Se já
Ekstasis (2012) foi o que foi, com
Loud City Songs (2013)
Julia Holter superou-se na capacidade de me arrepiar com a sua música e não tive outra alternativa que não coloca-lo no meu
top 5 de discos de 2013. A sensibilidade de
Holter e das suas ambiências etéreas mexem comigo e alteram o meu estado de espírito de uma forma que quase mais ninguém é capaz. A languidez melancólica de
Hello Stranger (uma esmagadora versão da
diva dos 60s Barbara Lewis) é um dos casos mais flagrantes disso mesmo.
Não há volta a dar-lhe. Arrepio-me sempre que o ouço este tema e se a versão de estúdio já é difícil de descrever, não há realmente palavras para esta versão ao vivo em que
Holter se comove a cantar. Fico inconsolável se por qualquer motivo me interrompem a canção e só ainda não a tinha partilhado aqui porque procurava um momento especial no qual isso fizesse particular sentido. Aconteceu, finalmente, na passada segunda feira.
Horas antes do regresso ao trabalho depois de um fim de semana memorável com amigos especialíssimos que, infelizmente, apenas vejo de longe a longe,
Hello Stranger meteu o dedo na ferida e tocou-me de forma ainda mais intensa do que antes. Acho que a culpa, desta vez, foi das palavras e não dos detalhes sonoros que
Holter espalha nas suas composições.
"Hello stranger, it seems so good to see you back again. How long has it been? It seems like a mighty long time.". Ainda que, no horizonte, já se vislumbre o reencontro, parece sempre demasiado tempo quando temos de nos despedir de bons amigos. Doravante, sempre que me disserem que os estrangeiros não sabem o que é "saudade" vou mostrar-lhes esta música. A
Julia sabe. Sabe muito bem.