Já estou para escrever este post há tempos, pois faz já algumas semanas (meses talvez) que acabei de ler tanto a história principal desta fantástica graphic-novel, como grande parte do seu universo expandido. Infelizmente sempre que tento, não me sinto capaz de exprimir o que sinto por esta obra nem o quão boa ela realmente é.
Talvez a melhor forma de começar seja com um "nunca li nada igual".
The Sandman é a grande obra de Neil Gaiman, um autor inglês de ficção científica e fantástica que não se restringe ao universo das graphic-novels invadindo também o dos romances em prosa, argumentos de filmes e séries ou short-stories.
Esta é uma obra de proporções épicas, recehada de pormenores magníficos. A história principal é fantástica (se calhar já estou a abusar nos adjectivos, mas gosto mesmo disto), todos os personagens são bem estruturados, as histórias secundárias enriquecem em muito a principal, a forma de contar a história é original, os cruzamentos do universo fantástico com o histórico são bem conseguidas, o visual é de cortar a respiração... enfim... há tanto a dizer!
The Sandman conta a história de Dream (que tem um sem número de outros nomes nas mais variadas culturas e mitologias como Morpheus ou Oneiros), o Senhor dos Sonhos, e um dos sete Endless (entidades imortais que governam, cada um e desde sempre, um dos aspectos dos vários mundos).
Dream é a manifestação física os sonhos e histórias, de tudo o que não é real ou, se preferirem, personifica isso mesmo. Os seus irmãos são Destiny, Death, Desire, Despair, Dellirium e um outro que não digo pois só é revelado mais tarde na história. Tal como com Dream os seus nomes auto-explicam o que cada personagem representa e cada um deles está muito bem caracterizado tendo todos a sua história, funções e objectivos.
A mitologia de The Sandman são todas as mitologias do mundo. Os deuses do Olimpo são personagens da história, os deuses nórdicos e egípcios também. Personagens bíblicas e de histórias ou peças de teatro aparecem frequentemente em The Sandman e personagens históricas como William Shakespear, o Imperador Augustus de Roma (sobrinho/filho-adoptivo de Júlio César), Mark Twain, Thomas Paine ou Marco Polo tiveram encontros com Morpheus ao longo da sua vida. Outros personagens do universo DC Comics ou Vertigo também fazem breves aparições como por exemplo o Batman ou John Constantine.
Para além disso há personagens que são sonhos, outras que são pesadelos, há demónios e anjos, o Caos e a Ordem também se manifestam... quebradas as barreiras das mitologias tudo é possível. Há até uma personagem que é um lugar!
E por falar em lugares, Dream, apesar de ser o governante do mundo dos sonhos não se restringe ao seu reino. É frequentemente obrigado a abandona-lo para visitar os mais variados sítios, desde o Inferno à cidade de Asgard, passando pelo 'nosso mundo', pelos reinos dos seus irmãos, por Faerie e pelos sonhos de outras pessoas ou animais.
Na história de Dream, para além dos 'ondes', uma vez que ele é imortal importa muito o 'quando' sendo vários capítulos passados em épocas diferentes. Desde as revoluções francesas ao império romano, passando pelo presente, pela época vitoriana ou pelo periodo colonial na América.
É verdadeiramente impressionante a forma como Neil Gaiman consegue juntar todas estas culturas, lendas ou tradições (...) numa única obra e fazê-lo tão bem.
Não há dúvidas que a história de The Sandman é sobre Dream (o próprio título indica isso), mas nem sempre ele assume um papel principal. Não raras vezes ele é remetido o fundo fazendo apenas aparições breves ou sendo mencionado em histórias. A presença dele faz-se sentir em todos os capítulos, mas nem sempre ele aparece e a isso eu chamo uma excelente capacidade de contar histórias.
O visual da obra varia ao longo dos capítulos conforme o contexto da história. Há capítulos desenhados ao estilo asiático, outros claramente inspirados nas "Mil e Uma Noites", alguns parecem feitos de recortes e colagens é quase impossível aborrecermo-nos com The Sandman. Alguns capítulos parecem telas clássicas com um grau de detalhe impressionante enquanto outros se asemelham a arte abstracta com alguns traços mais agressivos ou imagética menos perceptível, mas é importante realçar que essas transições no estilo da obra não são nunca aleatórias estando sempre justificadas ora num estado de espírito do personagem ora no local onde a acção se passa.
Adorava ter todos os livros da série, mas a cerca de 20€ cada um (são 10 volumes só para a história principal, fora spin-offs e afins) fica um bocadinho fora de orçamento...
Para compensar o facto de que possivelmente nunca irei ter estes livros para saborear, adquiri The Sandman: The Dream Hunters, uma espécie de conto de fadas escrito em prosa por Neil Gaiman como extra à história principal e ilustrado por Yoshitaka Amano (um dos meus artistas favoritos). Matei assim dois coelhos com uma cajadada pois desta forma possuo em simultâneo parte de The Sandman e um livro com as ilustrações magníficas de Yoshitaka Amano (que era algo que já ambicionava há tempos).
The Sandman é uma obra de génio, daquelas que só aparece uma em cada época. Marcou-me profundamente e ainda não perdi a esperança de um dia poder ter todos os livros e reler a obra na íntegra com atenção redobrada a saborear todos os imensos pormenores que Neil Gaiman lhe introduziu com tamanha mestria.
13bly
Talvez a melhor forma de começar seja com um "nunca li nada igual".
Esta é uma obra de proporções épicas, recehada de pormenores magníficos. A história principal é fantástica (se calhar já estou a abusar nos adjectivos, mas gosto mesmo disto), todos os personagens são bem estruturados, as histórias secundárias enriquecem em muito a principal, a forma de contar a história é original, os cruzamentos do universo fantástico com o histórico são bem conseguidas, o visual é de cortar a respiração... enfim... há tanto a dizer!
Dream é a manifestação física os sonhos e histórias, de tudo o que não é real ou, se preferirem, personifica isso mesmo. Os seus irmãos são Destiny, Death, Desire, Despair, Dellirium e um outro que não digo pois só é revelado mais tarde na história. Tal como com Dream os seus nomes auto-explicam o que cada personagem representa e cada um deles está muito bem caracterizado tendo todos a sua história, funções e objectivos.
Para além disso há personagens que são sonhos, outras que são pesadelos, há demónios e anjos, o Caos e a Ordem também se manifestam... quebradas as barreiras das mitologias tudo é possível. Há até uma personagem que é um lugar!
Na história de Dream, para além dos 'ondes', uma vez que ele é imortal importa muito o 'quando' sendo vários capítulos passados em épocas diferentes. Desde as revoluções francesas ao império romano, passando pelo presente, pela época vitoriana ou pelo periodo colonial na América.
É verdadeiramente impressionante a forma como Neil Gaiman consegue juntar todas estas culturas, lendas ou tradições (...) numa única obra e fazê-lo tão bem.
O visual da obra varia ao longo dos capítulos conforme o contexto da história. Há capítulos desenhados ao estilo asiático, outros claramente inspirados nas "Mil e Uma Noites", alguns parecem feitos de recortes e colagens é quase impossível aborrecermo-nos com The Sandman. Alguns capítulos parecem telas clássicas com um grau de detalhe impressionante enquanto outros se asemelham a arte abstracta com alguns traços mais agressivos ou imagética menos perceptível, mas é importante realçar que essas transições no estilo da obra não são nunca aleatórias estando sempre justificadas ora num estado de espírito do personagem ora no local onde a acção se passa.
Para compensar o facto de que possivelmente nunca irei ter estes livros para saborear, adquiri The Sandman: The Dream Hunters, uma espécie de conto de fadas escrito em prosa por Neil Gaiman como extra à história principal e ilustrado por Yoshitaka Amano (um dos meus artistas favoritos). Matei assim dois coelhos com uma cajadada pois desta forma possuo em simultâneo parte de The Sandman e um livro com as ilustrações magníficas de Yoshitaka Amano (que era algo que já ambicionava há tempos).
The Sandman é uma obra de génio, daquelas que só aparece uma em cada época. Marcou-me profundamente e ainda não perdi a esperança de um dia poder ter todos os livros e reler a obra na íntegra com atenção redobrada a saborear todos os imensos pormenores que Neil Gaiman lhe introduziu com tamanha mestria.
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