Saturday, October 20, 2007

Robert Rodriguez's "Planet Terror"

Estreou finalmente por terras lusas a segunda parte do projecto duplo Grindhouse dos realizadores Quentin Tarantino e Robert Rodriguez.

Completamente siderado com a primeira parte fui ver a segunda mal me surgiu a oportunidade. Ao contrário do que podem pensar ia com as expectativas um pouco em baixo porque o Robert Rodriguez e a temática deste segundo filme não me inspiravam tanta confiança como o Death Proof e o Tarantino, mas acabei por gostar mais do que estava à espera.

Não me interpretem mal, gostei bem mais do Death Proof, mas o Planet Terror também tem muitos pontos positivos e momentos brilhantes.

Antes de mais, o Planet Terror é um filme de zombies ponto final. Não vale a pena nega-lo e quem quer que diga o contrário está a mentir. A diferença é que é um filme de zombies que pretende satirizar e ao mesmo tempo homenagear os filmes de zombies reunindo nele praticamente todos os clichés que consigam imaginar (o que é uma imagem de marca de qualquer um dos dois filmes do Grindhouse).

Desde um herói com um passado misterioso, mas aparentemente temido por todos a uma heroína que é stripper (stripper não, dançarina ao vivo, é diferente) e anda constantemente com pouca roupa, a objectos que sofrem explosões espontâneas passando por conspirações militares etc.

Mas no meio disso tudo Rodriguez ainda consegue ser original neste filme que já tinha começado a escrever à muitos anos. Digam-me lá outro filme em que a protagonista perde a perna e lhe encaixam lá uma metralhadora!
Rídiculo?! Sim, admito...
Genial?! SIM!!

Um filme onde há uma gaja que tem uma metralhadora na perna NUNCA há-de ser mau!

Acerca da história, não há muito a dizer:
Gás químico (ou lá o que era) -> população infestada -> zombies -> zombies -> gajas -> tiros e explosões -> zombies -> gajas -> gajas -> cena de sexo -> zombies -> zombies.

Tudo isto com algumas cenas de humor pelo meio.

Deve dizer-se que o Rodriguez abusou muito mais do sex-appeal neste filme do que o Tarantino no seu. Apesar de o filme do Tarantino ter um maior número de mulheres a passear-se pelo ecrã, apenas houve uma cena um pouco mais provocante (tirando um ou outro plano "acidental") em Planet Terror, Rodriguez fazia constantemente uso de grandes planos e close-ups das curvas das meninas.
Para além disso a imagem de Planet Terror é muito mais suja e a fita está muito mais "estragada" do que a do Death Proof, sendo que inclusivamente ela salta fora e abranda e chega inclusivamente a parar (curiosamente num close-up da protagonista Rose McGowan numa cena de sexo... coincidencias). Esta versão de Planet Terror também tem uma cena de missing reel (completa com um pedido de desculpas do cinema) a fazer a suave transição entre uma cena de sexo e um tiroteio entre sobreviventes e zombies onde já está tudo a arder e a explodir.

O início do filme oferece também um pequeno brinde um faux-trailer de um futuro filme "a estrear nas salas de cinema", Machete, o trailer estava espetacular e conseguiu reunir todos os esteriotipos e clichés dos filmes desse género.
Lá por ser cliché não implica que seja fácil, tem o seu valor fazer um trailer assim e, devo confessar, se o filme fosse realmente a estrear, eu era bem capaz de o ir ver.

Resumindo e concluindo. Planet Terror foi um filme que me surpreendeu pela positiva e que vale a pena ir ver (desde que não se vá a contar com outra coisa), mas não atinge o génio do Death Proof. No global o projecto Grindhouse é o produto de dois grandes génios contemporaneos do cinema e que vale muito a pena ver e inclusivamente rever mais do que uma vez.


13bly

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