Monday, October 18, 2010

Radio killed the radio star


Raramente ouço rádio. Admito que ainda haja programas bons(nomeadamente alguns de autor ou temáticos) mas, de uma forma geral já há muito que perdi a pachorra para 'esta rádio de hoje'. Como tenho leitor de CDs no carro é quase sempre essa a minha opção porque, para além de as rádios (generalistas) em geral raramente irem de encontro ao meu gosto (mas quanto a isso não há nada a fazer) enerva-me que quando se tem de fazer uma viagem um bocado mais longa se ouça a mesma música umas três vezes num espaço relativamente curto de tempo. É mesmo que se mude de frequência, as playlist são quase iguais (a menos que se escolha alguma estação temática).

Neste último mês, tenho ouvido rádio com mais frequência visto que lá no trabalho se põe sempre a rolar alguma estação generalista. A verdade é que tenho achado o que ouço praticamente insuportável e acabo quase sempre por me refugiar no meu fiel mp3. Não me quero armar em snob ou parecer arrogante - peço que vejam este post como um simples desabafo - mas tenho ficado chocado com o nível de estupidificação a que a música pop (que passa nas rádios) chegou. Eu sei que, em geral as pessoas não querem ouvir coisas complexas e que lhes exijam alguma atenção - até compreendo isso. Não estou aqui a reivindicar que as rádios (generalistas) que passem jazz, experimentalismo ou rock progressivo, mas há por aí tanta música pop bem construída, orelhuda e que não provoca urticária nos ouvidos... Não me vou pôr aqui a citar nomes mas este mês tenho ouvido músicas que mais parecem genéricos de desenhos animados dos anos 80-90, outras que são tão artificiais e fabricadas para o sucesso fácil que não têm sequer assunto e outras ainda que de utilizarem uma fórmula tão repetida e banal só dão sono.

Em geral não há nada minimamente surpreendente. Ouvir rádio não é excitante ou estimulante, é apenas um ruído de fundo para que, no trabalho ou no carro, não se ouça apenas o som repetitivo do motor ou do teclado.
É mesmo isto que o povo quer? É disto que gosta? Muitas vezes a campanha de promoção de uma música é tão agressiva que ela é praticamente enfiada à bruta na cabeça dos ouvintes que não têm outra escolha senão gostar dela. Eu até compreendo o sucesso das pimbalhadas à portuguesa (compreensão que - nunca é demais dizer - saiu reforçada depois de ver a reportagem Discos Pedidos), as pessoas identificam-se com elas, mas há coisas que realmente não me entram na cabeça. Estarei a ficar velho? Não acompanhei a evolução das massas? Algo que não sei explicar deve ter corrido muito mal... Enfim, haja paciência e o mp3 sempre por perto.

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