A terceira "edição" dos Disco do Baú volta a ser um grande desafio para mim afinal, o que haverá mais para escrever sobre Frank Zappa que não tenha sido já escrito? Provavelmente nada, mas de qualquer das formas vou tentar a minha sorte.
Zappa começou a sua carreira musical com os Mothers of Invention e desde cedo se mostrou altamente satírico e criativo. O seu estilo musical é difícil de catalogar pois uma das coisas que mais o distingue é a sua capacidade de fundir diferentes elementos na mesma música. Não é difícil detectar influências de jazz, blues e rock na música de Zappa, mas dificilmente ele se contentaria com tão pouco. O génio criativo de Zappa é grande demais para cair em estereótipos e, em cada um dos seus trabalhos, quebra barreiras de estilos musicais e utiliza constantemente instrumentos pouco comuns de formas totalmente inovadoras.
Zappa começou a sua carreira musical com os Mothers of Invention e desde cedo se mostrou altamente satírico e criativo. O seu estilo musical é difícil de catalogar pois uma das coisas que mais o distingue é a sua capacidade de fundir diferentes elementos na mesma música. Não é difícil detectar influências de jazz, blues e rock na música de Zappa, mas dificilmente ele se contentaria com tão pouco. O génio criativo de Zappa é grande demais para cair em estereótipos e, em cada um dos seus trabalhos, quebra barreiras de estilos musicais e utiliza constantemente instrumentos pouco comuns de formas totalmente inovadoras.
HOT RATS
Frank Zappa (1969)
Frank Zappa (1969)
Género - Jazz-fusão Editora - Bizarre/Reprise Duração - 47:05 Faixas - 6
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Hot Rats foi o segundo álbum da carreira a solo de Zappa e o primeiro após o fim dos Mothers of Invention. Foi sem sombra de dúvidas um grande passo em frente relativamente aos seus trabalhos passados, passo esse que viria a marcar profundamente a sua música para o futuro. Neste disco, Frank Zappa "deixa para trás" as habituais faixas curtas carregadas de sátira para dar vez a músicas mais longas, estruturadas e complexas carregadas de longos solos e improvisos.
O álbum abre brilhantemente com Peaches en Regalia, uma das faixas mais célebres de Frank Zappa e considerada por muitos como um autêntico hino ao jazz-fusão. A sucessão de instrumentos na faixa dá-se na forma de solos mais ou menos complexos o que confere à peça texturas distintas - há momentos em que podemos jurar detectar influências mediterrânicas mas, minutos depois já tudo tem uma sonoridade inconfundivelmente oriental. O curioso é que estas alternâncias, que à partida poderiam ser incompatíveis, parecem encaixar na perfeição umas nas outras.
O grande destaque do disco vai ainda para a épica The Gumbo Variations, possivelmente a faixa que domina o álbum. São 16 minutos de pura genialidade musical durante os quais se ouvem excêntricos solos de saxofone, violino eléctrico e guitarra. Toda a música soa a uma gigantesca jam session onde Ian Underwood (ao saxofone), Don "Sugarcane" Harris (no violino) e, claro, o próprio Frank Zappa (na guitarra) vão mostrando um pouco do muito que sabem fazer com os respectivos instrumentos.
Willie the Pimp é a única faixa que conta com a presença dotes vocais. Captain Beefheart emprestou a sua voz calejada para descrever um homem da 'má vida' nesta faixa que acaba por dar o nome ao disco. As influências rock e blues são inegáveis no entanto nem tudo é tão linear pois grande parte da música é um longo solo de guitarra com forte cheiro a improviso. O mesmo acontece com Son of Mr. Green Genes que, apesar de não ser tão marcadamente rock ou blues, mantém os longos e geniais solos de guitarra.
Little Umbrellas é um regresso ao estilo de Peaches en Regalia mas é também, para mim (se é que alguma das músicas de Zappa pode ser considerada desta forma) a música menos interessante do álbum. Essa "falha" (que não chega propriamente a sê-lo) é, no entanto, rapidamente colmatada visto que antecede a já referida The Gumbo Variations. Para encerrar este álbum histórico, Zappa optou por It Must be a Camel - uma música cheia de alternâncias rítmicas e melódicas que parece, de certa forma, reunir um pouco de tudo o que se ouviu ao longo do disco.
Hot Rats é um dos discos mais importantes da carreira de Frank Zappa não só pelo grande passo em frente que representou na sua música mas também pela forma como influenciou todo o panorama musical da época (com repercussões até aos dias de hoje). Frank Zappa foi um dos maiores génios e visionários musicais que o mundo já viu e, portanto, a audição da sua obra deveria ser obrigatória a todos os que dizem gostar de música.
13bly
O álbum abre brilhantemente com Peaches en Regalia, uma das faixas mais célebres de Frank Zappa e considerada por muitos como um autêntico hino ao jazz-fusão. A sucessão de instrumentos na faixa dá-se na forma de solos mais ou menos complexos o que confere à peça texturas distintas - há momentos em que podemos jurar detectar influências mediterrânicas mas, minutos depois já tudo tem uma sonoridade inconfundivelmente oriental. O curioso é que estas alternâncias, que à partida poderiam ser incompatíveis, parecem encaixar na perfeição umas nas outras.
O grande destaque do disco vai ainda para a épica The Gumbo Variations, possivelmente a faixa que domina o álbum. São 16 minutos de pura genialidade musical durante os quais se ouvem excêntricos solos de saxofone, violino eléctrico e guitarra. Toda a música soa a uma gigantesca jam session onde Ian Underwood (ao saxofone), Don "Sugarcane" Harris (no violino) e, claro, o próprio Frank Zappa (na guitarra) vão mostrando um pouco do muito que sabem fazer com os respectivos instrumentos.
Willie the Pimp é a única faixa que conta com a presença dotes vocais. Captain Beefheart emprestou a sua voz calejada para descrever um homem da 'má vida' nesta faixa que acaba por dar o nome ao disco. As influências rock e blues são inegáveis no entanto nem tudo é tão linear pois grande parte da música é um longo solo de guitarra com forte cheiro a improviso. O mesmo acontece com Son of Mr. Green Genes que, apesar de não ser tão marcadamente rock ou blues, mantém os longos e geniais solos de guitarra.
Little Umbrellas é um regresso ao estilo de Peaches en Regalia mas é também, para mim (se é que alguma das músicas de Zappa pode ser considerada desta forma) a música menos interessante do álbum. Essa "falha" (que não chega propriamente a sê-lo) é, no entanto, rapidamente colmatada visto que antecede a já referida The Gumbo Variations. Para encerrar este álbum histórico, Zappa optou por It Must be a Camel - uma música cheia de alternâncias rítmicas e melódicas que parece, de certa forma, reunir um pouco de tudo o que se ouviu ao longo do disco.
Hot Rats é um dos discos mais importantes da carreira de Frank Zappa não só pelo grande passo em frente que representou na sua música mas também pela forma como influenciou todo o panorama musical da época (com repercussões até aos dias de hoje). Frank Zappa foi um dos maiores génios e visionários musicais que o mundo já viu e, portanto, a audição da sua obra deveria ser obrigatória a todos os que dizem gostar de música.
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