... everything would appear as it is - infinite”
- William Blake
- William Blake
The Doors são indiscutivelmente uma das bandas mais importantes da história da música e uma das minhas favoritas. Muita tinta já correu sobre o quarteto de Los Angeles encabeçado pelo lendário Jim Morrison - desde artigos, crónicas, livros, documentários e até uma longa metragem de Oliver Stone que não tem grande fama entre os fãs da banda.
Surge agora When You're Strange - nome retirado da letra de People Are Strange, uma das minhas músicas favoritas. Este novo documentário gaba-se de contar a 'verdadeira história dos Doors' que foi algo deturpada no filme de Stone. Ray Manzarek, o homem dos teclados dos Doors, afirma até que este filme seria o 'anti-Oliver Stone'.
Surge agora When You're Strange - nome retirado da letra de People Are Strange, uma das minhas músicas favoritas. Este novo documentário gaba-se de contar a 'verdadeira história dos Doors' que foi algo deturpada no filme de Stone. Ray Manzarek, o homem dos teclados dos Doors, afirma até que este filme seria o 'anti-Oliver Stone'.
O documentário não é feito apenas de gravações de actuações dos Doors, está ainda recheado de imagens da intimidade do grupo, algumas delas aparentemente raras e até exclusivas. Há partes que estão mesmo muito boas e que custa a crer que não é um actor a fazer de Jim no entanto, nenhuma das cenas foi recriada para o filme Nesse sentido When You're Strange é irrepreensível.
A narração é outro dos pontos que distingue este documentário. Aquando da sua primeira exibição no festival de Sundance, o filme foi muito bem recebido mas a narração, então feita pelo realizador Tom DiCillo, recebeu algumas críticas por ser demasiado monocórdica e inexpressiva. Como resposta a essas queixas Johnny Depp substituiu Tom DiCillo na narração e o filme ganhou outra dimensão.
A história, essa já todos os fãs da banda conhecem. É compreensível e penso que até inevitável que, ao contar a história dos Doors, esta se foque principalmente em Jim Morrison. When You're Strange não é excepção, mas não cai em exageros. Tom DiCillo procurou ainda um equilíbrio saudável no retrato que faz a Morrison - nem cria aquela imagem deificada de Jim Morrison o poeta nem foca demasiado Jimbo Morrison (nome que Manzarek deu ao 'lado sombrio' de Jim).
Jim Morrison era uma alma única e os dotes característicos de cada um dos membros dos Doors (as tendências blues e conhecimentos de flamenco de Robbie Kriegger, a educação clássica e identidade própria de Ray Manzarek e o estilo jazz de John Densmore) formaram uma espécie de simbiose que resultou nalguma da melhor música que já viu a luz do dia. Este documentário é, de tudo o que já vi e li sobre os Doors, a obra definitiva no que toca a contar a sua história.
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