Saturday, July 31, 2010

Uma visita ao Paraíso

Ontem fui a Paredes de Coura. Não fui ao festival mas revi alguns amigos que praticamente só vejo de ano a ano e senti um pouco do cheirinho daquele ambiente que conheci há três anos. À falta de melhor foi bom (apesar de um bocado estranho) estar lá como 'turista', só a ver a paisagem daquele pequeno paraíso minhoto, apenas a apreciar o ambiente sem propriamente fazer parte de tudo o que se passava ali à volta.

Devem ser poucos os festivais portugueses capazes de mobilizar alguém (fiz cerca de 80 km para lá ir e outros 80 para regressar) apenas para beber uns copos com alguns amigos. Talvez seja essa a magia de Paredes de Coura, talvez sejam os laços que se criam naquela bela paisagem que marcam a diferença deste que é actualmente o único sobrevivente dos grandes festivais do Minho. Talvez... mas não deixa de ser pena o cartaz não estar à altura. 

13bly

Friday, July 30, 2010

"Ouve lá Toni!" | "Olha lá Zézé!"


ANTÓNIO FEIO
06/12/1954 - 30/07/2010

Neste país, como em todos os outros, há artistas e 'artistas'. Hoje Portugal perdeu um Artista com 'a' grande. Não há como esquecer a brilhante Conversa da Treta (talvez o trabalho mais reconhecido de António Feio)  que levou a cabo com o seu grande companheiro e amigo José Pedro Gomes. A Treta, de série televisiva passou a peça de teatro (A Treta Continua, partes I e II) e ainda deu origem a um filme de cinema (O Filme da Treta).
As gargalhadas e bons momentos não têm preço. António Feio proporcionou-me muitos dos dois tanto na série (que acompanhava religiosamente) e nos pequenos sketches soltos que protagonizou na sua carreira como mais tarde no Filme da Treta e, principalmente, na primeira das peças da Treta que tive o prazer de assistir na Casa das Artes de Famalicão. A 'Treta' acabou, mas a memória do seu talento e o seu legado no humor e na cultura portuguesa permanecem intactos.

Até sempre António, obrigado pelas gargalhadas.

13bly

Thursday, July 29, 2010

O regresso do frenesim de Madison Avenue


Com o final da terceira temporada de Breaking Bad, da primeira de Treme e com quinta de Dexter ainda a cerca de dois meses de distância fiquei subitamente sem 'nada para ver' nesta aparente silly season televisiva. Isto até me aperceber que Donald Draper e companhia voltaram.


Nesta aguardada (cerca de um ano) quarta temporada de Mad Men vamos finalmente poder ver o desempenho da recém formada Sterling-Cooper-Draper-Price e a reacção de Don ao seu novo estado civil. Tudo isto no sempre sedutor e fascinante ambiente dos anos 60 recheado das já habituais manobras publicitárias. Tem tudo para ser (mais) uma grande temporada - a não perder!

13bly

Wednesday, July 28, 2010

O Sol quando nasce é para todos!


Artista: Caribou | Música: Sun | Álbum: Swim | ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ Director: Simon Owens | Producer: Rachel Dargavel at Steel Mill Pictures | DOP: Sam Brown | Styling: Mimi Milburn Foster | Hair and make up: Cate Hall | Editor: James Rose at Cut & Run | Grade: Andrew Daniel at Molinare |  ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼ ☼

13bly

Tuesday, July 27, 2010

Série Ípsilon XVIII - The Station Agent

The Station Agent é um simples e despretensioso misto entre drama e comédia. Em 2003 foi o "filme sensação" do festival de Sundance (venceu três prémios) mas os seus feitos não ficaram por aí. The Station Agent conquistou um notável rol de prémios em festivais de cinema independente, muitos deles relacionados com a qualidade do argumento ou das prestações do elenco. Talvez seja ainda pertinente destacar que Thomas McCarthy (realizador e argumentista) levou ainda para casa um BAFTA para melhor argumento original.


Finbar McBride é anão e a forma como as pessoas o trataram toda a vida afectou-o moldando-lhe uma personalidade fechada e levando-o a refugiar-se em tudo o que for relacionado com comboios que se tornaram o seu hobby e paixão. Quando o seu único amigo morre, ele herda um terreno rural que incluía uma pequena estação de comboios. Procurando isolar-se e refugiar-se na sua própria solidão Fin muda-se para a tradicional estação ferroviária, mas acaba por sair-lhe o tiro pela culatra.

Joe Oramas é linguarudo e até chato. Por motivos de doença do pai ele está responsável pela roullote de cachorros quentes da sua família e diariamente estaciona-a junto da (até então) abandonada estação de comboios. Contrariamente a Fin que tenta fugir do contacto humano, Joe  procura-o insistentemente e vai fazer tudo por tudo para travar amizade com o seu novo 'vizinho'.
O terceiro elemento desta equação é Olivia Harris, cliente diária de Joe, que se encontra num estado de desequilíbrio emocional pela perda de um filho pequeno. Os três vão formar uma amizade algo disfuncional, aprender uns com os outros e complementar-se mutuamente.

The Station Agent consegue um equilíbrio agradável entre os momentos humorísticos e dramáticos demonstrando a sensibilidade de Tom McCarthy e fazendo deste pequeno e aparentemente inofensivo filme em algo especial e invulgar. Vale bem a pena apanhar este comboio!

Ponto da situação:
I - Juno
II - Control
III - About Schmidt
IV - Le schaphandre et le papillon
V -Mon Oncle
VI - Valmont
VII - Mysterious Skin
VIII - Tess (1)
IX - El Cielo Gira
X - 2 Days in Paris
XI - Climas
XII - The Last Days
XIII - L'Esquive
XIV - 24 Hour Party People
XV - Europa
XVI - Land of Plenty
XVII - Yadon Ilaheyya
XVIII - The Station Agent
XIX - L'Enfant (2)
XX -The Magdalene Sisters (2)

(1) Assim que encontrar o DVD | (2) Em breve
13bly

Sunday, July 25, 2010

Saturday, July 24, 2010

(X por Y)^23



X= Hurt (Nine Inch Nails);Y= Sapo Cocas
13bly

Friday, July 23, 2010

"The dolphin's smile is nature's greatest deception.

It creates the illusion they are always happy."

O golfinho é um animal com o qual é fácil simpatizar. O seu grande sorriso enganador e a sua elevada inteligência (há estudos que defendem que a sua inteligência ultrapassa a do Homem) facilitam a ligação e a empatia. Associada à grande crueldade do ser humano, essa empatia torna The Cove num documentário chocante e revoltante. Por outro lado, a sua faceta de conspiração de grande escala torna-o verdadeiramente empolgante.


Richard O'Barry tornou-se famoso por ter capturado e treinado os golfinhos da famosa série televisiva 'Flipper' e, dessa forma, dar a conhecer ao mundo a magia desses animais fascinantes. Arrependido do que fez, hoje em dia Ric dedica a sua vida a destruir a indústria que ajudou a fundar e a desmascarar situações de maus tratos de golfinhos.

Quando se depara com os horríveis massacres que ocorrem na baía de Taiji, Japão, Richard O'Barry fica chocado com a forma como toda a situação é ocultada do público pelos média e até protegida pelo governo e instituições de defesa dos animais. Nasce então The Cove, num esforço de trazer a público as atrocidades que ocorrem numa baía escondida numa pequena vila piscatória no Sul do Japão. Para isso reúne uma equipa de especialistas ao estilo de Ocean's Eleven (como ele próprio diz) e juntos lançam-se numa perigosa missão de espionagem.
The Cove tem muito que se lhe diga - não é simplesmente um documentário sobre maus tratos a animais. É desmascarada toda uma conspiração de grande escala cujos tentáculos tocam muitas áreas sensíveis (governo, instituições de protecção de animais, média, indústria alimentar e saúde). São essas descobertas, associadas simultaneamente aos grandes (e muito pouco discretos) entraves à recolha de imagens da baía e à forma como Ric e a sua equipa os contornaram que tornam The Cove num documentário empolgante do primeiro ao último minuto.

Importa recordar que para além dos prémios constantes da imagem acima, The Cove venceu ainda o Oscar de Melhor Documentário o que, em princípio será um indicador de vitória para Richard O'Barry que, mesmo que não consiga travar a matança dos golfinhos ao menos já conseguiu trazer o caso a público.
Apesar do reconhecimento quase geral da qualidade do documentário e da gravidade das situações nele expostas, diversos cinemas no Japão baniram este filme. Este é apenas mais um dos muitos contrastes berrantes de um país que, sendo um dos mais desenvolvidos do mundo, assume também atitudes tão pouco racionais.

13bly

Thursday, July 22, 2010

O dia-a-dia a alta velocidade

Há tarefas quotidianas que poderiam ser aceleradas, a Volkswagen percebeu isso e lançou a engraçada campanha FAST LANE - Driven by fun. Actividades banais como ir às comprar, utilizar um elevador ou escadas rolantes aumentam de velocidade e tornam-se claramente mais divertidas.




O quarto vídeo (das escadas piano não pertence à campanha FAST LANE, mas sim a The Fun Theory - uma outra iniciativa da Volkswagen num campo similar. Aconselho uma passagem por The Fun Theory onde o objectivo era encontrar soluções divertidas que pudessem incentivar uma melhoria do comportamento cívico (e não só) das pessoas. Algumas das propostas são no mínimo geniais.

13bly

Wednesday, July 21, 2010

Se Deus tivesse um mp3... [19]

... de certeza que esta música estaria lá!




I know myself
and I know what i want to do
I'm doing my best
and I want to know
Is it good for you?
Panda Bear - Bros

13bly

Monday, July 19, 2010

Vou apanhá-los todos!


Não, não estou a escrever sobre Pokémon. Este post é sobre uma divertida curta metragem que funciona também como uma espécie de passatempo. Num estilo minimalista e em apenas dois minutos Sarah Biermann, Torsten Strer, Felix Meyer e Pascal Monaco encaixaram referências a 35 grandes filmes da história do cinema (os seus favoritos). O resultado é bastante interessante e obriga a múltiplos visionamentos para desvendar todos os elementos.

Consegues apanhá-los todos?


13bly

Sunday, July 18, 2010

Saturday, July 17, 2010

Aqui escreve-se português

Já está em vigor, ainda que em regime experimental, o novo Acordo Ortográfico (muito frequentemente apelidado de Desacordo Ortográfico). Muitas (se não mesmo grande parte) das publicações periódicas de Portugal já adoptaram (ou adotaram) as novas regras do 'bem escrever português' e a mim, tal como a muita gente (arrisco-me também a dizer à maioria), faz-me uma confusão danada. 


vídeo retirado de Minoria Ruidosa

Serve este post, mais do que para mostrar este esclarecedor vídeo de Miguel Sousa Tavares, para informar que aqui pelo 13 billion lightyears... continuarei a escrever o português que aprendi na escola e não esta versão distorcida que tentam fazer passar pela 'língua de Camões'.

13bly

Thursday, July 15, 2010

Série Ípsilon XVII - Yadon Ilaheyya

Em português o título deste filme é "Intervenção Divina", consideravelmente mais fácil de dizer do que "Yadon Ilaheyya" e bastante mais fácil de ler do que "يد إلهية‎". Esta produção do realizador israelo-palestiniano Elia Suleiman (que também desempenha o papel principal) estrou em 2002 e fez furor em Cannes, onde arrecadou o Grande Prémio do Juri e o prémio FIPRESCI (dos críticos). 


Em geral Intervenção Divina é catalogado como uma comédia negra surrealista e, segundo me disse a wikipedia, com este filme Elias Suleiman foi comparado a Buster Keaton, Jim Jarmusch e Jacques Tati. Devo dizer que estas compareções me parecem amplamente exageradas.


Não vou perder muito tempo a escrever sobre este filme porque achei-o bastante mau. Para ser honesto penso que não entendi este filme, muitas das cenas pareceram totalmente desconexas e sem qualquer relevância para a 'trama central'. Intervenção Divina é parco em diálogos mas a sua ausência não é compensada por algum outro atributo como uma estética mais arrojada, uma história cativante ou expressões corporais exageradas (veja-se como o belíssimo Mon Oncle colmatou bem a ausência de diálogos). Muitas das cenas (e portanto grande parte do filme) acabaram por ser mesmo aborrecidas e quase não esbocei um único sorrriso (o que para um filme que é classificado como comédia é capaz de indiciar alguma coisa).

As cenas surreiais foram as mais interessantes do filme (tanto a cena em que a mulher atravessa a fronteira como a batalha fantasiosa com um grupo de soldados em treino são divertidas) mas não entendi de que forma é que estas encaixam no restante filme - deduzo que sejam o reflexo das fantasias e desejos do personagem principal mas as cenas estavam desenquadradas de todo o ambiente do filme que pareciam simplesmente caídas do céu.

Em suma, penso que já deu para perceber que não gostei de Yadon Ilaheyya e digo até que futuramente me irei manter afastado de outras produções de Elia Suleiman.

Ponto da situação:

I - Juno
II - Control
III - About Schmidt
IV - Le schaphandre et le papillon
V -Mon Oncle
VI - Valmont
VII - Mysterious Skin
VIII - Tess (1)
IX - El Cielo Gira
X - 2 Days in Paris
XI - Climas
XII - The Last Days
XIII - L'Esquive
XIV - 24 Hour Party People
XV - Europa
XVI - Land of Plenty
XVII - Yadon Ilaheyya
XVIII - The Station Agent (2)
XIX - L'Enfant (2)
XX -The Magdalene Sisters (2)

(1) Assim que encontrar o DVD | (2) Em breve
13bly

Tuesday, July 13, 2010

(X por Y)^22



X= Pac-Man (vídeo-jogo);Y= SAW (filme)

13bly

Monday, July 12, 2010

Série Ípsilon XVI - Land of Plenty

O sonho americano é muito bonito mas para muitos (talvez a grande parte), não passa disso mesmo - um sonho. Land of Plenty é um retrato de um país de contrastes, completamente desequilibrado e que ficou profundamente marcado pelos atentados de 11 de Setembro.

Land of Plenty foi um filme que me surpreendeu. Não sabia bem o que esperar - ainda não tinha visto nenhum filme de Wim Wenders - mas fiquei muitíssimo bem impressionado com a realização e todo o ambiente melancólico e envolvência do filme. Devo dizer que terá sido um dos filmes desta colecção que mais gostei.


Passado sensivelmente um ano após os atentados de 11 de Setembro, toda a América está ainda mergulhada na sombra desse terrível acontecimento. Alguns dos seus cidadãos mais fanáticos, defensores acérrimos de uns EUA utópicos, ficaram envoltos em paranóia. É essa a situação de Paul, um veterano de guerra que agora dedica a sua vida a investigar conspirações imaginárias vendo comportamentos suspeitos em todos os árabes que vê na rua. Paul, como quase todo o país, vivem com a preocupação obsessiva do terrorismo fechando os olhos a uma série de problemas internos cuja resolução estaria ao seu alcance não fosse essa alienação.

No espectro oposto a Paul está Lana, sua sobrinha. Tendo nascido em Ohio, Lana passou grande parte da sua vida em África a acompanhar os seus pais em missão. Regressa agora aos EUA depois de uns anos a viver na Palestina. A sua experiência de vida dá-lhe outra visão e  Lana dedica-se a ajudar os outros sem qualquer tipo de discriminação ou preconceito. Incomoda-lhe que nos EUA não haja mais consciência dos problemas do médio oriente e dos próprios problemas do país. No fundo, apesar da tenra idade tem mais noção da realidade e do engodo que é o 'sonho americano' do que o seu tio que vive numa ilusão.


Land of Plenty não é um filme perfeito, tem alguns problemas como todos os outros. Esses problemas pareceram-me no entanto pouco relevantes face à mesnagem que o filme transmite. Mais do que um conflito político de esquerda contra direita (representado por Paul e Lana) diria que Wim Wenders fez uma reflexão sensível à mentalidade dos americanos e às cicatrizes profundas causadas pelo 11 de Setembro.
Irei certamente aconselhar este filme a muita gente.


Ponto da situação:

I - Juno
II - Control
III - About Schmidt
IV - Le schaphandre et le papillon
V -Mon Oncle
VI - Valmont
VII - Mysterious Skin
VIII - Tess (1)
IX - El Cielo Gira
X - 2 Days in Paris
XI - Climas
XII - The Last Days
XIII - L'Esquive
XIV - 24 Hour Party People
XV - Europa
XVI - Land of Plenty
XVII - Yadon Ilaheyya (2)
XVIII - The Station Agent (2)
XIX - L'Enfant (2)
XX -The Magdalene Sisters (2)

(1) Assim que encontrar o DVD | (2) Em breve
13bly

Sunday, July 11, 2010

Saturday, July 10, 2010

"Passarinhos a bailar...

... mal acabam de nascer!”




Estes são apenas alguns dos bonitos passarinhos de Maurizio Bongiovanni. Podem ver mais frutos do talento deste senhor aqui. Já agora, caso de estejam em dúvida, estas coloridas obras não são fotografias com uma camada de photoshop mas sim tradicionais pinturas a óleo sobre uma tela. No mínimo impressionante! 

13bly

Thursday, July 8, 2010

∆=O CONNECTED


"Set in the distant future, Connected is a story about survival and greed with a post apocalyptic wasteland as its backdrop. Survivors of an unknown disaster shuffle through a desolate landscape, as it quickly becomes clear that not everybody has the strength to survive."




Connected é uma curta metragem oriunda da Dinamarca fruto da visão de Jens Raunkjær Christensen e Jonas Drotner Mouritsen. São seis minutos e meior que passam demasiado depressa e que merecem a nossa atenção, mais não seja pelo conceito e  pela estética pós-apocalíptica.
 
Apesar de ser uma pequena produção com baixo orçamento há pormenores (como o aspecto do filme em si e de todo o material promocional - veja-se o belíssimo poster ou alguma da arte conceptual) que demonstram o empenho, ambição e talento destes jovens realizadores. Era quem desse umas asas a estes talentos emergentes e vê-los a voar bem alto.

(Either JavaScript is not active or you are using an old version of Adobe Flash Player. Please install the newest Flash Player.)

Aconselha-se o visionamento de Connected em full-screen e com o volume a fugir para o elevado.


13bly

Wednesday, July 7, 2010

12º "Os fins justificam os meios"

fins
s.m.pl.
Escopo, desígnio, alvo.

meios
s.m.pl.
Bens, fortuna, recursos, haveres.
Arte com meios não tradicionais.

#12 FITA-COLA







Outros meios:
  • #1 JORNAL
  • #2 LIVROS
  • #3 SOMBRAS
  • #4 LUZ
  • #5 PAPEL (1)
  • #6 PAPEL (2)
  • #7 LÁPIS e "BORRACHA"
  • #8 FITA-COLA
  •  #9 PAPEL (3)
  • #10 SAL
  • #11 GUARDA-CHUVAS
  • #12 FITA-COLA (2)
  • 13bly

    Tuesday, July 6, 2010

    “If the doors of perception were cleansed,

    ... everything would appear as it is - infinite”
    - William Blake

    The Doors são indiscutivelmente uma das bandas mais importantes da história da música e uma das minhas favoritas. Muita tinta já correu sobre o quarteto de Los Angeles encabeçado pelo lendário Jim Morrison - desde artigos, crónicas, livros, documentários e até uma longa metragem de Oliver Stone que não tem grande fama entre os fãs da banda.

    Surge agora When You're Strange - nome retirado da letra de People Are Strange, uma das minhas músicas favoritas. Este novo documentário gaba-se de contar a 'verdadeira história dos Doors' que foi algo deturpada no filme de Stone. Ray Manzarek, o homem dos teclados dos Doors, afirma até que este filme seria o 'anti-Oliver Stone'.

    O documentário não é feito apenas de gravações de actuações dos Doors, está ainda recheado de imagens da intimidade do grupo, algumas delas aparentemente raras e até exclusivas. Há partes que estão mesmo muito boas e que custa a crer que não é um actor a fazer de Jim no entanto, nenhuma das cenas foi recriada para o filme Nesse sentido When You're Strange é irrepreensível.

    A narração é outro dos pontos que distingue este documentário.  Aquando da sua primeira exibição no festival de Sundance, o filme foi muito bem recebido mas a narração, então feita pelo realizador Tom DiCillo, recebeu algumas críticas por ser demasiado monocórdica e inexpressiva. Como resposta a essas queixas Johnny Depp substituiu Tom DiCillo na narração e o filme ganhou outra dimensão. 

    A história, essa já todos os fãs da banda conhecem. É compreensível e penso que até inevitável que, ao contar a história dos Doors, esta se foque principalmente em Jim Morrison. When You're Strange não é excepção, mas não cai em exageros. Tom DiCillo procurou ainda um equilíbrio saudável no retrato que faz a Morrison - nem cria aquela imagem deificada de Jim Morrison o poeta nem foca demasiado Jimbo Morrison (nome que Manzarek deu ao 'lado sombrio' de Jim).

    Jim Morrison era uma alma única e os dotes característicos de cada um dos membros dos Doors (as tendências blues e conhecimentos de flamenco de Robbie Kriegger, a educação clássica e identidade própria de Ray Manzarek  e o estilo jazz de John Densmore) formaram uma espécie de simbiose que resultou nalguma da melhor música que já viu a luz do dia. Este documentário é, de tudo o que já vi e li sobre os Doors, a obra definitiva no que toca a contar a sua história.

    13bly

    Sunday, July 4, 2010

    Friday, July 2, 2010

    XX Fotograma

    fotograma

    s. m.,
    cada imagem fotográfica de um filme;

    GHOST
    IN
    THE
    SHELL 2
    INNOCENCE
    13bly

    Thursday, July 1, 2010

    Série Ípsilon XIV - 24 Hour Party People

    Depois de resolvidos alguns problemas técnicos no sistema de som do meu leitor de DVD posso enfim retomar o visionamento dos filmes da série ípsilon e terminar esta rubrica. 24 Hour Party People foi o filme que se seguiu, um filme de Michael Winterbottom que talvez interesse mais a melómanos do que a cinéfilos.

    Michael Winterbottom conta então a história, não de Tony Wilson, mas do que ele alcançou. O filme começa no momento alto do período punk, Buzzcocks, Sex Pistols, Iggy Pop, Siouxsie... todos são mencionados e vêm-se algumas imagens de concertos.
    Partindo daí, Tony Wilson foi o principal impulsionador da cena musical de Manchester e do movimento post-punk. Insatisfeito com o seu trabalho na Granada Television e farto de se limitar a mostrar bandas na televisão, este visionário decidiu deitar mãos à obra e começar promover concertos. Uma coisa levou a outra e, eventualmente, fundou a sua própria editora - a Factory Records, responsável por nomes como os Joy Division (e mais tarde New Order) ou os Happy Mondays e, por fim, abrindo uma discoteca (The Haçienda) que deu um grande contributo para o nascimento da cultura rave.


    Tony Wilson é um indivíduo excêntrico e a história dos seus feitos e do seu legado é extraordinária, cheia de momentos bizarros e altamente improváveis. Talvez por isso os criadores de 24 Hour Party People  tenham também decidido criar um filme tão pouco convencional.

    Ao longo do filme podem ver-se as já mencionadas imagens de arquivo de concertos, diversas personalidades reais têm aparições como figurantes e Tony Wilson, tendo perfeita consciência de estar dentro de um filme,  dirige-se directamente ao espectador por diversas vezes quebrando a chamada quarta parede com conhecimentos de acontecimentos futuros ou inclusivamente confirmando ou desmentindo certos acontecimentos do filme como tendo ou não acontecido dessa forma. O mesmo acontece com o trailer, como se pode ver abaixo.


    Coincidência ou não, apesar do ar de tótó do "Ian Curtis de 24 Hour Party People", este filme faz um excelente complemento a Control (e vice-versa) e, à semelhança desse, é um filme imperdível para qualquer fã das bandas e estilos musicais mencionados ou de música em geral.

    Ponto da situação:
    I - Juno
    II - Control
    III - About Schmidt
    IV - Le schaphandre et le papillon
    V -Mon Oncle
    VI - Valmont
    VII - Mysterious Skin
    VIII - Tess (1)
    IX - El Cielo Gira
    X -2 Days in Paris
    XI - Climas
    XII - The Last Days
    XIII - L'Esquive
    XIV - 24 Hour Party People
    XV - Europa
    XVI - Land of Plenty (2)
    XVII - Yadon Ilaheyya (2)
    XVIII - The Station Agent (2)
    XIX - L'Enfant (2)
    XX -The Magdalene Sisters (2)


    (1) Assim que encontrar o DVD | (2) Em breve
    13bly