Monday, December 13, 2010

A festa do ano - Ratatat @ Clubbing, Casa da Música (10/12/10)

O último Clubbing de 2010 foi também o meu primeiro, diga-se de passagem que fiquei cliente! Movido por Ratatat (banda pela qual espero já há alguns anos) lá me desloquei à imponente Casa da Música e deambulei pelos seus diversos e agradáveis espaços até às 2h da manhã (hora prevista do concerto).


A sonoridade desta dupla de Nova Iorque é única e facilmente identificável, é uma espécie de grande panela onde se mistura rock e electro com condimentos exóticos das mais variadas origens. São algumas vezes comparados aos Daft Punk - uma comparação que não me parece justa pois apesar da influência existir (e ser assumida) os Ratatat conseguem ser únicos e distintos naquilo que fazem. Aliás, à primeira nota 'arrastada' de qualquer uma das suas músicas diz-se "Hmm... isto é Ratatat!" com bastante segurança. Apesar das constantes inovações (já lá vão quatro discos), Evan Mast e Mike Stroud conseguiram não perder essa identidade e evoluir a sua música de uma forma consistente a cada trabalho editado.

Em palco os dois rapazes superam-se. A mim, que ia com as expectativas algo elevadas conseguiram surpreender-me e dar um concerto ainda melhor do que esperava. Ao vivo as músicas tornam-se mais contagiantes e dá espaço para alguns momentos mais apoteóticos. As reacções do público foram os sorrisos inevitáveis deixando-se levar pelos ritmos da banda e dançar sem parar, cada um à sua maneira como se aquilo fosse, não um 'simples' concerto, mas uma grande festa (não que as duas sejam mutuamente exclusivas - se dúvidas houvesse, os Ratatat esfumaram-nas).

Durante os 90 minutos de concerto, por entre guitarras e baixos distorcidos, batuques, sintetizadores e samples, a dupla apresentou o LP4 (o seu mais recente trabalho) mas percorreu também os seus discos anteriores. O concerto foi então bastante bem dividido entre as músicas novas e as dos seus trabalhos anteriores - sempre com ritmos certeiros - num rácio "músicas novas/músicas antigas" que deve ter estado próximo do 1.

Sinto uma enorme dificuldade em escolher um único momento alto do concerto e se alguém cometesse a maldade de me pedir para eleger um penso que apenas conseguiria responder com uma lista de músicas que engloba a quase totalidade do alinhamento. Seventeen Years, Wildcat, Loud Pipes, Lex, Falcon Jab, Shempi, Drugs, Neckbrace, Party With Children, Bare Feast... não ficou quase nenhuma de fora... Digo quase porque como 'momento balada da noite' teria preferido ouvir a Brulee em vez de Mahalo mas isto é uma queixa tão mesquinha que os Ratatat nem mereciam que a apontasse.

Este foi, para mim, um dos concertos do ano.

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