Saturday, December 10, 2011

Last week at the Casa da Música - Panda Bear @ Casa da Música, Porto (04-12-2011)

Panda Bear é o nome artístico de Noah Lennox, um norte americano radicado em Lisboa que para além do seu projecto a solo é também um dos mentores dos enormes Animal Collective. Apesar desta sua proximidade com Portugal os concertos de Panda Bear, tanto a solo como com a sua banda, são bastante raros por estes lados. Vê-lo na Casa da Música seria então uma oportunidade a não perder... infelizmente poucas pessoas terão pensado mesmo.

Foi sem surpresa mas com alguma tristeza que me deparei com uma Sala Suggia muito despida. O impacto foi maior ainda pois precisamente na noite anterior tinha visto a sala quase a rebentar pelas costuras graças ao Clubbing e aos Battles. As razões fraca aderência deste concerto são fáceis de compreender - Panda Bear não é definitivamente para quaisquer ouvidos, a divulgação foi pouca, era Domingo à noite e, talvez acima de tudo, numa altura em que se contam todos os tostões, os 20€ de bilhete não ajudavam. Não deixa apesar de tudo de ser pena ver um artista da estirpe de Noah Lennox subir ao palco perante uma lotação visivelmente abaixo de metade.


Panda Bear, iniciou o espectáculo com pontualidade mas não veio sozinho. Trouxe consigo Sonic Boom (alter-ego de Peter Kember, ex-Spacemen 3) que o iria apoiar nas electroniquices, deixando-o mais livre para se dedicar à guitarra. Para além dos dois e de um sem número de aparelhos eléctricos, o palco enchia-se ainda com uma tela branca preparada para receber as projecções psicadélicas de Danny Perez (colaborador habitual dos Animal Collective com quem fizeram ODDSAC - uma espécie de filme-experiência/álbum-visual).

Nas cerca de duas horas de concerto correu-se Tomboy - o álbum novo - quase de lés-a-lés. Slow Motion, Last Night at the Jetty, You Can Count on Me e claro, Benfica, são exemplos de alguns dos temas que abrilhantaram a noite na Casa da Música. Mais para o final revisitou-se Person Pitch (2005) com alguns dos seus melhores temas - Comfy in Nautica e Bros.

Ao longo do concerto as músicas fluíam umas nas outras e, no meio de toda a mistura de ritmos alucinantes e efeitos psicadélicos, surge de forma quase natural um Bolero de Ravel - uma escolha inesperada mas não de todo deslocada. Uma vez que não houve quebras na música os aplausos acumularam-se todos para o final. Estes prolongaram-se energicamente (ficou a ideia que na audiência seriamos poucos mas bons) até que Panda Bear regressasse ao palco para o encore da praxe.

As oportunidades de ver Panda Bear são tão poucas que não poderia ter deixado escapar esta. Foi um concerto foi intenso e uma noite que me teria arrependido de perder. Espero que todos os que não marcaram presença se arrependam amargamente de não o terem feito.

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