Passem pelo myspace e blog oficiais do programa a deixar o vosso feedback e não percam os próximos episódios porque nós também não!! (O que por acaso até é mentira porque vou perder alguns...)
AVISO: Antes de mais nada deves ver o vídeo, dedicar-lhe algum pensamento e só então sim, continuar a leitura deste post.
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Agora que já viste o vídeo, talvez tenhas percebido o que se passou ali (no final é perceptível). Caso não tenhas conseguido chegar lá também não desesperes, eu dou uma ajuda.
O que acabaste de ver tem o nome de Displacement (em português, Deslocamento) e foi criado por Michael Naimark em 1980. Desde então foi executado um total de 4 vezes em museus e centros de artes.
A ideia é até bastante simples. Imaginem uma câmara montada num dispositivo rotativo no centro de uma sala. Enquanto essa câmara roda algumas pessoas executam acções banais. Após terminada a filmagem, a sala fica exactamente na mesma mas toda ela é pintada de branco para servir de tela de projecção.
Agora imaginem que se substitui a câmara por um projector e que esse aparelho está também a rodar à mesma velocidade da câmara e a projectar o filme realizado anteriormente.
Pois bem, o resultado é o que está à vista. Todos os objectos parecem completamente 3D e as pessoas, como não estão lá fisicamente para receber a projecção, ganham um aspecto etéreo, sem dimensão, vazias... como fantasmas.
Explicando de uma forma ainda mais simples:
+
É igual a:
Curiosidade: Aparentemente a filmagem foi de mais fácil execução em tempos passados e usando a velhinha fita de 16 mm do que em 2005 com toda a tecnologia digital.
Gustav Klimt foi, acima de tudo um artista excepcional que nos deixou trabalhos realmente deslumbrantes. Klimt, austríaco de gema, destacou-se no movimento art nouveau e o seu trabalho foca-se bastante no corpo feminino e tem frequentemente uma grande carga erótica (veja-se o caso extremo de "Mulher Sentada").
É de uma ironia extrema dar o nome de "canção de embalar" a uma música acerca do "bicho papão". A música é arrepiante, o vídeo é sinistro e a letra é a condizer com o ambiente que envolve o todo.
On candystripe legs the spiderman comes Softly through the shadow of the evening sun Stealing past the windows of the blissfully dead Looking for the victim shivering in bed Searching out fear in the gathering gloom and Suddenly! A movement in the corner of the room! And there is nothing I can do And I realise with fright That the spiderman is having me for dinner tonight!
Quietly he laughs and shaking his head Creeps closer now Closer to the foot of the bed And softer than shadow and quicker than flies His arms are around me and his tongue in my eyes "Be still be calm be quiet now my precious boy Don't struggle like that or I will only love you more" But it's much too late to get away or turn on the light The spiderman is having you for dinner tonight
And I feel like I'm being eaten By a thousand million shivering furry holes And I know that in the morning I will wake up In the shivering cold
É tempo para uma forma menos convencional de arte.
A arte não tem necessáriamente de ser limitada apenas a duas (pintura, fotografia ...) ou três (escultura ...) dimensões. Ao aceitar o movimento, o artista está a abraçar aquela que já é conhecida pela quarta dimensão, o tempo.
Seja aproveitando energia eólica, seja recorrendo a magnetismo, por interacção com o observador ou através de outras energias mais convencionais, este tipo de arte, quando bem executada adquire uma dimensão e imersão capazes de fascinar até os mais difíceis de convencer.
Deixo de seguida alguns dos exemplos que mais gostei.
Yellow Zingerde Tim Prentice
(vento) __________
Protrude, FlowdeSachiko Kodama e Minako Takeno
(magnetismo e som) Não, isto não é 3D é algo conhecido por Ferrofluid. __________
Morpho TowersdeSachiko Kodama e Yasushi Miyajima
(magnetismo) Como no caso anterior isto não é 3D. __________
E para o fim deixo aquele que, pela conjugação fascinante do visual com o movimento, será possivelmente o meu favorito.
Strandbeest de Theo Jansen
(vento)
Termino este post realçando precisamente as palavras inspiradoras de Theo Jansen.
The walls between art and engineering exist only in our minds. (And few have the imagination to see beyond them.)
Km0(Quilómetro Zero) promete ser um grande programa de televisão. Esta iniciativa da RTP2 vai levar uma equipa de gravação a percorrer o nosso pequeno país de lés-a-lés ao encontro de bandas ainda pouco conhecidas do público em geral.
J.P. Simões será o apresentador de serviço e irá levar ás bandas um estúdio profissional e a possibilidade de elas gravarem um dos seus temas. Antes se dirigir à próxima banda, J.P. Simões irá ainda ter tempo para conversar com os músicos.
Ao longo de 14 programas a equipa da produção irá visitar 39 bandas várias cidades e dos mais diversos estilos musicais. A selecção das mesmas foi efectuada via myspace pelo próprio J.P. Simões em conjunto com o autor do programa José Luís Rei e do realizador Micael Espinha.
As bandas eleitas e os respectivos myspaces foram:
Esperemos que este programa permita a divulgação de alguns dos talentos portugueses emergentes (que não são tão poucos quanto isso), que facilite a vida a esses artistas e que, acima de tudo, promova criação de boa música.
13bly
Edit- Um obrigado ao anónimo pelo myspace dos Man & Bellas. Fica então a faltar o dos Oxalá. Se alguém encontrasse seria óptimo.
You can't be a real country unless you have a beer and an airline. It helps if you have some kind of a football team, or some nuclear weapons, but at the very least you need a beer.
Neste nosso mundo que, por conformidade, não nos parece ser tão estranho assim, há gente capaz de imaginar mundos alternativos. Mundos esses que, apesar de baseados no nosso, conseguem ser ainda mais estranhos sem entrar completamente no campo da fantasia. Mais estranho ainda pode ser imaginar que, também nesses mundos o amor existe.
Dois bons exemplos dessas mentes brilhantes são o francês Jean-Pierre Jeunet (realizador do conhecido de Le fabuleux destin d'Amélie Poulain) e o croata Goran Dukic como o provam os filmes Delicatessen e Wristcutters: A love story.
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Delicatessen
Quem viu o Amélie e gostou irá gostar concerteza de Delicatessen. Apesar de realizado em parceria com Marc Caro, o filme tem aquele toque inconfundível de Jeunet e que encanta desde o primeiro minuto.
Personagens bizarras não faltam, bem como momentos de humor. Cenas de puro génio abundam e apesar de ser uma abordagem um pouco mais escura Jeunet consegue, como em Amélie, transmitir aquela agradável sensação de alegria e calor humano (ou talvez deva dizer o contrário dada a data de cada filme).
Delicatessen é uma comédia negra que conta a história de um pequeno edifício e a forma como o senhorio e os seus inquilinos sobrevivem num mundo pós-apocalíptico onde o alimento escasseia. Para garantir a subsistência do seu prédio, o senhorio, talhante de profissão, coloca anuncios de emprego no jornal como forma fácil de angariar carne para o seu talho. A sua filha no entanto apaixona-se pela mais recente vítima e isso dificulta todo o processo...
Dúvido que haja muitas mentes neste mundo capazes de imaginar uma história de amor no meio de canibalismo, cenas do quotidiano, hermitas que vivem entre sapos, terroristas vegetarianos, suicidas criativos, miopia aguda, números de circo etc. Este filme conta ainda com uma das melhores cenas de sexo da história do cinema.
Cena de sexo genial de Delicatessen
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Wristcutters: A love story
O próprio título deste filme já de si é curioso.
Imaginem que existe um sítio especial para onde vão as pessoas que se suicidam quando morrem e agora imaginem que é exactamente igual ao nosso mundo "mas pior".
Wristcutters está recheado de pormenores deliciosos e conta a história de Zia que se suicidou por causa da sua namorada. Quando morre arranja um emprego na pizzaria Kamikaze e leva uma "vida" banal e aborrecida sendo o assunto de conversa mais recorrente a forma como cada um se suícida.
Meses depois descobre que a sua namorada também se suicidou e parte à sua procura neste mundo de suicidas. Leva consigo o seu amigo Eugene (baseado em Eugene Hutz, vocalista dos Gogol Bordello que cedem várias musicas para este filme) e conhecem pelo caminho Mikal uma jovem rapariga que garante que está ali por engano e quer falar com "O Pessoal Responsável".
Pelo caminho têm uma série de percalços sendo que quase atropelavam Kneller (Tom Waits) que procurava o seu cão. Kneller acaba por leva-los ao seu "acampamento" onde vive com um grupo bizarro e onde milagres insignificantes acontecem.
No meio de toda essa confusão Zia e Mikal acabam, sem grande surpresa, por se apaixonar. Mas não é bizarro o amor num mundo de suicidas que supostamente perderam o amor até à própria vida?
Wristcutters está munido de um humor bastante negro e conta para isso com anjos burocráticos, messias suicidas, amor, buracos negros, avarias automóveis etc.
Trailer de Wristcutters: A love story
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Resumindo, tanto Delicatessen como Wristcutters duas histórias de amor num lugar improvável e penso ser essa precisamente uma das mensagens importantes a reter.
O amor pode surgir sem aviso no lugar mais improvável, seja ele um jardim, um café, uma rua movimentada, um qualquer corredor da faculdade...