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13bly
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epifania
(grego epipháneia, -as, aparição, manifestação)
s. f.
1. Relig. Manifestação de Jesus aos gentios, nomeadamente aos Reis Magos.2. Relig. Festa religiosa cristã que celebra essa manifestação. = dia de Reis3. Qualquer representação artística dessa manifestação.4. Relig. Aparecimento ou manifestação divina.5. Apreensão, geralmente inesperada, do significado de algo.
Ao longo de 2012 desenvolvi uma relação estranha com Sharon Van Etten de tal modo que se estivéssemos no Facebook diria que é um "é complicado". Quando fomos apresentados, namorei Tramp durante uns tempos, mas aborreci-me. Reencontrei-me com ela no Optimus Primavera Club e fiquei novamente embeiçado pela moça, mesmo a tempo de incluir esse seu disco no fecho da minha lista de melhores álbuns do ano (agora talvez o posicionasse mais acima, mas não adianta remoer nesse assunto).
Hoje, sem saber bem porquê, apeteceu-me revisitar a amargura melancólica de Tramp e que bem que me soube a delicadeza de Leonard, a grandiosidade de All I Can, a cadência certeira de Magic Chords e, claro, a revolta visceral que se ouve em Serpents - o tema que destaquei aqui mesmo sendo esta epifania dedicada ao disco como um todo. |
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epifania
(grego epipháneia, -as, aparição, manifestação)
s. f.
1. Relig. Manifestação de Jesus aos gentios, nomeadamente aos Reis Magos.2. Relig. Festa religiosa cristã que celebra essa manifestação. = dia de Reis3. Qualquer representação artística dessa manifestação.4. Relig. Aparecimento ou manifestação divina.5. Apreensão, geralmente inesperada, do significado de algo.
Já há muito que não me acontecia uma epifania tão forte. É verdade que de vez em quando dava por mim a sorrir enquanto ouvia este ou aquele tema, mas nada tão intenso que justificasse a 15ª entrada desta rubrica. Hoje, Julia Holter mudou isso. Ekstasis - o segundo álbum da americana - é um caso bicudo sobre o qual ainda não me consegui decidir. Tanto o ouço e acho que é a coisa mais genial à face da Terra como me parece uma seca descomunal.
Neste que é um dos seus temas mais acessíveis, Julia está algures entre uma Ásia etérea e cheia de ecos e a doçura dumas Au Revoir Simone menos agarradas a refrões orelhudos. A sensação que fica é um misto de desolação e de consolo que, naquele momento específico desta cinzenta tarde de Outono, me soube a mel. |
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epifania
(grego epipháneia, -as, aparição, manifestação)
s. f.
1. Relig. Manifestação de Jesus aos gentios, nomeadamente aos Reis Magos.2. Relig. Festa religiosa cristã que celebra essa manifestação. = dia de Reis3. Qualquer representação artística dessa manifestação.4. Relig. Aparecimento ou manifestação divina.5. Apreensão, geralmente inesperada, do significado de algo.
Os graves e agudos irregulares da voz de Merril Garbus são estranhamente cativantes. Se pegarmos nesse elemento incontornável, lhe juntarmos alguma da magia do folk e um pouco da sofisticação do jazz, e misturarmos tudo isso com vários condimentos africanos e umas coloridas pinceladas de pop, obtemos uma das sonoridades mais refrescantes que ouvi nos últimos tempos. É assim a música dos tUnE-yArDs e, no seguimento do incrível espectáculo que deram em Paredes de Coura (um dos melhores desta edição), ainda não consegui deixar de ouvir w h o k i l l, o segundo disco da banda.
(A versão acima está ligeiramente alterada com uns ecos no início, mas como o Youtube já não permite que inserir "vídeos apenas como música" não tive outra forma de musicar o post. Esta sim, é a versão do álbum.) No outro dia, durante a audição número sei-lá-quantas de w h o k i l l, Powa caiu especialmente bem. Como sempre acontece nestas epifanias, não sei explicar o porquê deste clique, mas lá que me soube maravilhosamente, isso soube. |
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Ainda não foi desta que consegui ir a todos os dias do Milhões de Festa, mas não ia deixar escapar a oportunidade de (uma vez mais) passar um dia no festival mais cool do país. Sim, é verdade! Correndo o risco de cair em repetição, o Milhões é MESMO um festival diferente. Quem nunca lá foi não entende, mas quem lá esteve (ainda que de visita como eu) sente isso imediatamente. Tanto o ambiente como o cartaz são, à imagem do festival, únicos e improváveis, mas também sem rival. Um festival para 4000 pessoas é uma experiência muito mais próxima e intensa e, em parte, é aí que reside o charme do Milhões. Aí e na dedicação e empenho da Lovers&Lollypops neste seu filho pródigo. Há realmente muito carinho e uma vontade enorme de fazer mais e melhor, procurando nunca trair a confiança já conquistada. Num só dia de festival (22 de Julho) bati o pé ao som dos ritmos dos Naytronix (projecto paralelo de alguma malta dos tUnE-yArDs) e dos Memória de Peixe, viagei no turbilhão psicadélico dos Moon Duo e dos Black Gnod (uma parceria especial entre os Gnod e barcelences Black Bombaim), deixei-me embevecer pela pop dos Alt-J ∆, dancei no groove da Discotexas Band (a junção dos talentos de Moullinex, Xinobi e Da Chick) e suei (muito) com o afro-techno (?) dos Shangaan Electro. De referir que tudo isto são bandas das quais ou nunca tinha ouvido falar, ou apenas conhecia por alto, mas das quais fiquei fã. |