Há por aí um sem número de thrillers que, à boa maneira de Hitchcock, nos tentam tirar a respiração de início ao fim. Poucos são no entanto os títulos que realmente conseguem esse feito. Assim de repente lembro-me de uma mão cheia de títulos recentes que quase parecem definir um sub-género: o primeiro Saw (2004), Hard Candy (2005) ou 127 Hours e Buried, ambos de 2010. Em todos estes filmes os personagens são colocados em situações extremas e num espaço limitado sendo todo o filme (ou quase) passado num estado de tensão elevado.
Este tipo de filmes formam uma espécie de sub-género e, portanto, têm uma série de características comuns algumas das quais (as mais óbvias talvez) enumero de seguida. Realço especialmente Buried e 127 Hours por serem os que vi mais recentemente e por terem portanto despoletado este post.
Apesar de tantos pontos em comum, importa referir que estes filmes são bastante diferentes uns dos outro e proporcionam experiências cinematográficas bem distintas. Sempre tensas, mas distintas. Pode dizer-se ainda que, pelo menos para já, as coisas ainda estão relativamente frescas. Veremos se a imaginação dos cineastas consegue manter algum nível de originalidade no género sem o saturar de ideias recicladas.
13bly
- Ambos os filmes têm um elenco reduzidíssimo que quase se pode dizer que se resume unicamente ao protagonistas (o mesmo se passa com Hard Candy). É uma situação que faz todo o sentido para que a atenção do espectador não se disperse com acontecimentos 'secundários' permitindo um enfoque mais cirúrgico à situação do protagonista;
- Ambos os filmes se passam num espaço confinado no qual os protagonistas estão presos sendo Buried um caso completamente extremo por não se dar ao luxo de poder disfarçar essa 'limitação' com paisagens incríveis como Danny Boyle fez em 127 Hours (poder-se-ia dizer que também Hard Candy e mesmo Saw também se desenrolam apenas num espaço muito limitado ou ainda Phone Booth (2002) do qual acabei de me lembrar);
- Em ambos os filmes os protagonistas enfrentam uma situação de vida ou de morte desesperante e, face a esse desespero, tiveram de amputar uma parte de si em busca da sobrevivência (essa é também a base do primeiro Saw e, embora de uma forma diferente, o mesmo acontece em Hard Candy);
- Em ambos os filmes o factor tempo e a corrida contra ele são verdadeiramente preponderantes. Todo o filme é uma espécie de contagem decrescente extremamente tensa.
Apesar de tantos pontos em comum, importa referir que estes filmes são bastante diferentes uns dos outro e proporcionam experiências cinematográficas bem distintas. Sempre tensas, mas distintas. Pode dizer-se ainda que, pelo menos para já, as coisas ainda estão relativamente frescas. Veremos se a imaginação dos cineastas consegue manter algum nível de originalidade no género sem o saturar de ideias recicladas.
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