Saturday, July 28, 2012

Apontamento: Milhões de Festa 2012 @ Barcelos, (22/07/2012)


Ainda não foi desta que consegui ir a todos os dias do Milhões de Festa, mas não ia deixar escapar a oportunidade de (uma vez mais) passar um dia no festival mais cool do país. Sim, é verdade! Correndo o risco de cair em repetição, o Milhões é MESMO um festival diferente. Quem nunca lá foi não entende, mas quem lá esteve (ainda que de visita como eu) sente isso imediatamente.

Tanto o ambiente como o cartaz são, à imagem do festival, únicos e improváveis, mas também sem rival. Um festival para 4000 pessoas é uma experiência muito mais próxima e intensa e, em parte, é aí que reside o charme do Milhões. Aí e na dedicação e empenho da Lovers&Lollypops neste seu filho pródigo. Há realmente muito carinho e uma vontade enorme de fazer mais e melhor, procurando nunca trair a confiança já conquistada.

Num só dia de festival (22 de Julho) bati o pé ao som dos ritmos dos Naytronix (projecto paralelo de alguma malta dos tUnE-yArDs) e dos Memória de Peixe, viagei no turbilhão psicadélico dos Moon Duo e dos Black Gnod (uma parceria especial entre os Gnod e barcelences Black Bombaim), deixei-me embevecer pela pop dos Alt-J ∆, dancei no groove da Discotexas Band (a junção dos talentos de Moullinex, Xinobi e Da Chick) e suei (muito) com o afro-techno (?) dos Shangaan Electro. De referir que tudo isto são bandas das quais ou nunca tinha ouvido falar, ou apenas conhecia por alto, mas das quais fiquei fã.
Nalguns festivais todos estes nomes seriam considerados "incoerentes", mas no Milhões a isto chama-se "versatilidade". No fundo aplicam-se dois pesos e duas medidas, mas como de momento não há outro festival que possa ser colocado no mesmo saco que o Milhões, os critérios também não podem ser os mesmos. Para além disso, a identidade verdadeiramente alternativa do Milhões foi assumida desde sempre pelo que é mais que justo que o festival retire daí alguns frutos.

O Milhões de Festaé daqueles poucos casos que justificam plenamente o hype. Esperemos é que, com tanta atenção e (sejamos honestos) bajulação o festival não se estrague e que, também aí, seja uma excepção à regra. Barcelos agradece e eu também.

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