Amor, traição e... fantasmas vampíricos?

A magnífica sala do Theatro Circo recebeu ontem à noite a Companhia Nacional de Ballet da Moldávia e abriu as suas portas a uma multidão de gente que lá se dirigiu para os ver representar um dos grandes clássicos do bailado, Giselle.

Composto por Adolphe Adam este bailado narra, como não podia deixar de ser, a história de Giselle e de um amor não correspondido e de uma traição dolorosa. Algures no meio disto há espaço para um grupo de fantasmas vampíricos possuírem a pobre rapariga após a sua morte (o segundo acto é inteiramente dedicado a isto).

O primeiro acto trata de nos apresentar aos personagens e expor o drama. A paixão de Giselle por um Duque que se faz passar por camponês leva a que Hilarion (que nutria sentimentos pela protagonista) fique desfeito e procure desmascarar o seu rival.
Ao saber a verdade Hilarion precipita-se a contar tudo a Giselle e a descoberta de que o seu amado não só não era quem ela pensava como também estava já noivo de outra foi demais para ela e acabou por morrer com o coração destroçado.

O segundo acto foi, sem sombra de dúvidas, bem mais interessante do que o primeiro. Nele as Wilis (os tais fantasmas vampíricos) recebem Giselle após a sua morte como uma delas. Ambos os apaixonados de Giselle visitam a sua campa e ambos são condenados à morte pela rainha das Wilis. Giselle tenta ainda salvar o seu amado que, apesar de lhe ter destroçado o coração se arrependeu e lhe pediu desculpa. O impacto visual deste acto é bastante superior. O fundo escuro da noite contrasta com os vestidos claros e das Wilis e dá-lhes um aspecto quase etéreo.

Dentro dos meus modestos (eufemismo) conhecimentos de bailado clássico gostei do que vi. É uma forma de expressão diferente da que, no geral, estamos habituado mas não deixa de ser deslumbrante assistir a um espectáculo desta natureza.

Não digo que tenha ficado um adepto fervoroso da 'modalidade' mas é sem dúvida uma experiência será boa de repetir de longe a longe.

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