenho expectativas irrealistas face ao seu trabalho ou talvez seja a nostalgia a fazer das suas, mas a verdade é que o tenho sentido em fase claramente descendente nos últimos anos e este Alice in Wonderland ainda não me convenceu.

13bly

P.S. - Resisti à tentação de falar no culto de pitas histéricas que aclama tudo o que tem o nome "Tim Burton". Oh shi...!

Saturday, December 19, 2009

Pirataria - em luta (pelo menos) desde 1981

Muito se fala hoje na pirataria, nos direitos de autor, nos lucros das editoras e na "queda" da indústria discográfica mas isso não é assunto novo. Muitos artistas se têm insurgido contra o monopólio.
Recorde-se o caso Radiohead que há um par de anos tanto deu que falar. Recorde-se também a compilação musical Dark Night of the Soul que incluía nomes como Pixies, Iggy Pop, The Flaming Lips ou David Lynch e que, por problemas legais com a EMI, foi editada como um CD virgem com uma nota a 'incentivar' o download ilegal.
Courtney Love que, para além de viúva de Kurt Cobain, foi vocalista dos Hole também tem uma palavrinha sobre o assunto. Não costumo ligar muito ao que sai da boca desta mulher mas desta vez vejo-me obrigado a reconhecer-lhe alguma razão.
"Today I want to talk about piracy and music.
What is piracy?
Piracy is the act of stealing an artist's work without any intention of paying for it.

I'm not talking about Napster-type software.
I'm talking about major label recording contracts."
- Courtney Love
Não são certamente casos únicos (o que não falta por aí são artistas a oferecer os seus trabalhos gratuitamente pela internet), são alguns dos que têm alguma visibilidade e impacto na indústria.
Curiosamente, ao contrário do que muitos possam pensar, esta batalha não é nova, não nasceu com a internet (embora esta a tenha fortalecido) e não é exclusiva a formatos digitais.


In God We Trust, Inc. é um EP dos míticos Dead Kennedys e conta já 28 anos de existência. Enquanto que a sua edição em vinil dividia as 8 faixas pelos dois lados do disco, na edição de cassete a totalidade das músicas está no lado A, ficando o lado B propositadamente vazio.
A mensagem que passa é a de um claro protesto contra a indústria que, bem vistas as coisas, os sustém. Algo tem de estar errado!

Caso se interessem pelo assunto vejam o vídeo que partilhei neste post e que, na minha opinião sistematiza bem o 'problema' e as 'soluções' ou 'caminhos alternativos' a percorrer sem cair em extremismos (tanto pelo lado das editoras como pelo dos piratas) .

13bly

Friday, December 18, 2009

Thursday, December 17, 2009

Eu queria escrever sobre isto, juro que sim...

... mas sinto-me completamente incapaz!



[first lines]
[Sound of a phone ringing]

Here's what's going to happen. I'm gonna read this, and you're gonna listen, and you're gonna stay on the line. And you're not gonna interrupt, and you're not gonna speak for any reason. Some of this you know. I'm gonna start at the top of the page.

[pause]

Meticulous, yes. Methodical, educated; they were these things. Nothing extreme. Like anyone, they varied. There were days of mistakes and laziness and in-fighting, and there were days, good days, when by anyone's judgment they would have to be considered clever. No one would say that what they were doing was complicated. It wouldn't even be considered new, except for maybe in the geological sense. They took from their surroundings what was needed and made of it something more.
Primer (2004)
13bly

Tuesday, December 15, 2009

Lei de Murphy


A pr0b4Bil1Dad3 de 1 c0mput4doR av@Riar é d|re[Tam3ntE pr0porc1onaL à imPortânc1a d0 tr@ba|_h0 qu3 sE te|v| p@ra faZ3r E inv3rs@ment€ pr0porcIon@l a0 pR@z0 d4 3ntrEga.

13bly

Saturday, December 12, 2009

"Can you dig it? Can you DIG it?"

Actualmente, o mundo chegou a um ponto em que poucas são as coisas verdadeiramente inovadoras. Quando se chega a essa fase surge a nostalgia e o revivalismo. Essa tendência tem-se verificado nos vários campos da cultura, mas tem sido mais sentida no cinema. Nos últimos anos foram muitos os remakes (muitas vezes de qualidade dúbia), recuperaram-se géneros que se julgavam esquecidos e criou-se um novo sub-género - o de tributo.
Quando vi o trailer de Black Dynamite fiquei entusiasmado. Não que o trailer prometesse uma lufada de ar fresco. Não era esse o caso porque o tipo de "filme-homenagem" que Black Dynamite pretende ser, reunindo em si todos os clichés de um género, começa a ser também um cliché (Tarantino fê-lo com Kill Bill e Grindhouse para citar alguns dos meus favoritos). No entanto isto ainda não havia sido feito com os filmes de blaxploitation.

O termo 'blaxploitation' surge da fusão das palavras 'black' e 'exploitation' para designar um género cinematográfico dos anos 70 que tinha como público alvo a população negra norte-americana. Estes filmes eram carregados de estereótipos raciais de parte a parte e o estilo musical era composto por funk e soul. O maior estandarte deste género será talvez Shaft, a história de um detective vingativo carregado de estilo e que não olha a meios para atingir os seus fins.
É mais ou menos esse o mesmo pretexto de Black Dynamite, um ex-agente da CIA que vasculha as ruas em busca do assassino do seu irmão e pelo caminho desvenda uma tremenda conspiração. Perseguições, artes marciais, tiroteios, explosões gratuitas, sex-appeal e bocas foleiras (no bom sentido) são coisas que não faltam na cerca de hora e meia de filme.

Black Dynamite tem pormenores deliciosos nomeadamente a nível da banda sonora (que é tudo o que se poderia esperar de um filme deste tipo), da caracterização (o guarda-roupa e penteados são perfeitos) e dos pequenos (e grandes) erros propositados que aparecem no filme. Para além disso, enquanto que em Grindhouse, os riscos e defeitos na "película" foram adicionados digitalmente, Black Dynamite foi filmado numa antiga película Super 16 para lhe dar um aspecto ainda mais genuíno.
Apesar de todos estes pormenores, como homenagem, Black Dynamite desiludiu-me. Não quero ser mal interpretado e, portanto, digo desde já que este filme me fez rir como já há uns tempos nenhum fazia, mas se por um lado, Black Dynamite conseguiu reunir os clichés esperados de forma divertida, por outro perdeu-se com exageros acabando por, nalgumas situações, ridicularizar o género mais do que homenageá-lo (e isto não é fácil quando o género, já de si, se parece com uma paródia de si mesmo).

13bly

Friday, December 11, 2009

Thursday, December 10, 2009

Audiovisual II

Há tempos fiz este post.
(que por sinal complementava este, mas isso não para aqui chamado)
Aqui vai a continuação!
audiovisual

adj. 2 gén.,
relativo simultaneamente à audição e à visão;
que associa som e imagem no processo de comunicação;
(mais experiências audiovisuais em breve)
13bly

Wednesday, December 9, 2009

FlorCaveira: a nova música portuguesa?

Até há bem pouco tempo não acreditava na FlorCaveira como 'label a sério'. Mesmo depois de tantas vezes a ver ser apelidada de 'uma das melhores coisinhas que aconteceram à música portuguesa' não conseguia gostar do que ela produzia e o 'fenómeno' foi-me passando ao lado.

Os Pontos Negros, um dos estandartes desta editora, nunca me convenceram e, verdade seja dita, continuam sem convencer. B Fachada ou Samuel Úria, Tiago Guillul ou João Coração... para mim era tudo igual e não gostava de nenhum (bem... talvez tolerasse o João Coração melhor do que os outros, uma vez que não desgosto do "Muda que Muda").

Vejo-me no entanto obrigado a rever a minha opinião. Ora, se até este fim-de-semana me considerava céptico relativamente à alegada qualidade artística dos músicos da FlorCaveira, alguns dos mais recentes produtos desta editora viraram-me a cabeça.

O novo disco de B Fachada (homónimo) é, finalmente, a revolução que o seu antecessor ("Um Fim de Semana no Pónei Dourado") prometia ser. Não tinha achado o 'Pónei' particularmente interessante, mas com este novo álbum rendo-me a B Fachada, à sua métrica irregular e rima invulgar.
(Edit: chegou-me aos ouvidos que este novo disco do B Fachada é edição de autor, mas paciência, fica aqui na mesma visto que pertence à família FlorCaveira)

Nem Lhe Tocava, é o nome do mais recente trabalho de Samuel Úria e foi uma agradável surpresa quando o pus a tocar. Se os seus trabalhos anteriores me pareciam piscar o olho ao banal, este agarrou-me à segunda música ("Não arrastes o meu caixão") e daí para a frente foi uma descoberta deliciosa.

A maior surpresa de todas foi Diabo na Cruz. Este grupo reúne elementos de vários projectos da FlorCaveira e, juntos, alcançam um equilíbrio perfeito entre o rock e o folclore português.
Esta busca por um compromisso entre o folclore tradicional português e um estilo musical mais moderno torna a comparação com os Deolinda quase inevitável. Realço, no entanto que essa comparação acaba precisamente na aproximação à tradição musical portuguesa visto que os Diabo na Cruz são muito mais do que uma versão rock e masculina a tentar a sua sorte às carrachuchas do sucesso dos Deolinda.
Virou! é sem sombra de dúvidas um dos melhores discos portugueses do ano.

Não vou ao ponto de dizer que "os FlorCaveira" são a salvação da música portuguesa (até porque não acredito que ela seja necessária), mas que são uma lufada de ar fresco são.

13bly

Tuesday, December 8, 2009

Fazer de conta...

... que sou poeta!
... que sou o Tim Burton!
... que isto até me saiu bem!
... que sou criativo!
O retrato do menino invisível


13bly

Monday, December 7, 2009

06.12.09 / 07.12.09


2

You
Soft and only
You
Lost and lonely
You
Strange as angels
Dancing in the deepest oceans
Twisting in the water
You're just like a dream!

The Cure
- Just Like Heaven


13bly

Sunday, December 6, 2009

Uma noite de luxo com Patrick Watson

O Teatro Sá da Bandeira acolheu na passada 6ª feira à noite o Pop Deluxe. Um novo evento com um formato próximo de um mini-festival no qual actuaram, por esta ordem, The Invisible, Piano Magic e Patrick Watson.

Antes de passar à música propriamente dita deixo apenas uns pequenos apontamentos sobre o evento e a sua organização.

Confesso que a promotora "two for the road" me era estranha e, depois de comprar os bilhetes até ao dia do espectáculo, fui-me apercebendo o porquê de nunca ter ouvido falar neles. A verdade é que a promoção e divulgação do evento foi francamente má. Não fosse eu fã de Patrick Watson e o mais certo era nem ter ouvido falar nisto.
Penso que todos sairiam a ganhar se houvesse um pouco mais de brio na promoção feita ao evento. Se, por um lado, compreendo que não devem ter o apoio de uma rádio nacional ou um patrocinador forte como os festivais das cervejeiras, por outro penso que nada justifica que se apresente um cartaz com este grafismo (cartaz esse que apenas vi disponível na página do Sá da Bandeira. Compreendo pois eu também teria vergonha de afixar isso nas ruas) nem que não haja, em lado nenhum, informação sobre as horas dos concertos (excepto nos bilhetes).

Para além disso, penso que a escolha da data terá sido um erro estratégico visto que nessa mesma noite decorria o Clubbing da Casa da Música. Relativamente a isto, compreendo que a escolha das datas está também subordinada às agendas dos artistas e portanto vejo-me obrigado a dar um desconto.
Ainda assim, quer se queira quer não, a existência de outros eventos bastante atractivos associado à fraca divulgação terá levado a que a sala do Sá da Bandeira estivesse bastante mais despida do que Patrick Watson merecia.

Mas atenção que nem tudo é mau e, se critico é porque espero ver novas e melhores edições deste evento!
É bom ver que começam a proliferar eventos deste género fora de Lisboa e devo dizer que a ideia dos bilhetes para duas pessoas foi um incentivo bem-vindo. Isto sem referir que já há muito que procurava uma oportunidade para ver Patrick Watson, os meus agradecimentos por isso.

Passando ao que realmente interessa:

O trio britânico The Invisible abriu a noite, contra tudo o que o nome do evento poderia indiciar, num estilo que era uma espécie de rock com cheirinhos de experimentalismo e pitadas de post-rock. Não é difícil encontrar pontos de comparação com bandas como os Bloc Party, TV on the Radio ou Holy Fuck.
As músicas eram estendidas com longos instrumentais até que encadeavam umas nas outras sem um segundo de silêncio. A estreia dos The Invisible em Portugal foi para mim uma grande e agradável surpresa apesar de, depois de ver o concerto, achar que este pedia um ambiente diferente.

Seguiram-se os Piano Magic que, contrariamente aos seus antecessores achei completamente entediantes. Apesar de já contarem com um número respeitável de discos editados (praticamente um por ano desde '97) não consegui ver neles nada que justifique o interesse de editora por eles.
O seu som fez-me lembrar o de uns Editors, mas totalmente desenxabido e sem personalidade. Isto vindo de alguém que não é fã de Editors (apesar de ter gostado do concerto em Paredes de Coura 2008) deverá querer dizer alguma coisa.
Penso que posso dizer sem exagerar que já assisti a um número considerável de concertos, mas este foi talvez aquele que menos gostei. Também não estou a exagerar quando digo que quase adormeci durante a actuação.

O momento mais esperado da noite chegou quando Patrick Watson subiu ao palco. Trazendo um novo álbum para apresentar, foi precisamente com um punhado de músicas de Wooden Arms que o concerto começou. Entre simpáticos e genuínos apartes e risadas, Patrick Watson foi interpretando, tema atrás de tema, com aquela sua atitude difícil de explicar mas que lhe é tão natural. Irrequieto e descontraído Patrick Watson fazia com que os olhos do público oscilassem com ele entre o teclado (que tanto deu que falar) e o microfone principal.

Se, com Fireweed e Tracy's Waters, o concerto começou morno, a partir do momento que Patrick Watson anunciou Beijing o espectáculo nunca mais abrandou. Seguiram-se (penso eu) Wooden Arms, Big Bird in a Small Cage e Traveling Salesman e só aí Patrick Watson decidiu revisitar o seu trabalho mais aclamado (e meu favorito) Close to Paradise. O pretexto era The Storm numa versão alongada e com um arranjo decididamente mais 'rockado'.

A esta altura, com certeza, já haveria quem pensasse que o concerto não iria ficar melhor, mas não se podia enganar mais. É sabido que depois da tempestade vem sempre a calmia e Patrick Watson parecia saber isso melhor que todos nós pois logo a seguir presenteou a audiência com uma deliciosamente intimista Man Like You seguida de perto por uma brilhante The Great Escape totalmente às escuras e a solo no teclado.
A boa disposição de Patrick Watson foi uma constante em todo o concerto e nem nestes momentos de grande intimidade ela desapareceu. Perto do início de The Great Escape, ao ouvir um telemóvel a tocar Patrick não resistiu a interromper a música por breves momentos exclamando "Telephone!" para, logo de seguida a reatar no mesmo sítio. Por coincidência a letra da música dizia "Bye bye to all of the noise!" ao que ele acrescenta "How appropriate!" sem quebrar a melodia.

Para o fim ficaram Luscious Life e Where the Wild Things Are, mas o público não se deu por satisfeito manifestou-se para pedir mais.
Sem grandes demoras os artistas regressam ao palco para logo o abandonar de novo e juntando-se à plateia entre as cadeiras. Equipado com uma espécie de (e isto vai soar estranho) mochila com cerca de quatro antenas-megafones-luminosos Watson e os seus músicos interpretaram uma música que não conhecia (penso que se chamava Hearts in the Park) e, por fim e já sem a 'mochila', a muito aguardada Man Under the Sea. O público estava deliciado batendo palmas ao ritmo da música e entoando (inicialmente com alguma timidez) a letra da música. Foi um momento brilhante de interacção músicos-público.
Os músicos regressam ao palco ainda a meio da música e, depois de um instrumental alongado com a voz de Watson a ecoar pela sala, a música chega ao fim e, sob uma chuva de aplausos, os artistas abandonam novamente o palco.

Depois de Man Under the Sea o público estava quase em êxtase, os aplausos foram insistentes e, instantes depois, Patrick Watson e companhia assumem mais uma vez os seus lugares no palco, desta vez para apresentar uma música nova que viria a ser a derradeira da noite.

Resumindo: o Pop Deluxe (que de pop teve muito pouco) trouxe ao palco do Sá da Bandeira uma banda que surpreendeu pela positiva, uma que surpreendeu pela negativa e, se dúvidas havia, a confirmação de Patrick Watson como um dos grandes músicos da actualidade.

13bly

Friday, December 4, 2009

mixtape número três

Outras oito faixas que tocam no meu mp3.


13bly

Tuesday, December 1, 2009

XIV Fotograma

fotograma

s. m.,
cada imagem fotográfica de um filme;

 
The Shining


13bly

Friday, November 27, 2009

mixtape número dois

Mais oito faixas que têm rodado no meu mp3.


13bly

Tuesday, November 24, 2009

O que são Kampsinas?

Hoje, no bar da faculdade, reparei numa embalagem de Cheetos.
Para quem viva noutro planeta Cheetos são uma espécie de salgadinhos.
A embalagem dizia:

"CHEETOS DANCE"
E destacava com algum orgulho:
"sabor Kampsinas"
(só encontrei esta imagem)

Nessa altura questionei-me: "O que são Kampsinas?"

Perguntei a um amigo. Mas ele não me soube responder.
Perguntei à Internet... Mas nem esta me deu resposta.
Fiquei preocupado!

Já dizia o Chester Cheetah:
"Estes Cheetos põe-me louco! E não é pouco!"




O que são afinal
Kampsinas?
13bly

Sunday, November 22, 2009

I'll see you on the dark side of the moon*

Moon é o mais recente thriller psicológico de ficção científica a estrear nas salas portuguesas. É também a estreia de realizador de Duncan Jones, filho do mais-que-famoso David Bowie.

Sam Rockwell é Sam Bell, que não só é o personagem principal como é também o único personagem do filme, dividindo as cenas apenas consigo próprio e com a inteligência artificial residente da base lunar, GERTY (voz de Kevin Spacey).Confesso que não tinha gostado de ver Sam Rockwell na adaptação cinematográfica de Choke (romance de Chuck Palahniuk) mas vejo-me na obrigação de dar o braço a torcer e dizer que, em Moon, a sua prestação foi no mínimo muito boa.
Sam Bell tem contrato com a Lunar Industries para estar três anos a gerir uma base lunar de recolha de hélio-3, uma fonte de energia limpa que entretanto se tornou essencial à Terra. Uma vez que o satélite que assegura as comunicações está avariado a sua única forma de contacto com a Terra é através de mensagens directas e nunca de transmissões 'ao vivo'. Assim, durante a sua estadia na Lua, Sam apenas interagiu com GERTY e a sua solidão e isolamento são temas centrais no filme. Os três anos do seu contrato estão prestes a chegar a um termo e com eles o seu regresso à Terra e à sua família são eminentes.... mas nem tudo vai correr tão bem como Sam esperava.
São notáveis as reminiscências a filmes como o grande clássico de Kubrick, 2001: Odisseia no Espaço, o Solaris de Steven Soderbergh ou ainda, a uma escala mais equiparável à de Moon, o drama de ficção científica de Danny Boyle, Sunshine. Penso aliás que não devo estar a cometer grande erro ao afirmar que Moon funciona como uma espécie de tributo, não só a estes filmes, mas a todo o género este género cinematográfico de ficção científica com uma grande dimensão humana.

Moon dificilmente pode ser chamado um filme que revolucionário do género, mas não é por isso que deixa de ser excelente. Não hesitaria em classifica-lo como um dos melhores filmes de ficção científica dos últimos anos, talvez até década.
Uma estreia de grande nível esta de Duncan Jones. Esperam-se mais coisas boas deste rapaz.

13bly

*Título: música Brain Damage do mítico álbum 'Dark Side of the Moon' dos Pink Floyd que por sinal até se enquadra bastante bem no filme.

Saturday, November 21, 2009

6º "Os fins justificam os meios"

fins
s.m.pl.
Escopo, desígnio, alvo.

meios
s.m.pl.
Bens, fortuna, recursos, haveres.
Arte com meios não tradicionais.

#6 PAPEL
(parte 2)






Ingrid Siliakus





Outros meios:
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