Sunday, December 18, 2011

Altos Lugares - High Places @ CCVF, Guimarães (17/12/2011)

Rob Barber e Mary Pearson são os High Places. Oriundos da frutífera Brooklyn, os dois terminaram no Sábado, em Guimarães, uma tour europeia de 4 semanas. Com eles traziam o novo Original Colors, o seu mais recente trabalho que levou a sua sonoridade a outros lugares (se são mais altos ou não isso já é discutível). A noite estava fria e a vontade de sair de casa era pouca. Hesitei. Não conhecia a banda e estava-se tão confortável em casa a ver um filminho... "Que se lixe!" pensei eu ao tomar a decisão, seria afinal o último concerto do ano - importa dizer que não me arrependi da decisão.


Passava ligeiramente da hora marcada quando a dupla nova iorquina subiu ao palco e tomou conta dos seus inúmeros aparelhómetros. Foram poucos os que se aventuraram até ao CCVF naquela noite gelada de Dezembro e, como espelho das condições climatéricas, os poucos que compareceram mantiveram também uma postura fria e distante ficando sentados durante todo o concerto apesar das acaloradas batidas sintetizadas. O ritmo era certeiro mas não foi suficiente para aquecer o ambiente.

Se por vezes a música dos High Places tinha uns coloridos convidativos a uns passitos de dança outras vezes o experimentalismo sobressaía e outras ainda eram as sombras que dominavam. Nessas ocasiões, o som chegava a soar ligeiramente agressivo - não que estes mundos sejam auto-exclusivos, atenção. Neste caso a mistura até parecia resultar bem mas estranhamente não conquistou o público. Ficou a ideia que este era constituído mais por curiosos como eu do que por fãs propriamente ditos. A sonoridade dos High Places é multifacetada e talvez tenha sido precisamente isso que apanhou o público de surpresa. Não sei se a dupla sentiu essa distância - imagino que sim - mas a verdade é que também não fizeram nada para a tentar reduzir. Por vezes a música só não chega.

Talvez com uma casa mais cheia as coisas tivessem corrido doutra forma mas naquelas condições não se gerou o ambiente ideal para um espectáculo desta natureza. Apesar de ter valido a pena, este acabou por ser um concerto algo morno (talvez até a tender para o frio) - uma situação que poderia ter sido ultrapassada com um pouco mais de comunicação por parte da banda ou com um simples desafio ao público para que este se levante e chegue mais próximo do palco. Foi pena ter sido assim.

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