Com 5 anos de carreira às costas, B Fachada começa a ganhar visibilidade. Considerado como o 'novo trovador português', Bernardo (nome próprio) foi já comparado a alguns dos grandes nomes 'do seu campo'. Falo por exemplo de Sérgio Godinho (com quem já tocou e a quem dedica um tema) e até José Mário Branco (Deus, Pátria e Família - o EP deste mesmo ano foi equiparado ao histórico F.M.I.). Apesar de lisonjeiras, B Fachada parece quase fugir dessas comparações procurando assumir uma identidade própria e reinventando-se a cada trabalho editado.
Confesso que a princípio não ia muito à bola com B Fachada. O tema Zé! foi o meu primeiro contacto com o músico de Cascais e não o consegui levar a sério. Apesar de tudo, com o tempo estranheza venceu-me e a sua música acabou por se entranhar. Desde então acompanho de perto o seu percurso mas, surpreendentemente, ainda não o tinha apanhado em palco. Ainda antes do anuncio do disco novo já eu tinha o bilhete para os concertos na Culturgest do Porto. "É desta!" pensava eu mas por motivos profissionais acabei por não conseguir assistir a nenhum desses concertos, tive de adiar esse encontro por mais uns dias. Por sorte o espectáculo no C.C. Vila Flor teria um formato em tudo idêntico ao da Culturgest (piano solo) e, apesar da sala não ter metade do encanto, viria a ser um belíssimo prémio de consolação.
O acabadinho de sair, B Fachada II (assim baptizado por mim seguindo a linha daquilo que se fez com os Led Zeppelin) é o disco mais intimista que Fachada já produziu e daí esta série de concertos ao piano. A iluminação fixa e de baixa intensidade combinada com a ausência de qualquer adereço em palco (para além de um elegante piano de cauda e do respectivo banco), faz com que nada desvie a atenção do músico e da sua música - aquilo que afinal realmente interessa. Música sem espinhas, sem fachadas, artifícios ou habilidades.
Visivelmente bem humorado e divertido com o espectáculo, para além de quase todos os temas do álbum novo, Bernardo tocou ainda a incrível e muito polémica Deus, Pátria e Família dando-lhe, ao vivo, um tom ainda mais irónico e provocador. Terminado o épico de 20 minutos o espectáculo estava na recta final com tempo apenas para duas rápidas passagens por É P'ra Meninos (o disco 'infantil' de 2010) e uma por B Fachada I (2009) - Só te Falta Seres Mulher como foi o tema de encerramento. Alguns minutos de incessantes aplausos depois, B Fachada acaba por voltar a palco para interpretar Os 2 no Polibã, um dos dois temas novos que faltavam (por tocar ficou apenas Mané-Mané que, sendo canção de guitarra com batidas electrónicas, não encaixava neste concerto).
B Fachada já tinha mostrado coragem e ousadia q.b. ao prometer dois discos por ano (e cumprir sem reciclar ideias). Ao apresentar-se ao vivo num formato que lhe expõe todas as fragilidades Fachada reforça essa ideia. Um esforço meritório que, nenhum fã pode negar, compensou largamente o risco e acabou por transformar todas as potenciais fraquezas em pontos fortes inabaláveis. Um concerto a recordar.
Confesso que a princípio não ia muito à bola com B Fachada. O tema Zé! foi o meu primeiro contacto com o músico de Cascais e não o consegui levar a sério. Apesar de tudo, com o tempo estranheza venceu-me e a sua música acabou por se entranhar. Desde então acompanho de perto o seu percurso mas, surpreendentemente, ainda não o tinha apanhado em palco. Ainda antes do anuncio do disco novo já eu tinha o bilhete para os concertos na Culturgest do Porto. "É desta!" pensava eu mas por motivos profissionais acabei por não conseguir assistir a nenhum desses concertos, tive de adiar esse encontro por mais uns dias. Por sorte o espectáculo no C.C. Vila Flor teria um formato em tudo idêntico ao da Culturgest (piano solo) e, apesar da sala não ter metade do encanto, viria a ser um belíssimo prémio de consolação.
O acabadinho de sair, B Fachada II (assim baptizado por mim seguindo a linha daquilo que se fez com os Led Zeppelin) é o disco mais intimista que Fachada já produziu e daí esta série de concertos ao piano. A iluminação fixa e de baixa intensidade combinada com a ausência de qualquer adereço em palco (para além de um elegante piano de cauda e do respectivo banco), faz com que nada desvie a atenção do músico e da sua música - aquilo que afinal realmente interessa. Música sem espinhas, sem fachadas, artifícios ou habilidades.
Visivelmente bem humorado e divertido com o espectáculo, para além de quase todos os temas do álbum novo, Bernardo tocou ainda a incrível e muito polémica Deus, Pátria e Família dando-lhe, ao vivo, um tom ainda mais irónico e provocador. Terminado o épico de 20 minutos o espectáculo estava na recta final com tempo apenas para duas rápidas passagens por É P'ra Meninos (o disco 'infantil' de 2010) e uma por B Fachada I (2009) - Só te Falta Seres Mulher como foi o tema de encerramento. Alguns minutos de incessantes aplausos depois, B Fachada acaba por voltar a palco para interpretar Os 2 no Polibã, um dos dois temas novos que faltavam (por tocar ficou apenas Mané-Mané que, sendo canção de guitarra com batidas electrónicas, não encaixava neste concerto).
B Fachada já tinha mostrado coragem e ousadia q.b. ao prometer dois discos por ano (e cumprir sem reciclar ideias). Ao apresentar-se ao vivo num formato que lhe expõe todas as fragilidades Fachada reforça essa ideia. Um esforço meritório que, nenhum fã pode negar, compensou largamente o risco e acabou por transformar todas as potenciais fraquezas em pontos fortes inabaláveis. Um concerto a recordar.
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