Tuesday, August 30, 2011

Monday, August 29, 2011

Festival Paredes de Coura 2011 - Dia 1


Chegou enfim o primeiro dia oficial de festival e com ele chegou também o concerto mais aguardado desta edição - os Pulp. Mas desengane-se quem pensa que o primeiro dia se poderia resumir a esse concerto - no dia 18 de Agosto houve mais do que Pulp em Paredes de Coura.

18 AGOSTO'11
O PRIMEIRO DIA


A magnífica banda inglesa liderada por Jarvis Cocker é um dos ícones pop dos anos 90 e era também o destaque claro desta edição do Festival Paredes de Coura. Recentemente reunidos para uma série de concertos não havia melhor síto em Portugal para receber os Pulp. Depois da memorável passagem de Jarvis (então a solo) pelo festival em 2009 o regresso parecia quase inevitável e se já então o concerto teve a sua magia agora, com os inúmeros hinos de Pulp na bagagem, a coisa piou bem mais fininho.

Depois de o que pareceu uma eternidade de mensagens provocatórias projectadas a laser, foi com o sugestivo Do You Remember the First Time? que os Pulp abriram o seu concerto. Enquanto estiveram em palco assistiu-se a um verdadeiro desfilar de hinos com maior ou menor teor erótico: Jarvis Cocker sempre em grande forma naquele seu conhecido papel entre um gentleman, um boémio e um intelectual assume as rédeas do espectáculo como só ele sabe. É óbvio que Disco 2000 e Common People não podiam faltar à festa - foram até talvez os momentos de maior celebração - mas, neste alinhamento quase perfeito - digo quase porque nunca dá para tocar todas e senti particularmente falta da Underwear - não faltou Pencil Skirt, This is Hardcore, F.E.E.L.I.N.G. C.A.L.L.E.D. L.O.V.E., Something Changed, Bar Italia, Babies ... enfim, mais valia chapar aqui com a toda a setlist do que tentar fazer destaques. Mais do que um dos concertos do festival, este foi um dos concertos da minha vida.

Apesar do arrebatador concerto de Pulp quase fazer esquecer que nesse dia houve mais música em Paredes de Coura a verdade é que, como disse acima, houve mais a reter naquele fim de tarde e noite do dia 18 de Agosto de 2011. Ora então muito rapidamente:
  • Crystal Stilts abriram o dia com um bom concerto embora o mais certo seja que não perdure muito tempo na minha memória.
  • Twin Shadow foi para mim uma das surpresas deste festival. Com uma sonoridade mais apoiada no rock do que esperava, George Lewis Jr. e a sua banda deram um concerto carregado de energia e pareceram conquistar uma série de novos fãs.
  • Ouvi muitas opiniões contrárias à minha relativamente ao espectáculo das Warpaint. Em boa verdade confesso que nunca simpatizei com as meninas - de cada vez que tentava ouvir o álbum os olhos ficavam-me pesados e era tomado por uma sensação de sono indescritível. Embora ao vivo as meninas consigam brilhar um bocadinho nos instrumentais alongados de alguns temas, no geral, a minha vivência do concerto não foi muito diferente da do álbum. Vou dizer isto de uma vez por todas e deixar uma legião de fanboys aborrecidos comigo - acho as Warpaint uma banda aborrecida e desenxabidas, nunca percebi o furor à volta delas. O concerto em Paredes de Coura, esse, apenas reforçou a minha opinião.
  • Blonde Redhead eram para mim uma das bandas mais aguardadas deste festival. Apesar de não conhecer muito bem o percurso da banda (já contam com quase 20 anos de carreira) há uns anos apaixonei-me por 23 - o seu álbum de 2007. Ao vivo o trio de surpreenderam-me e acabei por gostar ainda mais do que esperava. Pelas reacções de amigos e de outras pessoas pareceu-me consensual que Kazu Makino e os gémeos Pace deram um dos concertos da noite.
  • Depois de Pulp não se podia perder o andamento. Carregados de energia e com ritmos muito dançáveis os espanhóis Delorean animaram (e bem) a festa no palco after-hours. Foi para mim a maior das surpresas da noite.
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Outros dias: Dias 0 | Dia 1 | Dia 2 | Dia 3
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13bly

Sunday, August 28, 2011

Saturday, August 27, 2011

avulso - vem devagar (leva tudo)

avulso (latim avulsus, -a, -um, separado, arrancado)
adj.
isolado, solto, desconexo, desirmanado.
Filho da Mãe
Contexto - Bodyspace au Lait
Local - Café au Lait, Porto
Data - 27 Jun 2011
13bly

Wednesday, August 24, 2011

Festival Paredes de Coura 2011 - Dias 0


"Do you remember the first time?" perguntaram os Pulp quando subiram ao palco. "A primeira vez nunca se esquece" ouvi alguém dizer tão sabiamente, embora em momentos totalmente distintos, a uma estreante no Festival Paredes de Coura. Sim, é verdade que a primeira vez não se esquece, mas isso não quer dizer que em edições posteriores o festival não se supere. Dito isto espero que o que se segue fique bem claro: esta foi a melhor edição do Festival Paredes de Coura a que já fui.

Contráriamente à edição do ano passado - e mesmo sem aqueles nomes sonantes que gostamos de ver a letras grandes no alinhamento - este cartaz estava recheadinho de bons motivos para marcar presença. Aliás, quase todo o cartaz (salvo raras excepções), era pautado por uma coerência e bom gosto bastante acima do que vinha sendo habitual. Se o mais saudosistas não podiam esperar por Pulp os vanguardistas aguardavam ansiosamente os Battles. Se as gentes do indie tinham os olhos postos em Two Door Cinema Club e o pessoal do rock nos Mogwai ou nosDeath From Above 1979, os amantes da electrónica deliciavam-se com Delorean ou Crystal Castles. Até a malta do pop encontrava o seu refúgio em Marina & The Diamonds!

16 AGOSTO'11
SHOWCASE LOVERS & LOLLYPOPS


A Lovers & Lollypops é uma das editoras/promotoras nacionais mais proliferas do momento. Sob a sua alçada tem algumas bandas que andam aí a dar cartas das quais destaco os Long Way to Alaska e os Black Bombaim. Para meu azar os Long Way to Alaska não actuavam nessa noite e perdi quase todo o concerto de Black Bombaim por ter chegado tarde ao recinto. Sobraram-me uns Larkin por quem não nutro especial carinho e uns Mr. Miyagi que, apesar de terem conseguido bons momentos não me convenceram. Ah e, claro, o DJ Nuno Lopes que neste seu regresso a Coura animou a malta noite adentro com música chunga. Foi portanto uma noite algo desinteressante e sem destaques óbvios mas, uma vez que era à pala também não me posso queixar.

17 AGOSTO'11
RECEPÇÃO AO CAMPISTA


Visto que, mais uma vez, cheguei tarde ao recinto (pese embora o atraso desta vez ter sido propositado), vou passar à frente o concerto do Quarteto de Bolso, banda que teve as honras de abertura do palco na noite da recepção. Eram já muitos os que estavam no recinto à hora que entrei e foi então que notei um dos grandes erros cometidos na organização deste ano. A recepção ao campista fazia mais sentido quando eram 'poucos' os que chegavam ao festival mais cedo e lá tocavam algumas bandas com 'menos expressão' (ou pelo menos sem o culto que os Crystal Castles arrastam). O que hoje se verifica é que cada vez mais gente vai mais cedo - este ano isso foi mais visível do que nunca. Com toda essa afluência o espaço disponibilizado torna-se pequeno pois, no fundo, está a concentrar-se quase a totalidade de público de festival em menos de metade do recinto. A meu ver os concertos da recepção ao campista já têm dimensão e público suficientes para o palco principal mantendo-se no Palco 2 as actuações dos DJs como 'after-hours' da recepção. Um ponto a rever.

O segundo a pisar o palco foi Omar Souleyman - a vedeta síria que com a sua música étnica tem causado furor por alguns dos grandes festivais de música mundiais. Se à presença de um apresentador juntarmos a atitude parada de Omar - contrastante com a sua música - e uma forma estranha de bater palmas e incentivar o público o resultado é um espectáculo no mínimo bizarro e uma actuação que parece totalmente deslocada. Felizmente que a boa disposição (alimentada ou não por álcool ou outras substâncias) ajuda a digerir tudo isso fazendo do concerto uma festa desenfreada. O problema é quando a boa disposição (aqui em particular pode ler-se 'álcool') não é suficiente para levar a festa adiante e se torna difícil de suportar depois da 3ª música-que-soa-igual-a-todas-as-anteriores - foi este o meu caso. Foi uma experiência engraçada pelo factor kitsch mas não uma experiência a repetir.

Num dos maiores erros de alinhamento que já vi, a inglória tarefa de actuar entre Omar Souleyman e os Crystal Castles coube aos ingleses Wild Beasts. Talvez por causa da posição que ocupavam no alinhamento o concerto pareceu-me bastante morno. Só lá mais para o fim - talvez nos últimos 3 temas (dos quais destaco a incrível Hooting & Howling) - me consegui render ao quarteto de Kendal com o qual já simpatizava. O restante público pareceu partilhar este meu entusiasmo final e os rapazes abandonaram o palco visivelmente satisfeitos com a recepção.

Para fechar a noite (bem, pelo menos antes dos DJs aos quais nunca ligo nenhuma) estava agendado o regresso dos Crystal Castles ao palco que, em 2007, os estreou em Portugal. Desde essa estreia que o enérgico duo canadiano 'passa cá a vida', são uma daquelas bandas de estimação do país e têm uma legião de fãs fieis que os acompanham quase com devoção. Não vou fingir que os Crystal Castles são a minha praia - não o são de todo - mas é inegável que Alice Glass e Ethan Kath (que trouxeram com eles um baterista) sabem dar um espectáculo. Em 2007 senti o concerto como uma epifania, foi um abanão. Os saltos e gritos descoordenados de Alice sobre uma sinfonia caótica representaram então todo um mundo novo que eu desconhecia e lembro-me perfeitamente de ficar vidrado durante os rápidos 15-20 minutos de concerto. Hoje, em 2011 já não senti nada disso, foi giro mas não foi transcendente. Ainda assim a massa humana aos saltos em frente ao palco não deixa mentir, o concerto foi um sucesso e uma maneira brilhante de terminar a noite zero do festival.
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Outros dias: Dias 0 | Dia 1 | Dia 2 | Dia 3
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13bly

P.S. - Regressado a meados de Agosto o festival volta a 'sobrepor-se' de certa forma às festas da vila. O ambiente que aí se vive é uma das coisas que se perdeu com a mudança de datas e foi realmente muito bom voltar a ele.

Monday, August 22, 2011

Watch out!


Watch your thoughts; they become words.

Watch your words; they become actions.

Watch your actions; they become habits.

Watch your habits; they become character.

Watch your character; it becomes your destiny.

13bly

Saturday, August 13, 2011

mixtape número setenta e sete

Ou: "Até já! Vou para Paredes de Coura!"

13 músicas para o festival

Volto para a semana com histórias para contar. Até lá deixo acima uma pequena selecção de temas que irão certamente marcar esta edição do Festival Paredes de Coura e que anseio ouvir ao vivo. Até breve!

13bly

Wednesday, August 10, 2011

Cair pelo buraco do coelho

Pogo é o nome artístico de Nick Bertke, um jovem artista que pega em clássicos de cinema e cria música com os sons do próprio filme. Alice é um dos mais entusiasmantes exemplos disso, não só pela música ter ficado bem agradável e provocar alguns bichinhos carpinteiros, mas porque encaixa perfeitamente no universo non-sense que Lewis Carroll criou há quase 150 anos (e que a Disney recriou há sensívelmente 60).


Ver este vídeo com recurso ao Yooouuutuuube dá-lhe uma dimensão ainda mais fantástica.

Mary Poppins, O Senhor dos Anéis, Harry Potter e O Feiticeiro de Oz contam-se entre alguns dos filmes que Pogoremixou. Vale a pena espreitar o site e vasculhar a fundo os muitos vídeos que ele partilha onde inclusivamente se pode ver o processo criativo de algumas destas peças. Para além disso Pogo oferece muitas das suas músicas para download pelo método "pague o que quiser" e com 0€ como opção válida. É de aproveitar!


13bly

Tuesday, August 9, 2011

Audiovisual X - Datamoshing

audiovisual
adj. 2 gén.,
relativo simultaneamente à audição e à visão;
que associa som e imagem no processo de comunicação;
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【Vídeo: Charlie Visnic】 【Música: Mande Burung by Odelia

"Now that television transmissions have gone completely digital you have probably seen this effect before. You’re watching TV and then suddenly the image freezes. Then, instead of glitching back to the next shot, its as if the next shot appears to be wearing the information from the previous shot. It’s a surreal effect that can be hard to explain.”
13bly

Wednesday, August 3, 2011

Tuesday, August 2, 2011

avulso - meu sonho tem boca (que o digam meus ossos)

avulso (latim avulsus, -a, -um, separado, arrancado)
adj.
isolado, solto, desconexo, desirmanado.
Manel Cruz
(Foge Foge Bandido)

Contexto - Concerto de despedida
Local - Casa das Artes, Famalicão
Data - 2 Jul 2011
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