Saturday, June 28, 2008

E se... ?

... encontrasses, num qualquer banco de jardim, uma máquina fotográfica descartável com um bilhetinho a dizer para tirares as fotos que queiras e que quem ali a deixou passa por lá mais tarde para as revelar?

Parece uma pergunta estranha não parece? Mas tentem responder. O que fariam? Usavam a máquina ou deixavam-na lá ficar? O que fotografavam? Porque o fariam?

Foi precisamente essa a proposta que o site The Plug fez quando deixou uma máquina fotográfica atada a um banco de jardim com a seguinte mensagem:

Good afternoon,
I attached this camera to the ben
ch so you could take pictures. Seriously. So have fun. I'll be back later this evening to pick it up.
Love, Jay / The Plug


Por estranho que possa parecer, ao final do dia, não só a máquina ainda estava lá como todo o rolo tinha sido utilizado. A revelação do rolo trouxe à luz do dia algumas fotos bem engraçadas.

Poderá esta pequena brincadeira servir para estudar o comportamento humano?
Bem, talvez sim talvez não, mas que ao final do dia deve ter sido uma experiência divertida lá isso deve.

















Cliquem aqui para ver mais.


13bly

Wednesday, June 25, 2008

pureza

alvo,
do Lat. albu
adj.,
branco, claro;
fig.,
cândido, inocente, puro;



(ver mais aqui)


13bly

Tuesday, June 24, 2008

Pimbolim é matraquilhos...

... e Heima é casa.

Heima é também o nome de um DVD, criticamente aclamado e publicamente bem recebido, editado pelos Sigur Rós no ano passado quando ainda apenas conhecia esta banda de nome. Actualmente adoro-os e posso afirmar com convicção que este documentário foi uma das experiências audio-visuais mais intensas que já vivi.

Tal como o nome indica, este DVD, acompanha uma série de concertos que os Sigur Rós deram na Islândia após a tour mundial. Ou seja Heima marca o regresso a casa após uma longa viagem.


Visualmente Heima é irrepreensível. As paisagens naturais da Islândia são quase sobrenaturais e hipnotizantes, e os próprios concertos para os quais estas paisagens são palcos estão envoltos num ambiente mágico e sedutor. A nível musical não há muito a dizer, é Sigur Rós. As músicas são inspiradoras, fazem-nos sentir relaxados (o ambiente ajuda), têm uma forte carga emocional e transmitem a sua mensagem sem ser necessário entender a letra.

Com Heima os Sigur Rós transportam-nos para um universo mágico onde tudo é perfeito, onde só há bem estar e boas sensações. Se a música não chegasse o impacto visual e paisagístico, a realização, a fotografia... tudo contribui para o ambiente mágico e relaxante deste filme, tudo encaixa na perfeição para intensificar as emoções sentidas ao longo dos concertos que os Sigur Rós dão na sua própria casa.

Para terminar apenas quero acrescentar que, precisamente quando estou a passar a fase de descoberta para a fase de adoração desta banda, é anunciado um concerto para Portugal.
A não perder:

Sigur Rós
dia 11 de Novembro no Campo Pequeno, Lisboa


13bly

Saturday, June 21, 2008

Solstício de Verão

"Em astronomia, solstício é o momento em que o Sol, durante seu movimento aparente na esfera celeste, atinge a maior declinação em latitude, da linha do equador. Os solstícios ocorrem duas vezes por ano: em 21 de Dezembro e em 21 de Junho. Quando ocorre no verão significa que a duração do dia é a mais longa do ano."
- in Wikipedia
(esquema da incidência solar na Terra no solstício de Verão)

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Eu sei que o Wikipedia não é propriamente a fonte de informação mais credível mas, para a precisão científica pretendida neste post (e em contradição com o nome do blog), serve perfeitamente.

Ora foi então neste dia que os astrónomos dizem ser o maior do ano que eu me cansei do velho visual standard deste blog.
Aproveitei então o fenómeno astronómico e a consequente inversão no andamento da duração dos dias para implementar também aqui algumas mudanças. Escolhi então um visual mais fresco, mais original e (espero eu) mais apelativo. Para além disso vou tentar assumir uma espécie de "compromisso mais sério" e actualiza-lo com maior frequência e com conteúdo mais variado.


13bly

Monday, June 16, 2008

Concertos de bolso


Os "Concerts a emporter" são uma iniciativa do portal francês de música, La Blogotheque, o seu conceito passa por colocar desafios a músicos (uns mais conhecidos do que outros) e pô-los a tocar em situações invulgares. Essas situações têm normalmente um enquadramento urbano e os palcos desses pequenos concertos são frequentemente ruas, praças ou esplanadas. É dessa característica ambulante que estes concertos ganham o seu nome. "Concert a emporter" traduz-se um pouco literalmente como "concerto de se trazer" (por casa ou no bolso talvez) ou, utilizando uma outra expressão estrangeira (mas bem nossa conhecida) "concertos take-away".

La Blogotheque aproveita frequentemente a passagem das bandas por Paris (cenário de muitos dos concertos) para lhes lançar o desafio e por esses "palcos parisienses" já passaram bandas como por exemplo Arcade Fire, The Kooks, Animal Collective, The Shins, Beirut, José Gonzaléz, Vampire Weekend, R.E.M., The National apenas para citar algumas das mais conhecidas. Esta iniciativa já conta com um arquivo de quase 100 concertos todos eles de artistas diferentes, a maior parte deles artistas emergentes no universo musical alternativo.

Depois de Taratata, mais uma iniciativa musical de valor vinda de la France. É de facto muito engraçado ver bandas como por exemplo os Arcade Fire com tantos elementos, sujeitarem-se a tocar num elevador todos apertados, ou então os Beirut a tocar com auxílio de contentores do lixo, ou até mesmo os Animal Collective num carrinho de super-mercado.
É bom ver artistas de sucesso a tocar por prazer e a divertirem-se genuinamente como um vulgar músico de rua e a mostrar que são, afinal pessoas normais como nós.

Apenas me resta agradecer à Blogotheque pelos belos concertos que nos proporciona e ao mesmo tempo por nos fazer parecer tão próximos de alguns dos artistas que admiramos. Quem sabe um dia destes não me cruzo com algum deles


13bly

Sunday, June 15, 2008

Be Kind Rewind


Apesar de o ano ainda ir a meio Be Kind Rewind foi, para mim, arrisco-me a dizer a desilusão do ano...
Admiro o trabalho do realizador Michel Gondry, tanto o Eternal Sunshine of the Spotless Mind como o La Science des Rêves são óptimos filmes e com uma excelente realização, mas este filme desapontou-me e não me parece que tenha sido pelas expectativas elevadas que tinha.



Este filme conta a história de um clube de vídeo de pequena dimensão que se manteve fiel ás velhinhas VHS e quer sobreviver contra as grandes cadeias de alugues de DVD. A certa altura devido a um incidente com um gerador o Jack Black (de quem eu não sou grande fã) ficou magnetizado e acabou por acidentalmente desmagnetizar todas as fitas apagando o seu conteúdo. Assim, sem outra alternativa e para manter o clube de vídeo, Jack Black e Mos Def começaram a fazer as suas próprias versões improvisadas dos filmes pedidos pelos clientes. Essas versões rapidamente fizeram sucesso.

Be Kind Rewind apenas consegue cativar nas cenas de "suecada", ou seja quando eles estão a improvisar filmes conhecidos com recursos limitados. É nessas cenas que se vê a imaginação e engenho da equipa criativa por detrás deste filme. Mas, o filme não é só isso e tudo o que está entre esses pontos altos chega a ser até aborrecido e a história parece não "ir a lado nenhum".
Todas as situações parecem muito forçadas e os momentos dramáticos ou que deveriam causar algum impacto no espectador saem sem qualquer tipo de emoção.


Ao longo do filme o espectador não se importa com o que acontece ou pode acontecer aos personagens. Ao contrário do que acontece nos outros filmes de Gondry, em Be Kind Rewind não se estabelece nenhum tipo de relação com os personagens.


13bly

Monday, June 9, 2008

Chuck Palahniuk


Chuck Palahniuk, escritor contemporâneo norte-americano de 46 anos, cuja obra foca e satiriza a sociedade de uma forma verdadeiramente mordaz e corrosiva. É mais conhecido pelo seu romance Fight Club (Clube de Combate), que originou o filme de culto com o mesmo nome, mas o seu legado não fica por aí.

Para dizer a verdade ainda não explorei a sua obra devidamente. Apenas li o Survivor e, como quase toda a gente, vi a brilhante adaptação de David Fincher, Fight Club.
Apesar do meu conhecimento da obra de Palahniuk ser ainda relativamente superficial já vai dando para ter uma noção bastante clara da temática com que Palahniuk faz a sua magia e do tipo de escrita que ele usa para tal.
Palahniuk domina uma escrita inteligente sem que para isso tenha que utilizar linguagem complicada. Tudo é dito de forma objectiva, fluída e corrente.

As histórias com que este autor de culto nos presenteia incluem situações bizarras recheadas de um humor negro verdadeiramente ácido e que personificam e ridicularizam as inúmeras características da sociedade que ele pretende retratar. Estas podem ser o consumismo, o fanatismo religioso, o sistema educativo, a política, os padrões de beleza... Palahniuk quebra todos esses preconceitos e derruba todas as barreiras. A leitura de uma obra dele é uma experiência única, as palavras transportam um impacto visual enorme e chegam a chocar com a sua estranheza e frontalidade sem qualquer tipo de rodeios ou eufemismos.

Só para que dar uma noção da bizarrice do universo Palahniuk, e não falando no hino ao anti-capitalismo que é o Fight Club deixo alguns exemplos:
  • Survivor (Sobrevivente) - Um membro de um culto religioso fanático que pratica suicídio em massa, abandona o seu culto e cria uma espécie de linha de ajuda ao suicídio (no sentido de incentivar as pessoas a suicidarem-se, não o contrário) daí torna-se um guia espiritual para toda a nação a apregoar orações como: A Oração Para Atrasar o Orgasmo ou para Prevenir a Queda de Cabelo entre outras). O desencadear dos eventos leva a que ele sequestre um avião comercial sendo que é precisamente nesse ponto que começa a narração.
  • Invisible Monsters (Monstros Invisíveis) - Uma modelo que tem tudo na vida (carreira, namorado, amigos etc) tem um acidente de viação e fica desfigurada e a vida dela fica do avesso. O namorado foge com a melhor amiga e ela acaba por conhecer um transexual (prestes a fazer a operação final) que a ajuda.
  • Choke (Asfixia) - Um viciado em sexo que vai a sessões de apoio para o seu vício e cujo melhor amigo é um "masturbador crónico" simula asfixias com bocados de comida em restaurantes de topo para evitar pagar as contas.
Isto apenas para citar alguns dos pormenores. Todos os seus livros têm o seu quê de bizarro e mesmo os que citei vão bastante para além destes pequenos sumários. Vou apenas mencionar o seu último livro, lançado este ano:
  • Snuff - Cassie Wright é uma actriz pornográfica que decide terminar a sua carreira a bater um recorde mundial e fazer um filme com no qual tem relações com 600 homens. A narração oscila entre as perspectivas do nº 73, nº 137 e o nº 600.
Quem quiser ver alguns dos trabalhos dos dessa "actriz", como promoção para o filme foram de facto criados trailers e entrevistas com a actriz. Atrevo-me a dizer que estão geniais.
The Wizard of Ass | Twilight Bone | Chitty Chitty Gang Bang
Cassie Wright entrevistada pelo próprio Palahniuck: Parte 1 | Parte 2 | Parte 3


Fica então a sugestão para quem gostar de coisas diferentes, "não formatadas" e ricas em conteúdo. Deixo apenas o aviso: Chuck Palahniuk proporciona uma leitura fácil, mas nem por isso leve.


13bly