Wednesday, March 31, 2010

(X por Y)^17

X= My Girls dos Animal Collective; Y= Taken By Trees
(renomeada My Boys)
13bly

Tuesday, March 30, 2010

Série Ípsilon VI - Valmont

Deixando para trás a faculdade e os exames, pude enfim retomar a actividade nesta rubrica dedicada aos DVDs da brilhante colecção da revista Ípsilon.
Para além de uma óbvia falta de tempo houve um outro motivo que me levou a demorar a retoma desta rubrica - o próximo filme a ver era um filme de época. Não sou apreciador de filmes de época, em geral aborrecem-me, e portanto andei uns tempos a adiar o visionamento de Valmont, filme de Miloš Forman datado de 1989 e adaptado do romance Les Liasons Dangereuses de 1782, escrito por Choderlos de Laclos. Valmont passa-se, então, numa França de Séc. XVIII mas, apesar disso, a minha heistação inicial acabou por se revelar infundada visto que o filme me agarrou e divertiu desde o início.
O Visconde de Valmont (Colin Firth) dá o nome ao filme apesar de, curiosamente, apenas assumir um papel de relevo quando o filme já vai quase a meio. Valmont é um sedutor cavaheiro da alta sociedade que é, simultâneamente o sonho e pesadelo de todas as mulheres. Este faz uma parelha perfeita com a provocante e manipuladora Marquesa de Merteuil (Annette Benning) e os dois irão aproveitar-se do amor platónico entre a pequena Cécile e o seu professor de harpa, o Cavaleiro de Danceny para mesquinhas vinganças pessoais. Assim, manipulando ora Cécile ora Danceny, Valmont e Merteuil serão as principais forças motrizes da história.

Apesar de as honras de "personagem principal" recaírem sobre Valmont (e portanto sobre Colin Firth), não podia deixar de dizer que achei Annette Benning sublime no papel de Merteuil. O ponto forte do personagem era claramente o seu sorriso e este raramente abandonava o rosto de Benning. Com o seu sorriso, Annette Benning conseguia ser sedutora e provocante mas ao mesmo tempo misteriosa e isso encaixa na perfeição em Merteuil.

Devo ainda referir que apesar do teor sexual do filme este é, na sua maioria, muito discreto. Carregado de insinuações e de momentos de tensão latente, só em duas ou três ocasiões é que se vê de facto alguma consumação dos desejos carnais dos personagens. Tiro o chapéu ao Sr. Forman por isso.


Apesar de não fazer de todo o meu género de filme, Valmont surpreendeu e agradou-me. Não se perde demasiado em futilidades e é bastante mais directo e divertido que grande parte dos filmes de época que já vi. Não será a obra prima de Miloš Forman (será difícil bater Amadeus ou Voando Sobre um Ninho de Cucos) mas é ainda um bom filme.

Em breve: mais filmes da série ípsilon.

13bly

Monday, March 29, 2010

Discos do Baú nº3

A terceira "edição" dos Disco do Baú volta a ser um grande desafio para mim afinal, o que haverá mais para escrever sobre Frank Zappa que não tenha sido já escrito? Provavelmente nada, mas de qualquer das formas vou tentar a minha sorte.

Zappa começou a sua carreira musical com os Mothers of Invention e desde cedo se mostrou altamente satírico e criativo. O seu estilo musical é difícil de catalogar pois uma das coisas que mais o distingue é a sua capacidade de fundir diferentes elementos na mesma música. Não é difícil detectar influências de jazz, blues e rock na música de Zappa, mas dificilmente ele se contentaria com tão pouco. O génio criativo de Zappa é grande demais para cair em estereótipos e, em cada um dos seus trabalhos, quebra barreiras de estilos musicais e utiliza constantemente instrumentos pouco comuns de formas totalmente inovadoras.

HOT RATS
Frank Zappa (1969)

Género - Jazz-fusão
Editora - Bizarre/Reprise
Duração - 47:05
Faixas - 6
  1. Peaches en Regalia (3:38)
  2. Willie the Pimp (9:25)
  3. Son of Mr. Green Genes (8:58)
  4. Little Umbrellas (3:09)
  5. The Gumbo Variations (16:55)
  6. It Must Be a Camel (5:15)
Hot Rats foi o segundo álbum da carreira a solo de Zappa e o primeiro após o fim dos Mothers of Invention. Foi sem sombra de dúvidas um grande passo em frente relativamente aos seus trabalhos passados, passo esse que viria a marcar profundamente a sua música para o futuro. Neste disco, Frank Zappa "deixa para trás" as habituais faixas curtas carregadas de sátira para dar vez a músicas mais longas, estruturadas e complexas carregadas de longos solos e improvisos.

O álbum abre brilhantemente com Peaches en Regalia, uma das faixas mais célebres de Frank Zappa e considerada por muitos como um autêntico hino ao jazz-fusão. A sucessão de instrumentos na faixa dá-se na forma de solos mais ou menos complexos o que confere à peça texturas distintas - há momentos em que podemos jurar detectar influências mediterrânicas mas, minutos depois já tudo tem uma sonoridade inconfundivelmente oriental. O curioso é que estas alternâncias, que à partida poderiam ser incompatíveis, parecem encaixar na perfeição umas nas outras.

O grande destaque do disco vai ainda para a épica The Gumbo Variations, possivelmente a faixa que domina o álbum. São 16 minutos de pura genialidade musical durante os quais se ouvem excêntricos solos de saxofone, violino eléctrico e guitarra. Toda a música soa a uma gigantesca jam session onde Ian Underwood (ao saxofone), Don "Sugarcane" Harris (no violino) e, claro, o próprio Frank Zappa (na guitarra) vão mostrando um pouco do muito que sabem fazer com os respectivos instrumentos.

Willie the Pimp é a única faixa que conta com a presença dotes
vocais. Captain Beefheart emprestou a sua voz calejada para descrever um homem da 'má vida' nesta faixa que acaba por dar o nome ao disco. As influências rock e blues são inegáveis no entanto nem tudo é tão linear pois grande parte da música é um longo solo de guitarra com forte cheiro a improviso. O mesmo acontece com Son of Mr. Green Genes que, apesar de não ser tão marcadamente rock ou blues, mantém os longos e geniais solos de guitarra.

Little Umbrellas é um regresso ao estilo de Peaches en Regalia mas é também, para mim (se é que alguma das músicas de Zappa pode ser considerada desta forma) a música menos interessante do álbum. Essa "falha" (que não chega propriamente a sê-lo) é, no entanto, rapidamente colmatada visto que antecede a já referida The Gumbo Variations. Para encerrar este álbum histórico, Zappa optou por It Must be a Camel - uma música cheia de alternâncias rítmicas e melódicas que parece, de certa forma, reunir um pouco de tudo o que se ouviu ao longo do disco.

Hot Rats é um dos discos mais importantes da carreira de Frank Zappa não só pelo grande passo em frente que representou na sua música mas também pela forma como influenciou todo o panorama musical da época (com repercussões até aos dias de hoje). Frank Zappa foi um dos maiores génios e visionários musicais que o mundo já viu e, portanto, a audição da sua obra deveria ser obrigatória a todos os que dizem gostar de música.

13bly

Saturday, March 27, 2010

Friday, March 26, 2010

Um anúncio

.
CURSO FEITO

Amanhã o 13bly retoma actividade!

13bly

Monday, March 22, 2010

Construir? Construir o que?

Para já nada, mas quiçá em breve...



Esta 6ª feira terei a minha última prova de fogo na faculdade e portanto, nestes dias, o blog vai estar em pausa. No Sábado ou até mesmo na 6ª Feira devo voltar. Até lá deixo-vos na na sempre agradável companhia de Tom Waits.

13bly

Saturday, March 20, 2010

Friday, March 19, 2010

Uma praia de sonho - Beach House @ C.C. Vila Flor

Em 2006 os Beach House deram nas vistas com um álbum homónimo, o primeiro das sua carreira. Em 2008, com Devotion, foram ainda mais aclamados e conquistaram os corações dos melómanos. No início deste ano foi editado Teen Dream, considerado por muitos um dos melhores lançamentos musicais de 2010 cimentando assim uma posição de destaque no panorama musical "indie".
Este duo norte-americano é frequentemente catalogado de "dream pop" - etiqueta que é perfeitamente compreensível dada a sua sonoridade algo atmosférica e evocativa da leveza dos sonhos. Fechar os olhos a ouvir as melodias de Beach House é quase como flutuar por uma praia longínqua e inalcançável.
Perante um auditório quase cheio, Victoria Legrand, Alex Scally e um baterista anónimo subiram ao palco no qual uns guarda-sóis luminosos eram o único instrumento cénico. Conjugados com o efeito já de si onírico da música dos Beach House, os guarda-sóis permitiam imaginar que estávamos numa praia e que, por trás dos músicos, o sol se punha no mar.

Como seria de esperar, o concerto centrou-se em Teen Dream (tocado quase na íntegra), mas músicas como Master of None, Gila ou Heart of Chambers permitiram rápidas visitas aos dois discos anteriores. Também não foi propriamente surpresa que a música mais aplaudida tenha sido a Zebra.
A última faixa de Teen Dream fechou também o concerto - Take Care encarregou-se de encerrar em grande um concerto que passou depressa demais. Esse momento foi apenas superado pela intensidade de 10 Mile Stereo, a última música a ser ouvida no Centro Cultural Vila Flor, já no encore.
Minutos depois do fim do espectáculo, os dois protagonistas da noite juntaram-se aos inúmeros fãs que os esperavam no foyer do CCVF. Com um sorriso no rosto Alex e Victoria foram distribuindo autógrafos assinando tudo o que lhes chegava às mãos.
Uma atitude simpática para terminar em alta uma noite que já de si tinha sido muitíssimo bem passada.

Continuação de bons sonhos, Beach House. Voltem sempre!

13bly

Thursday, March 18, 2010

Soco no estômago

no

Será que vou ter de rumar à Herdade da Casa Branca na primeira semana de Agosto?

13bly

Wednesday, March 17, 2010

De fazer àgua na boca

Depois de invejáveis serões com músicos como os Kings of Convenience, Andrew Bird e St. Vincent, Bon Iver, Patrick Watson (que não encontro o link), Beirut ou os Vampire Weekend, a Blogothéque convidou os Beach House para os seus famosos Soirées de Poche.
(clicar na foto)
Que delícia!
Mesmo a tempo de fazer água na boca para o concerto de amanhã no Centro Cultural Vila Flor em Guimarães.

13bly

Tuesday, March 16, 2010

Doces ruídos - Yo La Tengo @ Casa da Música

A imponente sala Suggia da Casa da Música do Porto encheu-se ontem para receber os Yo La Tengo. Sem quaisquer cenários ou luzes extravagantes, os protagonistas da noite são sinónimo de modéstia tanto em palco como fora dele. Essa discrição que lhes é característica é, aliás, coerente com a sua já longa e firme carreira que, apesar da aclamação crítica, nunca chegou ao "grande público".


Durante cerca de duas horas de concerto, o trio de Nova Jérsia foi rei e senhor daquele "pequeno rock club" - nome que eles próprios jocosamente atribuíram à Casa da Música. Foram duas horas passadas a correr e que souberam a muito pouco. Queixar-me-ia disto certamente, não fosse esse precisamente um dos primeiro indicadores para detectar um excelente concerto.

A actuação centrou-se, como é compreensível, em Popular Songs - álbum editado em 2009 e um dos meus preferidos desse ano - mas houve tempo de sobra para revisitar trabalhos anteriores.

A caminho do concerto, um amigo descreveu os Yo La Tengo como uma mistura de Belle & Sebastian e Sonic Youth. Nunca tinha pensado nisso nesses termos mas, apesar de comparações deste tipo serem sempre algo redutoras, vejo-me obrigado a concordar. A música dos Yo La Tengo é algo inconstante (não digo isto na como algo mau) e tanto consegue soar à doce pop dos Belle & Sebastian como ao caos ruidoso dos Sonic Youth. O concerto espelhou essas duas facetas aparentemente incompatíveis.

Esta comparação é uma forma simplificada de explicar a música dos Yo La Tengo. Sinto, no entanto que eles conseguiram conquistar o seu nicho e definir um estilo próprio afastando-se portanto da maior parte das bandas e evitando que comparações desta natureza os prejudiquem de alguma forma.

(fotos de um concerto em Boston de bradsearles)

Sem qualquer palavra dirigida ao público, a primeira faixa marcou o início do concerto em tons de shoegaze. Não consigo precisar qual foi a música mas senti que o começo foi algo morno para um concerto que, na globalidade, viria a ser tudo menos isso. Os primeiros sinais de calor surgiram logo na segunda música - um dos épicos de Popular Songs. More Stars Then There Are In Heaven ecoou pela sala Suggia em todo o seu esplendor com direito a muita distorção sonora e feedback. A sala estava afogada em barulho, quando de repente todo o ruído desapareceu dando vez ao primeiro momento açucarado da noite (apesar de os ouvidos ainda zumbirem da música anterior). Esta foi a passagem mais brusca

As honras de microfone iam alternando entre os três membros da banda. As músicas cantadas por Ira eram em geral as que cheiravam mais a rock. Exemplos disso são a "zeppelinesca" Here to Fall ou Little Honda. Já as faixas introspectivas como When It's Dark ficavam quase sempre a cargo de Georgia, sua esposa, que aparentava algum desconforto quando os holofotes incidiam sobre ela. Os dois cantaram ainda o bem disposto dueto If It's True.
Ainda nas partes vocais, James McNew, para além de fazer coros em diversas músicas, teve os seus momentos de protagonismo interpretando a bela I'm On My Way, a algo angustiante Stockholm Syndrome ou a divertida Mr. Tough.

Também os instrumentos trocaram largas vezes de mãos e as posições no palco poucas vezes se mantinham de música para música. A imprevisibilidade foi, aliás, uma constante ao longo do espectáculo já que dificilmente se podia antever o que iria acontecer de seguida. Uma explosão sónica de caos (des)controlado? Uma alegre canção pop?
Aconteceu de tudo naquele palco e o concerto acabou escandalosamente rápido (mas surpreendentemente já tinha passado mais de hora e meia). Felizmente ainda havia dois encores na manga para completar as duas horas de concerto.

Dificilmente uma banda com a carreira dos Yo La Tengo (12 álbuns editados) conseguiria tocar todas as músicas que queremos ouvir, no entanto a ausência da You Can Have it All e da I Heard You Looking são, para mim, duas falhas a apontar.

Pode soar a cliché total classificar o concerto como "um dos melhores que já vi" mas a verdade é que, mesmo não tendo sido o concerto de uma vida, foi efectivamente muito bom.

13bly

P.S. -
Se entretanto surgirem fotos de jeito eu actualizo o post.

Monday, March 15, 2010

Tonight is the night!


Logo à noite na Casa da Música do Porto.

13bly

Sunday, March 14, 2010

Terapias musicais

Quem são os dUAS sEMIcOLCHEIAS iNVERTIDAS?

Os dUAS sEMIcOLCHEIAS iNVERTIDAS são um colectivo de terapeutas do ruído sediado em Lisboa. Formaram-se em 2007, quando músicos de diferentes projectos se começaram a juntar em sessões terapêuticas para se libertarem das tensões e frustrações do quotidiano.

Para além dos seus dotes musico-terapêuticos, este grupo tem a particularidade de estar a trilhar um caminho que, na minha opinião, é o caminho certo para o combate à pirataria. Penso que está mais que provado que a pirataria não é combatida com medidas repressivas ou métodos proibitivos - quantos mais entraves forem colocados, mais soluções os piratas arranjam.

O que ainda chateia mais nesse braço de ferro entre as diversas indústrias e os piratas é que, todos os sistemas anti-pirataria acabam apenas por prejudicar quem compra o produto genuíno. Vejam-se os intermináveis avisos de pirataria dos DVDs, ou o caso do jogo Assassin's Creed II que possui um sistema de verificação que obriga o jogador a estar permanentemente ligado ao servidor da Ubisoft. O pior, neste último caso é que, sempre que problemas técnicos afectem os servidores da editora ou dos fornecedores do serviço de internet do jogador, este vê-se impedido de desfrutar de um jogo pelo qual pagou. Já o mesmo não acontece com os piratas e as versões crackadas. No mínimo ridículo... mas avançando para o que realmente me levou a escrever este post.
Muitos artistas e editoras podiam aprender umas coisinhas com os dUAS sEMIcOLCHEIAS iNVERTIDAS pois, no que toca a estas questões que referi, eles dão uma verdadeira lição.
  • Começam por disponibilizar o seu trabalho para download gratuito permitindo que se possa ouvir livremente a sua obra. [EP I, EP II];
  • Comprovada a qualidade da sua música, quem gostar pode comprar a versão física do EP II que, para além de ser limitada a 222 cópias, é artesanal e tem uma capa em tecido cosido à mão e impresso em serigrafia. Tudo isto pela nada exorbitante quantia de 8€.
Assim se conquistam fãs e se combate a pirataria:

produto de qualidade + conceito apelativo + preço convidativo

Eu sei que não são os únicos com iniciativas deste género, principalmente no domínio dos downloads gratuitos, mas fiquei de tal forma fascinado pela edição limitada do EP II que tinha de escrever alguma coisa. Bem hajam dUAS sEMIcOLCHEIAS iNVERTIDAS!

13bly

Saturday, March 13, 2010

Friday, March 12, 2010

XVII Fotograma

fotograma

s. m.,
cada imagem fotográfica de um filme;

 
Kill Bill: Vol.1


13bly

Wednesday, March 10, 2010

Peço desculpa se o blog tem andado mais parado...

... mas isto tem-me comido a cabeça toda.

Aproxima-se um exame importante e não tenho tido tanto tempo para dedicar ao blog. Ainda assim, não pensem que isto está ao abandono: não tenho conseguido ver os filmes da série ípsilon, mas para a semana há Yo La Tengo e Beach House e não vai ser um exame de conclusão de curso que me vai impedir de ir.

13bly

Sunday, March 7, 2010

As festas do amanhã

Em 1966, os Velvet Underground com uma ajudinha da Nico cantavam All Tomorrow's Parties. Entretanto, em '99, os Belle & Sebastian organizavam um festival único no qual apenas actuaram artistas seleccionados e convidados por eles - ficou conhecido como o Bowlie Weekender. Daí para o nascimento do festival All Tomorrow's Parties (ATP) foi um passo e, já em 2010 é editado um DVD de celebração de 10 anos de festival.

A experiência começou em 2000 e continua, com grande sucesso até aos dias de hoje. O ATP é diferente do conceito de festival mais generalizado e surgiu precisamente como alternativa aos grandes festivais de Inglaterra como Reading ou Glastonbury. Mas, de que forma é que o ATP é diferente?
  1. Não tem patrocinadores;
  2. Todas as edições têm um curador que está encarregue de convidar os artistas que vão actuar. Esta função já foi desempenhada, entre outros, pelos Sonic Youth, Explosions in the Sky, Mike Patton, Flaming Lips ou Nick Cave. A existência deste posto GARANTE a qualidade musical no festival;
  3. O festival ocupa as instalações de campos de férias e portanto não há campismo para ninguém. A estadia é realizada em pequenos apartamentos logo os bilhetes também são mais limitados permitindo experiências mais intimistas;
  4. Os artistas e organizadores ficam instalados no mesmo espaço que os fãs dando origem a inúmeros encontros imediatos e concertos quase espontâneos.

Para celebrar o 10º aniversário do evento foi lançado, este ano, um Filme/Documentário/Manta de Retalhos (quando lhe chamo "manta de retalhos", faço-o no bom sentido) e foi mesmo DVD filme que me levou a escrever este post.

O filme é basicamente uma compilação e montagem de imagens recolhidas ao longo das várias edições do festival tanto profissionalmente, pela organização, como de forma amadora, pelos festivaleiros. Em vários momentos ao longo do filme estas imagens e som são ainda misturadas com algumas outras imagens dos campos de férias em tempos passados, ou seja, com as 'festas de ontem'. Isto, conjugado com música moderna produz resultados extremamente divertidos.

Este estilo 'manto de retalhos' é bastante familiar a um dos realizadores, Jonathan Caouette que, em 2007 rendeu Cannes com o Tarnation, um filme que montou quase exclusivamente com base em vídeos caseiros da sua família.


Este filme contém imagens de actuações verdadeiramente emocionantes e que fazem uma inveja tremenda a quem nunca lá esteve. O próprio ambiente vivido na área residencial parece ser bastante apelativo e a proximidade com os artistas é impressionante. Onde mais é que poderemos assistir a Grizzly Bear na praia ou Daniel Johnston na relva?

Declaro este filme obrigatório a todos os que gostam de frequentar festivais e concertos ou que simplesmente gostam de boa música em geral.

13bly

Saturday, March 6, 2010

Thursday, March 4, 2010

Se Deus tivesse um mp3... [14]

... de certeza que esta música estaria lá!

Look here brother,
Who you jivin' with that Cosmik Debris?

Frank Zappa - Cosmik Debris

E porque Zappa é diferente em estúdio e ao vivo ou aliás, porque Zappa é SEMPRE diferente e imprevisível, vale a pena ver um ou dois vídeos desta música a ser tocada em palco.

13bly

Tuesday, March 2, 2010

Ourado

ourar
(oura+ar)
v. intr.,
Ter tonturas.
v. tr.,
Prover ou dotar com ouro.


13 billion lightyears - 70.12 %
Altamont - 22.09 %
Música para Seus Ouvidos - 4.76 %
Minoria Ruidosa - 3.03 %

Agradeço desde já a todos os que votaram em mim e ao Cotonete pelo destaque. Aproveito ainda para dar os parabéns aos meus 'adversários' pelos seus blogs e ainda para relembrar que estão a decorrer os Super Blog Awards e que o 13bly está a concurso na categoria de Cultura e Lazer.

Os votos são muito bem-vindos.
Obrigado a todos!

13bly

Monday, March 1, 2010

"Proto-apocalyptic-hippie-neo-pagan freak fest"

Trying to explain what Burning Man is to someone who has never been to the event is a bit like trying to explain what a particular color looks like to someone who is blind.
O Burning Man é uma espécie de festival que, todos os anos, tem lugar no deserto de Black Rock, Nevada, EUA. Durante a semana na qual decorre o evento nasce, no meio do deserto uma cidade temporária e nela desenvolve-se um mundo paralelo onde nada é impossível.
A chamada Black Rock City é onde tudo acontece.

Pensem como seria juntar, no mesmo espaço, milhares de cientistas loucos a outros milhares de artistas modernos e respectivas invenções igualmente loucas ou instalações e esculturas complexas. Juntem a isso um ritual de pegar fogo a um templo a uma efígie gigante (que obviamente dá o nome ao festival) e tudo o que de mais bizarro consigam imaginar. Tentem agora imaginar como será viver em comunidade com tudo isto durante uma semana.

Ao longo dos mais de 20 anos de existência, o Burning Man cresceu até um nível de quase religiosidade com autênticas peregrinações de devotos que, pela altura do festival, rumam ao estado de Nevada. Mas ninguém vai só para assistir. O objectivo é que todos contribuam, que todos os que vivem naquela comunidade durante uma semana possam dar o seu contributo, por mais estranho que ele possa parecer.


O festival é auto-suficiente e não recebe qualquer tipo de patrocínio ou sequer aceita ligar-se ou ostentar alguma marca comercial, mas a experiência Burning Man vai para além da ausência de patrocínios - no interior do recinto não há nada à venda e tudo o que for necessário para sobreviver àquela semana no deserto deve ser levado pelos festivaleiros ou partilhado entre eles. A componente comunitária é portanto, a par da vertente artística, um dos pontos fortes do festival e, na verdade, dadas as duras condições que o deserto faz o favor de criar, não podia ser de outra forma.

Este evento tinha assunto para uma longa dissertação mas ficam aqui apenas alguns dos pontos essenciais e algumas das fotografias que mais gosto tanto do recinto em si, como das peças de arte ou das pessoas. Se ficaram curiosos há muita mais informação, vídeos e fotografias sobre o Burning Man na internet ao alcance de todos através de uma simples pesquisa. Atrevam-se a saber mais, um dia junta-se um grupo jeitoso e siga tudo pró deserto.

13bly