Sunday, February 27, 2011

Saturday, February 26, 2011

If I can't be the man...

... tell me what I am. Tell me what I'm here for.

Jamelia by Caribou from the album Swim
Video: Video Marsh | Cinematography and editing: Nic Brown | Featuring: Victoria Street and Aaron Dickinson | Produced: Nic Brown, Stephen James and Christina Larabie

13bly

Thursday, February 24, 2011

Não vão só por mim...

... se o Caetano diz deve ser verdade.

"American music has become global since the 1920’s. At least. So, nothing American is local anywhere. You can do American things in Holland, in Brazil, in France, in Africa. Anywhere. Japan. You can have a jazz band or a rock n’ roll band or a rap group in Portugal or Spain. Anywhere. You cannot say that it doesn’t belong to them or that they are just imitating because people just grew up listening to those things. They were exposed to that kind of sound and feeling. American pop culture is international. It’s the only real world music. (...) They are not even trying to be original because it belongs to everybody in a way."

Esta citação foi retirada de uma interessante conversa informal entre Caetano Veloso e Beck Hansen (daí o inglês) que ocorreu algures durante o ano de 2009 (disponível na íntegra aqui). Achei imensa graça a esta passagem, não só porque a opinião vai de encontro à que expressei neste post mas também porque, tal como foi minha intenção nesse post, foi dita em tom de brincadeira e seguida de risos para que não seja levada totalmente a sério (embora faça todo sentido).

13bly

Tuesday, February 22, 2011

Atrasadinhos mas sempre a tempo (2/3)


Esta pequena série de posts é sobre aqueles discos que merecendo um lugar de destaque não incluí neste mosaico. São álbuns que saíram mesmo na recta final do ano ou que, por nenhum motivo em especial, ainda não tinha ouvido. Venho agora redimir-me dessas 'falhas'.


Memory Boy


Helicopter


Basement Scene


Don't Cry


Sailing


Coronado

A minha primeira reacção perante a capa deste álbum (antes de me ter apercebido que era um disco dos Deerhunter) foi de reticência - na minha cabeça uma imagem deste tipo indiciaria uma sonoridade algo obscura cuja audição poderia não ser fácil. Não podia estar mais enganado. Este é claramente um daqueles (muitos) casos em que o julgamento precipitado de algo pela sua aparência é das coisas mais erradas que se pode fazer.

Sim, a capa deste do é um anão travestido em posição de oração ou súplica. E depois? Halcyon Digest - o quarto álbum dos Deerhunter - é o seu registo mais acessível. Faixas como Don't Cry ou Revival - extremamente directas e eficazes - comprovam esta afirmação.
Bradford Cox e companhia fizeram o trabalho de casa e, como alunos aplicados, foram estudar a lição com os melhores. Há muito dos Beatles em Halcyon Digest - acho mesmo que é quase impossível ouvir por exemplo Memory Boy ou Basement Scene e não pensar nos Fab-Four de Liverpool.

E se até aqui exaltei Halcyon Digest na sua dimensão mais pop (com guitarras, é certo, mas pop ainda assim) está na hora de trocar as voltas a este texto e falar nos temas menos imediatos de forma a não ficar a ideia errada de que este disco é um 'simples' conjunto de melodias agradáveis - há bem mais para desvendar.

Earthquake, com a sua estranheza arrastada e sombria é uma escolha pouco óbvia para tema de abertura e mesmo Helicopter não teria sido a minha eleita para segundo single mas, tanto uma como outra resultam. São temas que aos poucos se vão entranhando como que a fazer jus à velha máxima: 'primeiro estranha-se, depois entranha-se'.

Quase para o fim ficou reservada a enigmática festa de Coronado que apesar de trazer a sonoridade mais alegre do disco (muito graças aos rasgos de saxofone) é cantada num tom mais rouco e obscuro como que em busca de algum equilíbrio emocional. No espectro oposto de Coronado está Sailing. Perdão - a belíssima Sailing que, na sua simplicidade assombrosa e intimista, parece brotar directamente da alma de Bradford Cox e consegue por isso ser uma das minhas favoritas do lote.

Por tudo isto Halcyon Digest é um disco completo e equilibrado que abrange um espectro de emoções muito amplo desde que se inicia com a estranhamente viciante Earthquake até He Would Have Laughed - o hipnótico tributo post-mortem de Bradford Cox a Jay Reatard. Vale a pena ouvir.

13bly

Sunday, February 20, 2011

Friday, February 18, 2011

Wednesday, February 16, 2011

Música do século passado (mas bem presente) - Belle Chase Hotel @ Teatro Municipal de Vila do Conde (12/02/11)


Depois de tantos anos de rumores acerca de possíveis reuniões que não deram em nada já me tinha conformado com o facto de que nunca iria ter a oportunidade de ver os Belle Chase Hotel em palco. Estava enganado - no final do ano passado reuniram-se para um concerto em Coimbra que rapidamente esgotou e passados uns tempos anunciou-se um segundo concerto, desta vez em Vila do Conde. Era uma oportunidade demasiado perfeita para deixar escapar, até porque talvez surjam mais espectáculos (diz-se por aí que sim), mas talvez não.

Apesar do eterno carimbo de 'promessas', considero os Belle Chase Hotel como (sim, atrevo-me a dizê-lo) banda histórica que, com as suas fusões improváveis, trouxeram uma lufada de ar fresco à música portuguesa no final da década de 90. São muitas vezes injustamente esquecidos e eclipsados por outras bandas que conseguiram reunir um culto mais fiel - não haverá maior prova desse esquecimento do que o facto de a sala do Teatro Municipal de Vila do Conde não ter esgotado para os receber.
Dizem as 'regras da boa crítica' que estas devem ser isentas e objectivas. Se em condições normais já sou incapaz de ser 'bom crítico', menos ainda o sou quando quem está em questão são os Belle Chase Hotel. Mesmo pondo de lado as habituais etiquetas relativas à nacionalidade de projectos musicais, os Belle Chase Hotel são um dos meus favoritos. Não sei ao certo explicar o que me atrai na sua música e porque motivo mexe tanto comigo mas é um facto que são especiais para mim e, como consequência, este concerto também o foi. Não vou então fingir que estou aqui a fazer uma crítica imparcial porque, claramente, não serei capaz disso.

Depois de, há semanas, ter visto JP Simões a solo, foi bom confirmar que, como 'líder' dos Belle Chase Hotel ele se mantém igual a si mesmo. Algo tímido no início do concerto, não tardou a por-se mais à vontade e, sempre recorrendo a ironias, começar a disparar eloquentes piadas e conselhos em diversas direcções. Chegou mesmo a soltar a sua veia teatral ao interpretar vocal e fisicamente algumas músicas (como no dueto com Raquel Ralha na conflituosa Scorpions in Love).

A música dos Belle Chase é uma mescla de inspirações com cheirinhos dos vários cantos do mundo. Desta forma, a noite de Sábado foi prodigiosa em viagens tão facilmente se vivia a bohéme parisienne como se respirava a tropicalidade do Brasil. Talvez tenha sido dos fusos horários mas, no meio de tanta viagem, o tempo passou demasiado depressa e, sem dar por ela, chegou ao fim o espectáculo (e não espetáculo como disse JP no seu habitual tom irónico).


Os Belle Chase Hotel são: Antoine Pimentel,Filipa Cortesão,JP Simões,João Baptista,Luís Pedro,Marco Henriques,Pedro Renato e Raquel Ralha.

Já disse que sou suspeito para falar e que portanto esta 'crítica' vale o que vale mas a verdade é que tudo me soou muitíssimo bem na noite de Sábado. Desde a linha de baixo mágica de Emotion & Style à intimidade do piano e da voz de JP Simões em Living Room sem esquecer a irónica e divertida Sunset Boulevard ou a magnífica Fossanova que, por incrível que pareça soa ainda mais limpa e tropical ao vivo . Sign of the Crimes fechou em grande uma noite única que irei guardar para sempre na memória, afinal este pode muito bem ter sido um concerto de uma vida!

13bly

Tuesday, February 15, 2011

XXIII Fotograma

fotograma
s. m.,
cada imagem fotográfica de um filme;

A SINGLE MAN

Um filme singular, milimetricamente filmado, dotado de uma sensibilidade estética soberba e munido de desempenhos igualmente impressionantes da parte de Colin Firth e Julianne Moore. Assim é esta brilhante e promissora estreia de Tom Ford - mais habituado às lides da moda - no mundo da sétima arte.

13bly

Monday, February 14, 2011

epipháneia v

epifania
(grego epipháneia, -as, aparição, manifestação)
s. f.
1. Relig. Manifestação de Jesus aos gentios, nomeadamente aos Reis Magos.
2. Relig. Festa religiosa cristã que celebra essa manifestação. = dia de Reis
3. Qualquer representação artística dessa manifestação.
4. Relig. Aparecimento ou manifestação divina.
5. Apreensão, geralmente inesperada, do significado de algo.


Já a noite ia avançada quando, na passada 6ª feira, a caminho de casa, esta epifania me atingiu. Ouvir It's Oh So Quiet na voz de Lisa Ekdahl(versão mais suave da versão de Björk da música da original de Betty Hutton) foi um raro momento de paz e tranquilidade próximo do que a própria música parece reflectir, pese embora o facto de a letra ter uma relação bem mais próxima com a insanidade do que com a calma (na original chamava-se mesmo Blow a Fuse).

Só hoje descobri a versão exacta da música em questão mas desta forma o timing do post foi perfeito visto que, dadas as aparentes contradições da música este acaba também por funcionar simultaneamente como comentário algo irónico a este dia ridículo que hoje se celebra e, para aqueles que até gostam da data, ser uma banda sonora perfeita para ser ouvida na companhia da/do mais-que-tudo de cada um(a).

13bly

Sunday, February 13, 2011

Saturday, February 12, 2011

"We all die.


The goal isn't to live forever, the goal is to create something that will."
- Chuck Palahniuk
13bly

Friday, February 11, 2011

"Rebuilt with the master plans."


Eles voltaram e estão a dar concertos!
ABSOLUTAMENTE IMPERDÍVEL

Amanhã, dia 12 de Fevereiro no Teatro Municipal de Vila do Conde.

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Tuesday, February 8, 2011

Atrasadinhos mas sempre a tempo (1/3)


Esta pequena série de posts é sobre aqueles discos que merecendo um lugar de destaque não incluí neste mosaico. São álbuns que saíram mesmo na recta final do ano ou que, por nenhum motivo em especial, ainda não tinha ouvido. Venho agora redimir-me dessas 'falhas'.

Questões de Moral


Primeiro dia


Tó-Zé


Conselhos de Avô


Agosto
Quando fiz o outro post já tinha ouvido este álbum algumas vezes mas ainda não o tinha digerido como deve ser. Foi um amor à primeira audição é verdade, mas tive medo que fosse sol de pouca dura e achei sensato não o incluir no 'mosaico'. Agora arrependo-me disso - É P'ra Meninos é 'só' mais uma obra brilhante da não-muito-longa-mas-muito-frutuosa carreira de B Fachada.

É P'ra Meninos não é realmente 'p'ra meninos', bem pelo contrário - na minha opinião este é provavelmente o trabalho mais maduro de B Fachada. É um disco doce carregado de sentimentos de nostalgia para com as infâncias inocentes do passado. Infâncias que hoje já não existem da mesma forma e que talvez façam confusão a muitos dos meninos de agora.

Este álbum é um retrato quase completo do que define uma criança e a sua infância - desde os pequenos caprichos (Dia de Natal) ou os pensamentos rebeldes e o mimo dos avós (Tó-Zé e Conselhos de Avô) até à constante interrogação perante os mistérios da vida e a aprendizagem gradual das regras do mundo (Barrigão e Lições de Moral) sem esquecer as coisas mais 'terrenas' como as férias de Verão e o regresso às aulas (Agosto e O Primeiro Dia), os amigos e as belas tardes de ócio (A Casa do Manel), os primeiros amores num tempo em que não havia internet (Mochila do Carteiro) e aquela pressão inconsciente do "O que é queres ser quando fores grande?" (O Futuro). Até letras que à primeira vista parecem directas e subversivas para as crianças ("Tó-Zé, deixa-te dormir" ou "larga a sopa, João") revelam mensagens mais profundas e verdadeiras lições de vida quando analisadas com alguma calma ("um dia vai chegar a tua vez de produzir", "é uma vida a triturar").

A esta altura do campeonato já devia ter aprendido a não ficar tão surpreso com a música do B Fachada mas a verdade é que ele consegue deixar-me de boca aberta a cada trabalho novo. Não há como não admirar a sua energia criativa (mantém a promessa dos dois discos por ano) e capacidade de, produzindo tantos trabalhos novos, manter-se sempre fresco e não repetitivo. Que continue assim!

13bly

Sunday, February 6, 2011

Wednesday, February 2, 2011

O ócio domingueiro não mora aqui - JP Simões @ Café au Lait (30/01/11)


A Bodyspace, não sei se por querer ou por acaso, está aos poucos a tornar-se a Blogothéque portuguesa (mas atenção pretendo com esta afirmação desvalorizar de forma alguma o seu trabalho). Depois de alguns interessantes capítulos de Videoteca (com semelhanças aos Concerts-à-emporter) lançam-se agora nos concertos intimistas (à semelhança dos Soirées de Poche) baptizando-os de Bodyspace au Lait (visto terem lugar no acolhedor Café Au Lait). O primeiro convidado não podia ter sido uma escolha mais acertada: JP Simões.

Sou um fã 'devoto' deste senhor e de praticamente tudo o que ele faz (desde os brilhantes Belle Chase Hotel, passando pelo Quinteto Tati até, mais recentemente, à sua carreira a solo) mas por incrível que pareça ainda não o tinha visto ao vivo. Depois de falhar o concerto de Natal n'A Vida Portuguesa, esta oportunidade não podia mesmo escapar-me. Ainda por cima de borla!

A sala era pequena (havia apenas cerca de 15 cadeiras) e com o aproximar da hora marcada o público, vencendo a dominguite aguda, foi-se infiltrando que nem areia em todos os espacinhos que encontrava. E assim se lotou o Café au Lait num Domingo (superando, digo eu, as expectativas da bodyspace e do próprio JP Simões). A afluência foi tal que, sem se dar conta, o público tinha encurralado o protagonista da noite que se viu sem fuga possível quando deu por terminado o concerto. O público exigia mais e, dois encores depois, JP teve de educadamente desculpar-se com um compromisso prévio ('que pode dar em sexo' - acrescentou). Só recorrendo este argumento irrefutável é que JP enfim abandonar o espaço mas não sem antes agradecer mais uma vez (de um forma sincera) a presença do público (e simpaticamente autografar a minha cópia de Boato - o seu brilhante disco de 2009 gravado ao vivo).

O concerto em si foi, não esperaria outra coisa, extremamente agradável. Sozinho e sem medo JP Simões enfrentou bem de perto o público num concerto intimista. A sua voz suave, que parece ter propriedades místicas, encanta qualquer um. Até quando fala (e JP tem eloquência no seu discurso) tudo soa a cantiga - são certamente influências do Brasil que parece estar entranhado nele. O tempo voou entre reinterpretações de bossas novas clássicas e músicas originais tanto 'velhas conhecidas' como inéditas (e digo já que o novo álbum promete) com rasgos de bom humor e ironia que tão bem caracterizam JP Simões - esta última esteve particularmente afiada em momentos de 'amena cavaqueira' (quem lá esteve sabe do que falo).

A boa disposição foi uma constante, não só naqueles pequenos monólogos entre músicas como também no seu decorrer. Momentos como uma música 'dedicada' a Coimbra e à sua vida académica entrelaçada com a belíssima Música Impopular ou a parte ladradada e rosnada (sim, ladrada e rosnada) de Trovador Entrevado (uma musica com o seu quê de anti-pré-autobiográfica - acabei de inventar esta expressão) ou até o excerto inesperado de Miserlou (popularizada em Pulp Fiction) lá a meio de uma música que não me recordo do nome provocaram a gargalhada geral.

Foi sem dúvida um serão memorável este proporcionado pela Bodyspace na agradável companhia de JP Simões. Foi ainda o aperitivo perfeito para o concerto dos Belle Chase Hotel em Vila do Conde no próximo dia 12 de Fevereiro. Muito obrigado JP Simões e muito obrigado Bodyspace! Esperam-se mais Bodyspaces au Lait em breve.

13bly