Lars von Trier é um realizador excêntrico. Graças a Idioten (1994), pode ser considerado como o principal impulsionador da inclusão de cenas de sexo não simulado em filmes não pornográficos. Europa (1991) também não foi isento de polémicas pois, apesar da boa prestação do filme no Festival de Cannes desse ano (Melhor Contributo Artístico, Grande Prémio Técnico e Prémio do Júri), von Trier abandonou a sala com algum aparato ao saber que não venceu a Palma de Ouro.
Europa pode ser considerado como um filme da II Guerra Mundial (assunto muito frequente no cinema), no entanto a sua temática é pouco explorada. Lars von Trier optou por contar uma história pós-guerra tendo como fundo a reconstrução da Alemanha num ambiente de grande tensão graças aos "Lobisomens" - o último grupo de resistência Nazi.
O protagonista é um jovem descendente de alemães que veio ajudar a Alemanha na sua recuperação e arranja emprego na companhia de comboios Zentropa (nome que foi aliás adoptado pelo filme na sua versão americana). Como revisor de um vagão-cama luxuoso e apesar das suas boas intenções, Leonard Kessel vê-se manipulado por todos à sua volta e acaba por envolver-se em mais uma esquema dos Lobisomens para minar a libertação da Alemanha.
Tanto a nível estético como técnico o filme é uma obra prima. O visual de Europa é muito próprio e deve-se principalmente à misturas de cenas a preto e branco com cenas a cores (dois anos antes de Spielberg o fazer com A Lista de Schindler) aliada à utilização frequente de fundos projectados com os quais os personagens interagem.
A forma como o filme é narrado também é única. Trata-se de um narrador omnipresente que dirige os acontecimentos como uma sessão de terapia fazendo o paciente avançar no tempo na sua memória por hipnose.
O protagonista é um jovem descendente de alemães que veio ajudar a Alemanha na sua recuperação e arranja emprego na companhia de comboios Zentropa (nome que foi aliás adoptado pelo filme na sua versão americana). Como revisor de um vagão-cama luxuoso e apesar das suas boas intenções, Leonard Kessel vê-se manipulado por todos à sua volta e acaba por envolver-se em mais uma esquema dos Lobisomens para minar a libertação da Alemanha.
A forma como o filme é narrado também é única. Trata-se de um narrador omnipresente que dirige os acontecimentos como uma sessão de terapia fazendo o paciente avançar no tempo na sua memória por hipnose.
No meio de todo o perfeccionismo técnico-visual de Lars von Trier, a história acaba por ser, para mim, um dos pontos menos fortes do filme. Apesar de tudo consegue assegurar momentos de tensão e emoção genuínos que, em conjunto com a estética única do filme, proporcionam uma experiência agradável.
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