Thursday, June 14, 2012

Optimus Primavera Sound 2012 - Dia 1 (07/06/2012)


Fotografias © Hugo Lima

O primeiro dia de Primavera, ainda sem os palcos ATP e Club, viria a ser uma espécie de boas-vindas para os festivaleiros. Sem sobreposição de espectáculos, este foi o dia menos intenso (curiosamente tanto em horários como em espectáculos). Com mais descontracção, foi então possível desfrutar das mantas que a Optimus simpaticamente distribuiu e conhecer melhor o recinto. Essa familiarização com o espaço revelou-se crucial para que, nos dias seguintes e sob a pressão de não perder os concertos que mais queremos ver, não se andasse 'perdido'.

Fragilizado logo à partida com o cancelamento dos Explosions in the Sky, este dia foi pautada por espectáculos mornos. Ainda durante a tarde, foram os StopEstra! quem abriu o festival com um espectáculo curioso mas não mais do que isso (cerca de 100 músicos em palco é, no mínimo, invulgar). De seguida o espanhol Bigott deu um espectáculo sem brilho, mas que lá conseguiu sacar um pézinho de dança ao público com a orelhuda Cannibal Dinner e mesmo a sonoridade atmosférica de Atlas Sound (projecto a solo de Bradford Cox) se revelou pouco regular brilhando nalguns momentos e arrastando-se noutros. Já ao início da noite, foi Yann Tiersen quem deu o primeiro bom concerto do festival. Ainda assim, tomando como comparação um outro espectáculo do galês (na Casa das Artes de Famalicão), posso afirmar que o espaço aberto não favoreceu nada o galês e, não pude deixar de me sentir um pouco desiludido.

Depois de saltar à frente The Drums para jantar, fiquei com pena de não ter prolongado a refeição por mais uma hora. Os Suede deram um concerto que achei francamente aborrecido e sem chama, mas estou certo que haverá por aí muita boa gente disposta a discordar de mim. Nesta noite de aquecimento só mesmo os ritmos fortes dos The Rapture, muito enérgicos em palco, foram capazes de tirar o público do sério e contagia-los com o bichinho da dança. Antes deles, também os veteranos Mercury Rev deram um concerto bem acima da média sagrando-se, para mim, como uma das surpresas/revelações do festival.



Resta-me acrescentar que, tenho cá para mim, este relato seria bem mais emocionado caso os Explosions in the Sky não tivessem cancelado a sua actuação. Mas paciência, afinal o melhor ainda estava para vir e fica sempre no ar a possibilidade de estes gigantes do post-rock agendarem uma nova visita aos palcos portugueses em breve.

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