Depois de tantos anos de rumores acerca de possíveis reuniões que não deram em nada já me tinha conformado com o facto de que nunca iria ter a oportunidade de ver os Belle Chase Hotel em palco. Estava enganado - no final do ano passado reuniram-se para um concerto em Coimbra que rapidamente esgotou e passados uns tempos anunciou-se um segundo concerto, desta vez em Vila do Conde. Era uma oportunidade demasiado perfeita para deixar escapar, até porque talvez surjam mais espectáculos (diz-se por aí que sim), mas talvez não.
Apesar do eterno carimbo de 'promessas', considero os Belle Chase Hotel como (sim, atrevo-me a dizê-lo) banda histórica que, com as suas fusões improváveis, trouxeram uma lufada de ar fresco à música portuguesa no final da década de 90. São muitas vezes injustamente esquecidos e eclipsados por outras bandas que conseguiram reunir um culto mais fiel - não haverá maior prova desse esquecimento do que o facto de a sala do Teatro Municipal de Vila do Conde não ter esgotado para os receber.
Dizem as 'regras da boa crítica' que estas devem ser isentas e objectivas. Se em condições normais já sou incapaz de ser 'bom crítico', menos ainda o sou quando quem está em questão são os Belle Chase Hotel. Mesmo pondo de lado as habituais etiquetas relativas à nacionalidade de projectos musicais, os Belle Chase Hotel são um dos meus favoritos. Não sei ao certo explicar o que me atrai na sua música e porque motivo mexe tanto comigo mas é um facto que são especiais para mim e, como consequência, este concerto também o foi. Não vou então fingir que estou aqui a fazer uma crítica imparcial porque, claramente, não serei capaz disso.
Depois de, há semanas, ter visto JP Simões a solo, foi bom confirmar que, como 'líder' dos Belle Chase Hotel ele se mantém igual a si mesmo. Algo tímido no início do concerto, não tardou a por-se mais à vontade e, sempre recorrendo a ironias, começar a disparar eloquentes piadas e conselhos em diversas direcções. Chegou mesmo a soltar a sua veia teatral ao interpretar vocal e fisicamente algumas músicas (como no dueto com Raquel Ralha na conflituosa Scorpions in Love).
A música dos Belle Chase é uma mescla de inspirações com cheirinhos dos vários cantos do mundo. Desta forma, a noite de Sábado foi prodigiosa em viagens tão facilmente se vivia a bohéme parisienne como se respirava a tropicalidade do Brasil. Talvez tenha sido dos fusos horários mas, no meio de tanta viagem, o tempo passou demasiado depressa e, sem dar por ela, chegou ao fim o espectáculo (e não espetáculo como disse JP no seu habitual tom irónico).
Já disse que sou suspeito para falar e que portanto esta 'crítica' vale o que vale mas a verdade é que tudo me soou muitíssimo bem na noite de Sábado. Desde a linha de baixo mágica de Emotion & Style à intimidade do piano e da voz de JP Simões em Living Room sem esquecer a irónica e divertida Sunset Boulevard ou a magnífica Fossanova que, por incrível que pareça soa ainda mais limpa e tropical ao vivo . Sign of the Crimes fechou em grande uma noite única que irei guardar para sempre na memória, afinal este pode muito bem ter sido um concerto de uma vida!
Apesar do eterno carimbo de 'promessas', considero os Belle Chase Hotel como (sim, atrevo-me a dizê-lo) banda histórica que, com as suas fusões improváveis, trouxeram uma lufada de ar fresco à música portuguesa no final da década de 90. São muitas vezes injustamente esquecidos e eclipsados por outras bandas que conseguiram reunir um culto mais fiel - não haverá maior prova desse esquecimento do que o facto de a sala do Teatro Municipal de Vila do Conde não ter esgotado para os receber.
Depois de, há semanas, ter visto JP Simões a solo, foi bom confirmar que, como 'líder' dos Belle Chase Hotel ele se mantém igual a si mesmo. Algo tímido no início do concerto, não tardou a por-se mais à vontade e, sempre recorrendo a ironias, começar a disparar eloquentes piadas e conselhos em diversas direcções. Chegou mesmo a soltar a sua veia teatral ao interpretar vocal e fisicamente algumas músicas (como no dueto com Raquel Ralha na conflituosa Scorpions in Love).
A música dos Belle Chase é uma mescla de inspirações com cheirinhos dos vários cantos do mundo. Desta forma, a noite de Sábado foi prodigiosa em viagens tão facilmente se vivia a bohéme parisienne como se respirava a tropicalidade do Brasil. Talvez tenha sido dos fusos horários mas, no meio de tanta viagem, o tempo passou demasiado depressa e, sem dar por ela, chegou ao fim o espectáculo (e não espetáculo como disse JP no seu habitual tom irónico).
Os Belle Chase Hotel são: Antoine Pimentel,Filipa Cortesão,JP Simões,João Baptista,Luís Pedro,Marco Henriques,Pedro Renato e Raquel Ralha.
Já disse que sou suspeito para falar e que portanto esta 'crítica' vale o que vale mas a verdade é que tudo me soou muitíssimo bem na noite de Sábado. Desde a linha de baixo mágica de Emotion & Style à intimidade do piano e da voz de JP Simões em Living Room sem esquecer a irónica e divertida Sunset Boulevard ou a magnífica Fossanova que, por incrível que pareça soa ainda mais limpa e tropical ao vivo . Sign of the Crimes fechou em grande uma noite única que irei guardar para sempre na memória, afinal este pode muito bem ter sido um concerto de uma vida!
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