Em cada mês do ano surge uma nova edição do Clubbing. Esta foi a minha primeira visita à Casa da Música de 2011 (e segunda ao todo). Quando vi que Ariel Pink e os seus Haunted Graffiti iam estar presentes tive também eu de me chegar à frente - afinal Before Today fora um dos meus discos preferidos de 2010.
Não cheguei à Casa da Música a tempo do Drumming pelo que a noite começou com a já habitual e sempre agradável sessão do Álvaro Costa. Desta vez o sujeito em análise era Lou Reed e, claro, os Velvet Underground e respectivas ligações a Andy Warhol e Nico. Da Cibermúsica passei para a grandiosa Sala Suggia onde iriam actuar Matthew Herbert e Ariel Pink - os principais nomes da noite - precisamente por esta ordem.
Sou um confesso desconhecedor do trabalho de Matthew Herbert - pouco mais sei para além de que o homem é uma espécie de génio criativo que não faz nada dentro do registo tradicional. Se o concerto de Sábado serviu para alguma coisa foi precisamente para confirmar essa sua faceta desviante.
O espectáculo começou a rasgar com um som industrial agressivo, seguiram-se algumas aproximações a techno e experimentalismos diversos ao ponto que parecia que todo o equipamento estava avariado. Na minha inocência convenci-me de que o concerto apenas seria assim numa fase inicial e deixei-me ficar mais um bocado à espera daquele som dançável que tinha ouvido no youtube. As minhas expectativas acabaram por sair defraudadas e em breve me apercebi de que aquilo estava para durar. Admito que possa ter sido um espectáculo brilhante para os fãs do género mas aquela não era definitivamente a minha praia pelo que abandonei a Sala Suggia na esperança de ainda apanhar um bocado de Glasser na Sala 2. Muitos estarão agora a pensar: dá Deus nozes a quem não tem dentes.
Já não fui a tempo de Glasser e pela altura que Laurel Halo iniciou a sua actuação estava quase na hora de Ariel Pink pelo que regressei à Sala Suggia.
Se virmos bem as coisas este concerto de Ariel Pink é um contra-censo quase irónico, senão veja-se - Ariel Pink, um praticante do lo-fi e do DIY caseiro, a actuar numa sala tão sumptuosa como a Suggia. No mínimo caricato mas tenho de admitir que acabou por nem resultar mal.
Ariel Pink, cujo nome verdadeiro é Ariel Rosenberg, é conhecido pelos seus humores inconstantes mas, na noite de Sábado até se portou bem - um pouco distante é certo mas também não amuou. Com uma fatiota que fazia lembrar Axl Rose (curiosamente o apelido é 'coincidente' e também este é de feitio complicado), assumiu o seu lugar no palco junto da banda que o acompanha, os Haunted Graffiti. O ambiente esteve um pouco estranho nos dois primeiros temas mas, como se costuma dizer, à terceira foi de vez. Bright Lit Blue Sky deu o mote e o público não ofereceu mais resistência - concentrou-se em frente ao palco e improvisou uma pista de dança em frente ao palco. Daí para a frente o espectáculo estava ganho e percorreu-se grande parte de Before Today - com destaque óbvio para a pop perfeita de Round and Round.
Com cheirinhos de synth-pop aqui e uma pontada de glam acolá a música de Ariel Pink atinge o seu auge quando as referências aos anos 80 são mais óbvias e mais convidativas à dança acabando. Por outro lado espectáculo perde-se um bocadinho quando os desvarios sonoros são mais tresloucados. Apesar de ter gostado bastante do concerto não posso deixar de referir que o som teve os seus problemas durante quase toda a sua duração principalmente na voz do protagonista tornando quase imperceptíveis grande parte das letras. Esta falha não foi no entanto - pelo menos para mim - suficiente para estragar um espectáculo que, não tendo sido genial, foi ainda assim muito bom.
A noite terminou, como habitual, no Restaurante. A animação estava a cargo de DJs da famosa editora Kitsuné - não sendo mais uma vez o nicho musical em que me sinto mais confortável pareceu-me que estavam a fazer um bom trabalho a equilibrar 'música comercial' e 'qualidade musical e técnica' e desta forma manter a pista de dança bem composta. Foi assim o ponto final de mais uma noite deste magnífico evento que já está bem enraizado na noite portuense e que, espero, assim irá continuar durante muito e muito tempo.
Sou um confesso desconhecedor do trabalho de Matthew Herbert - pouco mais sei para além de que o homem é uma espécie de génio criativo que não faz nada dentro do registo tradicional. Se o concerto de Sábado serviu para alguma coisa foi precisamente para confirmar essa sua faceta desviante.
O espectáculo começou a rasgar com um som industrial agressivo, seguiram-se algumas aproximações a techno e experimentalismos diversos ao ponto que parecia que todo o equipamento estava avariado. Na minha inocência convenci-me de que o concerto apenas seria assim numa fase inicial e deixei-me ficar mais um bocado à espera daquele som dançável que tinha ouvido no youtube. As minhas expectativas acabaram por sair defraudadas e em breve me apercebi de que aquilo estava para durar. Admito que possa ter sido um espectáculo brilhante para os fãs do género mas aquela não era definitivamente a minha praia pelo que abandonei a Sala Suggia na esperança de ainda apanhar um bocado de Glasser na Sala 2. Muitos estarão agora a pensar: dá Deus nozes a quem não tem dentes.
Já não fui a tempo de Glasser e pela altura que Laurel Halo iniciou a sua actuação estava quase na hora de Ariel Pink pelo que regressei à Sala Suggia.
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Ariel Pink, cujo nome verdadeiro é Ariel Rosenberg, é conhecido pelos seus humores inconstantes mas, na noite de Sábado até se portou bem - um pouco distante é certo mas também não amuou. Com uma fatiota que fazia lembrar Axl Rose (curiosamente o apelido é 'coincidente' e também este é de feitio complicado), assumiu o seu lugar no palco junto da banda que o acompanha, os Haunted Graffiti. O ambiente esteve um pouco estranho nos dois primeiros temas mas, como se costuma dizer, à terceira foi de vez. Bright Lit Blue Sky deu o mote e o público não ofereceu mais resistência - concentrou-se em frente ao palco e improvisou uma pista de dança em frente ao palco. Daí para a frente o espectáculo estava ganho e percorreu-se grande parte de Before Today - com destaque óbvio para a pop perfeita de Round and Round.
Com cheirinhos de synth-pop aqui e uma pontada de glam acolá a música de Ariel Pink atinge o seu auge quando as referências aos anos 80 são mais óbvias e mais convidativas à dança acabando. Por outro lado espectáculo perde-se um bocadinho quando os desvarios sonoros são mais tresloucados. Apesar de ter gostado bastante do concerto não posso deixar de referir que o som teve os seus problemas durante quase toda a sua duração principalmente na voz do protagonista tornando quase imperceptíveis grande parte das letras. Esta falha não foi no entanto - pelo menos para mim - suficiente para estragar um espectáculo que, não tendo sido genial, foi ainda assim muito bom.
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