Monday, June 25, 2007

Rock In Taipas 2007

Nas passadas noites de 22 e 23 de Junho teve lugar no Parque da vila de Caldas das Taipas a oitava edição do certame Rock in Taipas.
Incentivado pelo factor "entrada livre" fui assistir a este mini-festival que tem como objectivo (para além da dinamização da pequena vila do concelho de Guimarães) a divulgação de novas bandas portuguesas que começam a insurgir-se no panorama nacional.

Sendo que não era conhecedor de praticamente nenhum dos trabalhos das bandas presentes , somente as conhecia de nome (passei os ouvidos pelos myspaces das respectivas bandas nos dias anteriores ao espectáculo), quase todos os momentos do festival foram de descoberta.

A grande falha deste espectáculo é, na minha opinião, a falta de divulgação (e a coincidência com o S. João) pois, numa altura em que muitos dos jovens estão de férias e muitos outros estão em época de exames (mas que nem por isso podem deixar de dispensar umas horinhas para relaxar) seria de esperar que o evento conseguisse reunir mais do que "meia dúzia de gatos pingados" (até porque a entrada, como já foi dito, era livre).
Assim, devido a este facto, o festival perde-se em (falta de) ambiente e calor humano sendo que alguns concertos que podiam ser bem mais energéticos acabam por se tornar mortiços.

Sexta-Feira, 22 de Junho.
Born a Lion
& Coldfinger

Das duas noites de festival esta foi sem sombra de dúvidas a pior. Depois de uns Born a Lion com a mania que são rebeldes e, em contraste, demasiado piquinhas com o som, o palco deu lugar a uns Coldfinger que não pareciam estar muito entusiasmados com o concerto.

Ainda assim, apesar das esquisitices (e da moca dos músicos, e das constantes interrupções, e dos espectadores chatos), os Born a Lion conseguiram proporcionar aquele que foi dos melhores momentos da noite. O baixista, sem medo, desceu (saltou) do palco e veio tocar para o meio do público seguido do guitarrista (esse sim já um bocado a medo).

Depois disso vieram os Coldfinger com a voz melodiosa da Margarida Pinto a cativar o público (também o baixista dos Born a Lion mais o seu whisky ficaram cativados pela Guidinha). Cantaram algumas das músicas do último album e a ofereceram à plateia o momento mais romântico da noite (e do festival) com a Cover Sleeve.


Sábado, 23 de Junho.
d3ö & Linda Martini


Esta sim foi A noite do festival!! A energia dos d3ö, seguida do power dos Linda Martini!!
Numa noite que parecia dedicada a Coimbra estas duas bandas da Cidade Universitária surpreenderam-me pela positiva e deram um verdadeiro show nestes dois concertos.
(ignorem esta parte pois parece que afinal os Linda Martini são de Lisboa, my mistake)

Os d3ö, mesmo parecendo estar em noite de azar (rebentaram 3 cordas), não se deixaram abalar e continuaram mesmo assim a oferecer ao público bom rock com influências blues. Foi o concerto mais animado da edição (até fangirls com coreografias ensaiadas havia).

Por sua vez os Linda Martini conseguiram cativar o público chegando mesmo a haver um daqueles momentos em que o vocalista deixa o público cantar por ele (quando chegou a vez de tocarem o sucesso "Amor Combate") e até um encore com "invasão de palco" (ou quase). fizeram desta noite grande!


A juntar a estas quatro bandas cabeça-de-cartaz havia ainda mais duas por noite. não pude assistir a todos os concertos (apenas vi os Mantra e os Smartini) mas pelo que vi essas bandas estão ainda mesmo no início da sua carreira e ainda têm muito para evoluir, mas esta iniciativa é, sem sombra de dúvidas, um bom empurrão para elas.

Em suma, o balanço deste Rock in Taipas foi sem sombra de dúvidas positivo (mais pela segunda noite do que pela primeira).

Tá feito o warm-up para os grandes festivais e agora, em princípio, venha Paredes de Coura e até para o ano Taipas!!


13bly

Friday, June 15, 2007

Taratata

Não é costume meu e vai praticamente contra todos os meus princípios, mas vou elogiar algo francês.

Descobri recentemente, graças ao famoso TuTubas, um programa de televisão francês de seu nome Taratata. Que nome esquisito pensam vocês... pois, eu penso o mesmo, mas não estou aqui hoje para falar do nome do programa mas sim do conteúdo, e esse sim, é muito bom.

Iniciou a sua transmissão no canal France 2 em 1993 com uma emissão por mês e foi cancelado em 2000. Em 2005 o Taratata regressou com transmissões no France 2, 3 e 4 e também na rádio Europe 2.
Basicamente é um programa musical que transmite pequenas actuações e entrevistas pré-gravadas de vários artistas convidados, normalmente, de grande nível.

Grande parte dos convidados são sem dúvida franceses, mas já pisaram o seu palco inúmeros artistas internacionais como a (minha) Katie Melua, Oasis, Red Hot Chili Peppers, Blur, The Kooks, Deep Purple, Damien Rice, Placebo e o nossos portugueses Wray Gunn (Paulo Furtado rocks!!!). Isto apenas para mencionar alguns (não necessáriamente os melhores) dos que lá passaram ao longo destes anos, se quiserem ver a lista completa cliquem aqui.

Acho que este sim seria um formato interessante de ser comprado pelas nossas televisões ao contrário dos inúteis "Dança Comigo" ou "A Bela e o Mestre" (ou tantos outros programas de m*rda que por aí andam) que para nada servem a não ser "entretenimento" oco e sem o mínimo de estímulo pois, o Taratata para além do dito entretenimento (não oco, porque música é cultura *) também poderia servir para divulgar novos talentos portugueses (e também estrangeiros).
Tanta boa música NOVA se faz por este país e somos obrigados a gramar sempre com os mesmos mamarrachos comerciais que passam nas rádios e TVs nacionais (salvo raras excepções).

Vou deixar aqui alguns dos vídeos do programa que mais gostei.

Wray Gunn
A energia electrizante do Paulo Furtado enche o palco completamente nesta cover da original dos The Kinks.

KT Tunstall
Uma one-woman-band que faz música sozinha com recurso às pedaleiras. A voz desta menina faz toda a diferença nesta música com influências blues.

Katie Melua
A doce voz da (minha) Katie Melua a cantar um grande clássico de Bob Dylan e logo seguida da música que baptizou este blog. *suspiro*

Arctic Monkeys
A banda revelação Arctic Monkeys a interpretar o energético primeiro single do seu segundo album. Deve ter sido no mínimo tortuoso para o público ter que ficar sentado a apreciar esta actuação.

Damien Rice
Uma versão um pouco menos revoltada e mais melancólica desta música dele, mas que nem por isso deixou de resultar bem. (Pessoalmente gosto mais da versão revoltada)



Há muitos mais no YouTube, eu apenas escolhi alguns de artistas que pessoalmente gosto (se bem que a KT Tunstall não conheço bem mas gostei desse video) se ficarem curiosos pesquisem por "Taratata".

13bly

* - Não estou com isso a dizer que a dança não é cultura. Óbviamente que é, quando executada por quem sabe. No caso do Dança Comigo é apenas uma brincadeira (por muito bem que alguns dos participantes até saibam dançar).

Thursday, June 7, 2007

I know it's over

Jeff Buckley, foi uma das maiores promessas musicais dos anos 90. Aclamado pelo seu album de estreia, Grace (1994), e considerado pela crítica o artista mais promissor da sua geração. A arte de Buckley continua ainda hoje a ser verdadeiramente eplendorosa. Buckley consegue arrepiar com o seu tom de voz assombroso e transmitir um sem número de sensações com as suas músicas.
Como se isso não bastasse era também um artista versátil pois o seu registo músical oscilava amplamente desde rock clássico (estilo Led Zepelin) a Édith Piaf.

A sua música mais conhecida será Hallelujah, adaptada da original de Leonard Cohen. Essa é também uma música que aconselho vivamente mas optei por não trazer essa (precisamente por ser a mais conhecida) e tentar dar a conhecer um pouco mais deste que foi e será sempre um grande senhor.


Sem dúvida um dos grandes diamantes em bruto do mundo da música que jamais será lapidado e trazido ao seu esplendor máximo.

I know it's Over, originalmente interpretada pelos The Smiths mas que é (na minha opinião) muito mais poderosa nas "mãos" de Buckley. A versão que conheço é ao vivo, mas isso seria quase impercéptivel não fosse a ovação do público no início e no fim da música (mas só após ele agradecer e dar por finalizada a música) , tal foi o respeito e o sentimento que esta música transmitiu.

Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
And as I climb into an empty bed - oh well, enough said
I know it's over still I cling, I don't know where else I can go

Over and over...

Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
See the sea wants to take me, the knife wants to slit me
Do you think you can help me
Sad veiled bride please be happy - handsome groom give her room
Loud loutish lover treat her kindly though she needs you
More than she loves you - and I know it's over - still I cling
I don't know where else I can go - over and over...

I know it's over and it never really began but in my heart it was so real
And she even spoke to me and said
"If you're so funny, then why are you on your own tonight?"
"And if you're so clever then why are you on your own tonight?"
"And if you're so very entertaining then why are you on your own tonight?"
"And if you're so very good looking, then why do you sleep alone tonight"
I know - because tonight is just like any other night - that's why you're on your own tonight
With your triumphs and your charms - while they're in each other's arms
It's so easy to laugh, it's so easy to hate, it takes strength to be gentle and kind - over and over....
It's so easy to laugh, it's so easy to hate, it takes guts to be gentle and kind - over and over....

Love is natural and real - but not for you my love, not tonight my love
Love is natural and real - but not for such as you and I my love

Oh mother the soil falling over my head Ohhh ohhhh
Oh mother the soil falling over my head Ohhh ohhhh
Oh mother the soil falling over my head!

Esta música que, olhando para a letra, parece desorganizada e "feia" devido à sua estrutura métrica e estrófica inconstante (a divisão fi-la eu próprio pois é dificil separar alguns versos nesta música) é na realidade uma obra poderosíssima que, aliada à voz etérea de Jeff Buckley me causa arrepios sempre que a ouço com atenção (até porque me consigo identificar com ela nalgumas partes).

Não é aconselhável a audição durante fases de ligeira (ou profunda) depressão correndo o risco de nos fazer sentir ainda mais "miseráveis" (talvez por nessas alturas mais frágeis nos conseguirmos identificar com o sujeito da canção).
Mas que sabe bem ouvi-la, lá isso sabe!

Jeff Buckley, até sempre!


13bly