Até há bem pouco tempo não acreditava na FlorCaveira como 'label a sério'. Mesmo depois de tantas vezes a ver ser apelidada de 'uma das melhores coisinhas que aconteceram à música portuguesa' não conseguia gostar do que ela produzia e o 'fenómeno' foi-me passando ao lado.
Os Pontos Negros, um dos estandartes desta editora, nunca me convenceram e, verdade seja dita, continuam sem convencer. B Fachada ou Samuel Úria, Tiago Guillul ou João Coração... para mim era tudo igual e não gostava de nenhum (bem... talvez tolerasse o João Coração melhor do que os outros, uma vez que não desgosto do "Muda que Muda").
Vejo-me no entanto obrigado a rever a minha opinião. Ora, se até este fim-de-semana me considerava céptico relativamente à alegada qualidade artística dos músicos da FlorCaveira, alguns dos mais recentes produtos desta editora viraram-me a cabeça.
(Edit: chegou-me aos ouvidos que este novo disco do B Fachada é edição de autor, mas paciência, fica aqui na mesma visto que pertence à família FlorCaveira)
A maior surpresa de todas foi Diabo na Cruz. Este grupo reúne elementos de vários projectos da FlorCaveira e, juntos, alcançam um equilíbrio perfeito entre o rock e o folclore português.
Esta busca por um compromisso entre o folclore tradicional português e um estilo musical mais moderno torna a comparação com os Deolinda quase inevitável. Realço, no entanto que essa comparação acaba precisamente na aproximação à tradição musical portuguesa visto que os Diabo na Cruz são muito mais do que uma versão rock e masculina a tentar a sua sorte às carrachuchas do sucesso dos Deolinda.
Esta busca por um compromisso entre o folclore tradicional português e um estilo musical mais moderno torna a comparação com os Deolinda quase inevitável. Realço, no entanto que essa comparação acaba precisamente na aproximação à tradição musical portuguesa visto que os Diabo na Cruz são muito mais do que uma versão rock e masculina a tentar a sua sorte às carrachuchas do sucesso dos Deolinda.
Não vou ao ponto de dizer que "os FlorCaveira" são a salvação da música portuguesa (até porque não acredito que ela seja necessária), mas que são uma lufada de ar fresco são.
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