Historicamente, Fausto foi um alquimista brilhante e a sua vida passou de boca em boca e deu acabou por se transformar numa lenda popular alemã. Essa lenda, por sua vez, despoletou a obra-prima de Goethe. O impacto desta peça de Goethe na cultura mundial é indescritível. Ele influenciou um sem número de escritores, poetas e artistas em geral (neste vasto leque de personalidades inclui-se, por exemplo, o 'nosso' Fernando Pessoa, Schumann e Wagner).
Em 1926 F.W. Murnau adaptou magistralmente Fausto à sétima arte criando um dos pontos altos do expressionismo alemão. Em 2010 os La La La Ressonance re-musicaram o filme e interpretaram essa nova banda sonora em tempo real enquanto o filme era projectado.
Já não é a primeira vez que sessões deste género acontecem na Casa das Artes de Famalicão. Se não estou em erro já por lá passaram outros dois clássicos do cinema fantástico (Frankenstein e Nosferatu - também este de Murnau) com banda sonora reinterpretada ao vivo mas, não sei bem porquê, não estive presente. Desta vez não podia deixar escapar.
Antes de mais importa dizer que fiquei verdadeiramente impressionado com os efeitos especiais do filme. Foi preciso muito engenho e ambição para, em 1926, contar esta história fantástica da maneira que foi contada. Faust está carregado de magia e apesar da sua idade, nas duas horas, de filme os efeitos especiais raramente desiludem. Sim notam-se imperfeições - não há milagres - mas ainda assim parece tudo muito mais genuíno do que a prostituição do CGI que se vê nos dias de hoje - desde os cavaleiros do Apocalipse, ao diabo a espalhar a peste sobre uma cidade (cena que viria a ser praticamente recriada no clássico da Disney - Fantasia), às inúmeras transformações de vários personagens, à viagem na capa voadora... tudo são cenas com um impacto visual incrível, que marcaram a história do cinema e que dificilmente se apagarão da minha memória.
Seria injusto da minha parte não referir - para além dos efeitos especiais e da história fantástica - o fantástico papel de Emil Jannings como Mephisto , o tentador Diabo que seduz Fausto com promessas de juventude eterna. Quase me atrevo a dizer que 'rouba' as atenções nas cenas em que participa, os seus gestos e expressões conferem ao personagem um carácter único e inesquecível e o mesmo pode ser dito do filme em geral.
Seria injusto da minha parte não referir - para além dos efeitos especiais e da história fantástica - o fantástico papel de Emil Jannings como Mephisto , o tentador Diabo que seduz Fausto com promessas de juventude eterna. Quase me atrevo a dizer que 'rouba' as atenções nas cenas em que participa, os seus gestos e expressões conferem ao personagem um carácter único e inesquecível e o mesmo pode ser dito do filme em geral.
Passando para a banda sonora que, no caso de filmes mudos, assume uma importância bem maior. Os La La La Ressonance são uma banda experimental difícil de definir e por isso mesmo são uma aposta interessante para projectos deste género. As músicas apresentam-se completamente transformadas e modernizadas, a fazer lembrar muitas vezes os crescendos de post-rock.
Devo confessar que houve partes em que a banda sonora não se moldava na totalidade ao que acontecia na tela, mas talvez isso acontecesse também na banda sonora original visto que é extremamente difícil musicar um filme na sua totalidade com exactidão fazendo coincidir os sons com as acções dos personagens. Apesar disso a banda sonora nunca se tornou inoportuna e em muitos outros momentos encaixava que nem uma luva nas diversas cenas.
Foi um trabalho louvável destes rapazes de Braga e de todos os que coordenaram (a Casa das Artes de Famalicão e o Cineclube de Joane) este projecto. Assistir a um filme com a banda sonora ao vivo é, no mínimo, uma experiência interessante e, sem qualquer sombra de dúvida, uma experiência a repetir sempre que possível.
Devo confessar que houve partes em que a banda sonora não se moldava na totalidade ao que acontecia na tela, mas talvez isso acontecesse também na banda sonora original visto que é extremamente difícil musicar um filme na sua totalidade com exactidão fazendo coincidir os sons com as acções dos personagens. Apesar disso a banda sonora nunca se tornou inoportuna e em muitos outros momentos encaixava que nem uma luva nas diversas cenas.
Foi um trabalho louvável destes rapazes de Braga e de todos os que coordenaram (a Casa das Artes de Famalicão e o Cineclube de Joane) este projecto. Assistir a um filme com a banda sonora ao vivo é, no mínimo, uma experiência interessante e, sem qualquer sombra de dúvida, uma experiência a repetir sempre que possível.
13bly