Esta minha semana de ausência bloguística foi passada em Cós (Κως), uma pequena mas bonita e acolhedora ilha de grega pertencente ao grupo de ilhas Dodecanesas. Infelizmente a minha mobilidade esteve um pouco reduzida e não pude expandir a minha visita a ilhas vizinhas (como Rodes ou Patmos) ou até dar um saltinho a Bodrum na Turquia que fica a uns míseros 4 km de Cós e que aliás, tinha já visitado há uns anos.
Esta pequena ilha (sensivelmente 40 quilómetros de comprimento por 8 de largura) é conhecida como a terra natal de Hipócrates que é frequentemente apelidado de 'o pai da medicina'. A sua importância para a medicina moderna é tal que, ainda hoje os médicos se regem pelas linhas éticas definidas pelo famoso Juramento de Hipócrates. Mas chega de lições de história.
Hoje em dia
Cós é uma ilha ainda relativamente pouco explorada pelo turismo e nota-se que tem tendência a crescer neste sentido. Efectivamente quase todas as suas localidades são pequenas vilas piscatórias ou aldeias no meio de uma imponente montanha que se ergue perto do centro da ilha. Em oposição com essas vilas ainda bastante rurais estão os muitos empreendimentos hoteleiros em construção. De entre as localidades destaca-se a 'capital' que dá o nome à ilha.
Cós (a 'cidade') recebe diariamente dezenas de barcos carregados de turistas, sejam cruzeiros ou ferries oriundos de ilhas próximas ou da Turquia que fica mesmo ali ao lado.
Durante o Verão a ilha é invadida por turistas e as estradas e caminhos de terra ficam recheadas de carros, buggys, moto-quatros e lambretas alugadas. O aluguer de veículos parece até ser o negócio mais frutífero da ilha, pelo menos durante a época turística. Nos restantes 6 meses do ano é como se a ilha hibernasse - quase todos os restaurantes e lojas fecham e a população da ilha reduz-se aos cerca de 30.000 habitantes que recarregam energias para uma nova época de turismo.
Se ignorarmos o relevo consideravelmente mais acidentado,
Cós aproxima-se um pouco do nosso Alentejo - a vegetação, o clima quente e a pachorrentice dos seus habitantes tornam essa comparação possível. Dado o clima, a já referida pachorrentice é compreensível, mas toma contornos hilariantes quando se entra numa loja para comprar um qualquer
recuerdo mais ou menos tradicional e se tem de procurar o lojista para pagar ou se apanha a senhora a dormir ao balcão e esta acorda e dá um grito assustado desatando à gargalhada de seguida. Tirando essa predisposição natural para a moleza, os habitantes de
Cós são extremamente simpáticos e solícitos. Preocupam-se com o turista e mesmo que não falem inglês têm sempre um sorriso e um '
Kalimera' ("Bom dia!" em grego) para dar.
Foi pena não aproveitar a viagem e conhecer ainda que superficialmente outras ilhas ali da redondeza, mas como já disse, as circunstâncias não o permitiram. Foram portanto umas férias um pouco mais paradas do que gostaria e do que estou habituado mas não digo isto em tom de queixa pois ainda assim desfrutei desta belíssima semana e gostei bastante de
Cós. Pode ser que no futuro surja a oportunidade de conhecer mais da Grécia e do seu povo simpático.
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