Sunday, December 16, 2007

Recuperar o tempo perdido

Mais de um mês depois estou de volta. Têm sido umas semanas bastante intensas (a vários níveis) e pouco tempo me sobrou para dedicar ao 13bly.
Agora que estou de "férias" (entre trabalhos, orais e exames) e sempre posso aplicar mais algum tempo à minha pessoa em geral e a este blog em particular.

Fazendo uma espécie de resumo das obras cinematográficas de maior destaque que vi:


Requiem for a Dream

Requiem é uma missa composta para um funeral. A origem da palavra em si está numa oração católica em latim que é rezada em favor de almas no purgatório:

Réquiem ætérnam dona eis, Dómine,
(Dai-lhes, Senhor, o descanso eterno)

Por toda essa significância, não haveria nome que mais se adequasse a este filme.

Requiem for a Dream conta a história de quatro indivíduos, dos seus sonhos e ambições e de como elas se degradaram e perderam como consequência dos seus vícios.
O filme aborda principalmente a temática da droga, mas não só. Nesta obra prima vê-se a forma como muitos vícios que são genericamente aceites pela sociedade também podem destruir vidas, tal como a droga. O mesmo se passa com ambições desmedidas ou até mesmo o amor.
Requiem é contado em três partes. Essa divisão não foi feita ao acaso e tem a sua simbologia. O Verão, período do ano em que as pessoas andam normalmente mais animadas, representa neste filme o período durante o qual tudo (ainda) corre bem para os protagonistas. O Outono, que em inglês se chama Fall (Queda) representa isso mesmo, a queda e a perda de sensação de conforto que sentiam no verão virando a vida dos protagonistas de pernas para o ar. Finalmente, o Inverno, normalmente associada ao final do ano e ao tempo cinzento e escuro, frio e hostil. É no Inverno que os personagens batem no fundo, fruto dos erros cometidos anteriormente.
Outro ponto muito importante deste filme é o som. Desde a música aos efeitos sonoros, nada está lá por acaso e serve para intensificar tremendamente todas as sensações que o filme já por si transmite.

Absolutamente fabuloso a tantos níveis que é quase inacreditável. Forte,
chocante, surpreendente... profundamente perturbador. É um filme que devia ser obrigatório, mesmo a pessoas sensíveis pois dá uma nova perspectiva à vida e deixa-nos mais alerta.
Fiquei sem palavras uns bons 5 minutos depois de o filme acabar.




Chinjeolhan geumjassi (Sympathy for Lady Vengeance)


O último da trilogia de Chan-Wook Park e, na minha opinião o pior dos três. Tem uma narrativa diferente e até bastante interessante, uma história intrigante, mas algo se perdeu lá no meio e não foi o final em grande que se esperaria desta trilogia.

Chan-wook Park conta-nos mais uma vez uma história de vingança, desta vez protagonizada por uma mulher. Essa vingança é diferente das outras que o realizador já nos apresentou nos anteriores filmes. Geum-ja Lee foi presa, e aproveitou o seu tempo na prisão para planear meticulosamente uma vingança. Um tipo de vingança planeada com todos os cuidados já foi vista em Oldboy, mas em Sympathy for Lady Vengeance essa vingança é menos requintada e mais crua, mais ao estilo de Sympathy for Mr. Vengeance. Acaba por ser no fundo uma mistura das duas não chegando a atingir o brilhantismo de nenhuma.
É, ainda assim um filme agradável com bons momentos de humor negro e cenas bem a la cinema asitático de que tanto gosto.



Amores Perros

Amor é Traição, Amor é Angústia, Amor é Pecado, Amor é Egoísmo, Amor é Esperança, Amor é Dor, Amor é Morte.

O que é o amor?

É essa mesma a pergunta que nos coloca Alejandro González Iñárritu neste que foi o primeiro filme da sua trilogia (que abrange os também geniais 21 Gramas e Babel) e que curiosamente foi o que vi em último lugar.

Na verdade Iñárritu apresenta-nos várias visões diferentes do amor e da forma como ele domina, mesmo sem termos consciência, a nossa vida. Amores Perros conta-nos três histórias distintas em que o amor é vivido de forma totalmente diferente sendo acabam por estar interligadas.
Os cães, quase tanto como o amor são recorrentes no filme, não deixando passar em branco a intenção do realizador de comparar o amor que sentimos ao de um cão, um cão fiel ao seu dono mesmo quando é mau tratado.
Não me parece difícil fazer a analogia para as relações humanas... vivemos a nossa vida em função do amor. Amor que pode ser ou não correspondido, amor que pode tirar a nossa vida dos eixos consumindo tudo à sua volta, amor doentio... amor cão.



The Squid and the Whale

The Squid and the Whale, filme de 2005 realizado por Noah Baumbach que causou sensação em vários festivais de cinema pelo mundo fora tendo sido nomeado para um Oscar na categoria de melhor argumento original e vencido duas das três nomeações no festival Sundance (Realização e Argumento).

É um filme arrojado mas consistente que conta a história de um casal de escritores (Jeff Daniels e Laura Linney) que se divorcia e o impacto que isso tem nas vidas deles e dos seus dois filhos.
The Squid and the Whale
é um filme principalmente direccionado para adultos e para adolescentes "maduros" pois as temáticas que aborda, a linguagem utilizada e a própria representação dos actores fazem deste filme uma experiência bastante real que acaba por se entranhar em nós no decorrer do filme.
Neste filme tudo parece verdadeiro, os comportamentos, as dúvidas, os diálogos... dramático sem cair no lamechas ou no exagerado, engraçado sem cair no ridículo.
É precisamente esse equilíbrio perfeito e real que dá a este filme grande parte do seu valor.

De salientar que esta história é baseada nas experiências de infância do próprio Baumbach e talvez por isso ele tenha conseguido colocar o seu próprio sangue e suor no filme.


13bly

Tuesday, November 6, 2007

Belle Chase Hotel

Depois de, ao deambular pela Internet, me deparar com o ISO 800 (blog que aconselho desde já a visitar) tomei consciência de alguma falha no que toca a promoção de artistas nacionais neste meu blog que diz ser acerca de cultura.

Então, numa tentaiva de colmatar essa falha venho aqui falar-vos de uma das minhas bandas portuguesas favoritas (e que infelizmente só conheci recentemente apesar de estarem já extintos).

Oriundos de Coimbra, os Belle Chase Hotel reúnem inúmeras influências músicais de várias culturas do mundo resultando numa mistura que é, na minha opinião fantástica. Eram constituídos por J.P. Simões na voz (guitarrista dos também extintos Pop Dell'Arte e actualmente vocalista dos Quinteto Tati) Antoine Pimentel na percursão, Raquel Ralha também na voz (que muitos conhecerão dos Wraygunn), Filipa no violino, João Baptista no baixo, Luis Pedro no piano, bandolim e acordeão, Marco no saxofone, Pedro Renato na guitarra e Sérgio Costa na guitarra e flauta transversal.

Um dos singles do primeiro album deles (Sunset Boulevard) até foi bastante badalado, mas na altura nunca soube que essa música era sequer da autoria de uma banda portuguesa.
Actualmente, os Belle Chase Hotel têm 2 albuns editados e fala-se numa possível reunião (infelizmente sem J.P. Simões) para um terceiro album.

Músicas como Sunset Boulevard com a sua boa onda a fazer lembrar os anos 60, Fossanova ao bom ritmo de bossanova brasileira, Derangé e La Toilette des Étoiles com fortes influências (obviamente) francesas, Scorpions in Love, Strong Sex, Kurt Weil Time um bocado a puxar mais ao jazz ou ao cabaret, Evil Rock (instrumental a fazer lembrar a Misirlou do grande Pulp Fiction)... eu podia continuar, acreditem que sim... mostram a versatilidade dos "Belle Chase" fazem deles um importante marco da música nacional que, mesmo de já tendo acabado, continuam actuais e a dar que falar (apesar de estarem cada um para seu lado noutros projectos).


Quer eles se voltem a juntar ou não, os Belle Chase Hotel serão sempre uma banda a recordar.


13bly

Friday, October 26, 2007

Resumo da Semana

Esta semana que está prestes a chegar ao fim foi dedicada em grande parte aos estudos (nomeadamente Gestão de Projectos) e o restante tempo aproveitei-o para fugir de Hollywood e explorar um pouco mais do cinema que se faz um pouco pelo resto do mundo.
Como não há regra sem excepção um dos filmes que vi esta semana (o primeiro) era americano.


A Scanner Darkly: filme que vi no Domingo à noite de Richard Linklater adaptado do livro de Philip K. Dick e é uma espécie de thriller psicológico policial de ficção científica.
O filme conta com a participação de vários nomes conhecidos como Keanu Reeves, Winona Ryder e Robert Downey Jr. mas, acima de tudo este filme conta com um visual verdadeiramente único.
Foi aplicada à gravação deste filme uma espécie de filtro cell-shade o que lhe deu este ar de animação ou cartoon.
Infelizmente o visual é o que, na minha opinião, mais se destaca no filme que acaba por ser um bocado banal...


Le Fabuleux destin d'Amélie Poulain: este foi o filme que vi na Segunda-Feira à noite. Era, desde que saiu, um filme que tinha vontade de ver e procedi a colmatar essa lacuna.
"Amélie" é um filme mágico repleto de personagens fascinantes e acima de tudo carregado com sensações de alegria e felicidade. Um papel fantástico de Audrey Tautou e uma abordagem diferente em termos de realização e narração (que funcionou muito bem) do realizador Jean-Pierre Jeunet.
O filme ficou um pouco aquém das minhas expectativas, o que é algo que acontece quando elas estão altas. Ainda assim um excelente filme e demonstra o grande nível do cinema europeu.


Die Fetten Jahre sind vorbei ou The Edukators: filme alemão com Daniel Brül, o mesmo protagonista de Goodbye Lenin! (filme que também gostei).
O meu serão de Terça-Feira foi passado na companhia destes edukadores e das suas ideias revolucionárias.
O filme conta a história de três jovens amigos que vivem com os seus ideais à flor da pele numa sociedade que contestam.
Achei o filme cativante e empolgante do início ao fim e acabei por gostar ainda mais do que o Goodbye Lenin!. O cinema europeu em grande!


Boksuneun naui geot ou Sympathy for Mr. Vengeance: o primeiro filme da trilogia acerca de vingança do realizador coreano Chan-wook Park (da qual o conhecido filme Oldboy é a segunda parte) foi o filme escolhido para a noite de Quarta-Feira.
É tipicamente um filme asiático com uma história que nos surpreende constantemente. "Mr. Vengeance" conta a história de um jovem surdo-mudo que tem que ajudar a sua irmã a arranjar um transplante renal, mas tudo lhe corre mal e a partir de certo ponto inicia uma busca por vingança (enquanto ao mesmo tempo também é procurado para vingar outrém). Uma visão impressionante do realizador Chan-wook Park.


Saibogujiman kewnchana ou I'm a Cyborg but that's OK: antes de terminar a trilogia de vingança de Chan-wook Park decidi explorar uma outra faceta deste realizador. Então, na noite de Quinta-Feira vi esta que é uma comédia romântica bastante invulgar e verdadeiramente única. De todos os filmes desta semana este foi o que mais me surpreendeu e me deixou verdadeiramente deslumbrado.
"Poucas são as comédias românticas que começam com uma tentativa de suicídio e terminam com os dois protagonistas alegremente a detonar uma ogiva."
foi uma frase que li algures na internet e praticamente me obrigou a ver esta obra prima de Chan-wook Park. Este filme demonstra a versatilidade do realizador a quem apenas conhecia os seus filmes mais violentos.
Fiquei com vontade de escrever mais acerca deste filme... talvez em breve!


Para a noite de Sexta-Feira tinha ficado reservado Chinjeolhan geumjassi ou Sympathy for Lady Vengeance mas visto que as noites de Sexta e Sábado são dedicadas a socializar com os amigos no café e é preciso estudar nos dias que se seguem a última parte da trilogia de vingança de Chan-wook Park terá que ficar para a semana seguinte.



A Scanner Darkly: ***

Le Fabuleux destin d'Amélie Poulain: *****
(A última estrela é mais pequena unicamente pela pequena desilusão que apanhei com o filme e pela sensação de ter ficado algo a faltar-lhe. É, ainda assim, um excelente filme.)

The Edukators: *****


Sympathy for Mr. Vengeance: ****


I'm a Cyborg but that's OK: *****




13bly

Saturday, October 20, 2007

Robert Rodriguez's "Planet Terror"

Estreou finalmente por terras lusas a segunda parte do projecto duplo Grindhouse dos realizadores Quentin Tarantino e Robert Rodriguez.

Completamente siderado com a primeira parte fui ver a segunda mal me surgiu a oportunidade. Ao contrário do que podem pensar ia com as expectativas um pouco em baixo porque o Robert Rodriguez e a temática deste segundo filme não me inspiravam tanta confiança como o Death Proof e o Tarantino, mas acabei por gostar mais do que estava à espera.

Não me interpretem mal, gostei bem mais do Death Proof, mas o Planet Terror também tem muitos pontos positivos e momentos brilhantes.

Antes de mais, o Planet Terror é um filme de zombies ponto final. Não vale a pena nega-lo e quem quer que diga o contrário está a mentir. A diferença é que é um filme de zombies que pretende satirizar e ao mesmo tempo homenagear os filmes de zombies reunindo nele praticamente todos os clichés que consigam imaginar (o que é uma imagem de marca de qualquer um dos dois filmes do Grindhouse).

Desde um herói com um passado misterioso, mas aparentemente temido por todos a uma heroína que é stripper (stripper não, dançarina ao vivo, é diferente) e anda constantemente com pouca roupa, a objectos que sofrem explosões espontâneas passando por conspirações militares etc.

Mas no meio disso tudo Rodriguez ainda consegue ser original neste filme que já tinha começado a escrever à muitos anos. Digam-me lá outro filme em que a protagonista perde a perna e lhe encaixam lá uma metralhadora!
Rídiculo?! Sim, admito...
Genial?! SIM!!

Um filme onde há uma gaja que tem uma metralhadora na perna NUNCA há-de ser mau!

Acerca da história, não há muito a dizer:
Gás químico (ou lá o que era) -> população infestada -> zombies -> zombies -> gajas -> tiros e explosões -> zombies -> gajas -> gajas -> cena de sexo -> zombies -> zombies.

Tudo isto com algumas cenas de humor pelo meio.

Deve dizer-se que o Rodriguez abusou muito mais do sex-appeal neste filme do que o Tarantino no seu. Apesar de o filme do Tarantino ter um maior número de mulheres a passear-se pelo ecrã, apenas houve uma cena um pouco mais provocante (tirando um ou outro plano "acidental") em Planet Terror, Rodriguez fazia constantemente uso de grandes planos e close-ups das curvas das meninas.
Para além disso a imagem de Planet Terror é muito mais suja e a fita está muito mais "estragada" do que a do Death Proof, sendo que inclusivamente ela salta fora e abranda e chega inclusivamente a parar (curiosamente num close-up da protagonista Rose McGowan numa cena de sexo... coincidencias). Esta versão de Planet Terror também tem uma cena de missing reel (completa com um pedido de desculpas do cinema) a fazer a suave transição entre uma cena de sexo e um tiroteio entre sobreviventes e zombies onde já está tudo a arder e a explodir.

O início do filme oferece também um pequeno brinde um faux-trailer de um futuro filme "a estrear nas salas de cinema", Machete, o trailer estava espetacular e conseguiu reunir todos os esteriotipos e clichés dos filmes desse género.
Lá por ser cliché não implica que seja fácil, tem o seu valor fazer um trailer assim e, devo confessar, se o filme fosse realmente a estrear, eu era bem capaz de o ir ver.

Resumindo e concluindo. Planet Terror foi um filme que me surpreendeu pela positiva e que vale a pena ir ver (desde que não se vá a contar com outra coisa), mas não atinge o génio do Death Proof. No global o projecto Grindhouse é o produto de dois grandes génios contemporaneos do cinema e que vale muito a pena ver e inclusivamente rever mais do que uma vez.


13bly

Sunday, September 9, 2007

Quentin Tarantino's "Death Proof"

Se inicialmente estava revoltado com a ausência do Grindhouse (projecto double feature de Quentin Tarantino e de Robert Rodriguez do qual fazia parte o Death Proof) em circuitos de cinema fora dos EUA, agora, depois de saber as diferenças entre a versão original do filme (Death Proof) e a sua respectiva versão alargada (que percorreu os cinemas pelo resto do mundo), penso "Coitadinhos dos Americanos...".

Tudo bem eles tiveram o(s) filme(s) não sei quantos meses mais cedo, mas, se por um lado o Grindhouse teria muitos mais extras, montes de fake-trailers e publicidade entre os filmes e, no geral seria uma versão mais pura, por outro lado a versão extended de Death Proof tem mais meia hora de filme.
Essa meia hora inclui nada mais, nada menos do que algumas das melhores cenas do filme como a lap-dance e o drop-kick (quem viu sabe do que estou a falar, quem não viu, que vá ver!!).

Mas quanto ao filme em si... Esta homenagem aos velhinhos filmes estilo Série B é Tarantino no seu estado puro. O filme está recheado (MESMO) de preciosismos, referências e pormenores que apenas quem já conhece um pouquinho deste Senhor conseguirá identificar. Qualquer apreciador da obra de Tarantino vai desfrutar muito mais do filme.

Death Proof reúne em si praticamente tudo de bom a que Tarantino já nos vem habituando desde realização com muitas cenas remniscentes a outras das suas obras, banda sonora sublime, acção frenética, diálogos espectaculares, humor "cheio de pinta", referências e pormenores...

Este filme conta-nos duas histórias. Cada uma delas acompanha um grupo de mulheres relaxadas que apenas procuram divertir-se e que acabam perseguidas pelo Stuntman Mike no seu sinistro carro "à prova de morte".

A história parece simples, e na realidade é, mas isso não é um ponto negativo e, uma vez que o filme foi feito como uma espécie de homenagem ao cinema grindhouse não poderia ser de outra forma já que isso é característico dos mesmos.
Como já disse, Death Proof brilha não tanto na história, mas sim nos pormenores e, correndo o risco de me tornar repetitivo, o génio deste filme está precisamente na forma como as cenas foram realizadas, nos diálogos, nas situações, na banda sonora, nas referências... não sei explicar melhor, mas é bombástico.

Tem uma ou duas cenas bastante violentas, muitas cenas de humor principalmente devido aos diálogos, duas cenas épicas (as já referidas lap-dance e o drop-kick) e grandes cenas de acção das quais destaco a perseguição final, que convém referir, foi filmada em velocidade real sem recorrer a acelerações e com carros a sério sem usar imagens geradas por computador (recriando as condições que existiriam na "época dourada" dos grindhouses).

É sem dúvida o filme mais excitante deste ano sendo que inclusivamente senti uma vontade súbita de me levantar e aplaudir esta obra de arte quando apareceram as palavras "The End" na tela. Como essas palavras foram seguidas de uma ceninha extra boa demais para palavras fiquei ainda mais extasiado.

Fico a aguardar o Planet Terror e a edição de DVD do Death Proof ou Grindhouse com curiosidade de ver que Extras vão incluir.

13bly

P.S. - Aconselho uma visita à compilação de curiosidades acerca deste filme existente no IMDB:

- a quem: é fã incondicional de Tarantino, adorou o filme e descobriu inúmeras das referências quando o viu, pois de certeza que lhe terão escapado algumas de tão subtis que são;
- a quem: gostou do filme em geral mesmo não sendo fã de Tarantino, pois sem dúvida vai achar graça a pelo menos alguns dos pormenores (que quase de certeza escaparam). Quanto mais não seja para perceber porque é que certas coisas foram feitas desse modo;
- a quem: não gostou do filme e não gosta do Tarantino, pois, apesar de talvez não mudar a opinião (creio que Tarantino, ou se ama, ou se odeia), vai sem dúvida fazer ganhar algum respeito por esse Senhor que é o Tarantino;
- a quem: ficou curioso acerca destes pormenores e referências de que tanto falo e que fazem deste filme o que é.

*Segue-se o link: Death Proof Trivia


Friday, August 31, 2007

Paredes de Coura '07

Voltei finalmente de férias e com muito para escrever aqui. Há apenas um problema, a preguiça.

Devo começar por dizer que esta edição do festival de Paredes de Coura foi o meu baptismo festivaleiro e concerteza não será a minha última presença num evento deste tipo (especialmente em Paredes de Coura).

Os dias foram bem aproveitados e curti durante quase todos os concertos, desde o "Dia -1" que incluía as festas da aldeia, passando pelo "Dia 0" de recepção ao campista (que albergou um dos concertos que mais gostei) até ao final do derradeiro "Dia 3".

Tinha aqui muito que escrever se fosse a analisar tudo tim-tim por tim-tim, mas como já lá vai "algum tempo" com muitas outras coisas pelo meio talvez não fosse muito preciso na análise e depois temos mais uma vez o factor preguiça. Assim sendo vou só fazer alguns comentários rápidos aos concertos que gostei e aos que não gostei.

Concertos que ADOREI:

Dia 0
DeVotchKa - Logo na noite da recepção, este nome quase desconhecido do público em geral surpreendeu-me. Estava curioso de os ver porque tinha visto o filme Little Miss Sunshine e tinha gostado da banda sonora, mas não sabia bem até que ponto aquele tipo de música se enquadrava ali. Os DeVotchKa não me desiludiram NADA, muito pelo contrário. Deram aquele que foi, na minha opinião, um dos melhores concertos do festival. Foram fantásticos!!

Dia 1
Gogol Bordello - Estava com as expectativas no auge, mas ainda assim eles não desiludem. São verdadeiros animais de palco. Um espectáculo com "E" grande do início ao fim. Nada mais tenho a acrescentar a não ser que talvez tenha sido o melhor concerto do festival!!

Dia 3
Linda Martini - Os portugueses Linda Martini a abrir o palco principal no último dia de festival estiveram mais que à altura do cargo. Deram um excelente concerto. Ficaram a faltar a "Estuque" e a "Cronófago".

Sunshine Underground - Das bandas mais comerciais do cartaz, já estava um bocado farto de os ouvir pela altura do festival mas a música deles é bem dançável e portanto criou um ambiente de festa no público e foi um bom concerto. Só a "Put You In Your Place" era suficiente para os por à frente de outros concertos.

... e claro, não me posso esquecer de:

Sonic Youth - Grande concerto apesar de ter faltado a "Teen Age Riot" e a "Silver Rocket" (o que me provocou um espécie de transe de choque). Não há muito a dizer acerca destes senhores, eles tocam pra c*ralho!!!!!


Concertos que gostei:

Dia 0
Sizo - Portugueses quase desconhecidos mas cheios de energia e que deram um bom arranque a esta edição do festival.

Dia 1
New Young Pony Club - Não fazem muito o meu género mas estava a achar o concerto agradável. E agradou-me a teclista mais o seu jeitinho de perna!!

Babyshambles - Este está ali mesmo no limiar entre os concertos que gostei e os que adorei. Seja lá porque tenha sido gostei deste concerto (talvez pela fita da guitarra que teimava em não se prender nem com fita cola).

Dia 2
Spoon - Agradável, como já esperava que fosse!! Não tocaram a "The Underdog"...

Architecture in Helsinki - Mais uma vez um concerto que estava curioso de ver e que não me desiludiu. Apesar de alguns problemas de som foi um bom concerto, cheio de dinamismo devido às constantes trocas de instrumentos entre os vários elementos da banda. Gostei, faltou-lhe um bocadinho para chegar aos concertos que adorei... talvez tenha sido da ausência da "The Owls Go"...

Mão Morta - Um concerto que fui ver sem expectativas porque não conhecia praticamente nada do repertório deste nome gigante da música portuguesa. Surpreenderam-me, e apesar de o concerto ter sido monótono em partes, teve outros grandes momentos que compensaram.

Dinosaur Jr. - Mais um que está ali no limiar entre o gostar e o adorar... faltou-lhe qualquer coisa... quase não ouvia voz, mas que eles tocam muito lá isso tocam. O concerto foi bom, tocaram quase logo a "Just Like Heaven" o que me deixou satisfeito. Mas faltou-lhe qualquer coisa... talvez interacção com o público... não sei.


Concertos que me caíram em indiferença:

Dia 1
Blasted Mechanism - Não era concerto que tivesse com grandes expectativas, eles dão show em palco, é certo. Mas prontos... foi mais um concerto, não me marcou particularmente. Foi giro.

Dia 2
New York Dolls - Este também está no limiar, mas desta vez é entre o não gostei e a indiferença... Estavam um bocado desenquadrados. Não gostei lá muito.

Dia 3
Electrelane - Vi de longe, sentadinho. Foi giro, mas não passou disso...

Peter, Bjorn & John - Só vi a parte final e foi ao longe portanto não posso dizer grande coisa acerca deste concerto.

Concertos que NÃO gostei:

Dia 1
Sparta - Não ia muito à bola com o estilo das músicas deles e não gostei do concerto. Talvez também por causa dos problemas de som... Teve um bom momento: a mensagem na guitarra.

M.I.A. - Sem grandes comentários... Teve boa comunicação com o público, mas só isso e uma carinha laroca e corpinho jeitoso não chegam. "Música" asquerosa. Mandava a menina para o SW.

Dia 3
CSS - Um dos concertos que era para muitos dos mais esperados. Não gosto das músicas e não gostei do concerto. Notava-se um certo cansaço já que vieram do Japão... Outras que mandava para o SW. Teve um bom momento, o hélio.


No palco Ibero-Sounds não assisti a nenhum concerto das bandas espanholas, mas acabei por ouvir partes ao longe e pareceu-me que tinham boas sonoridades. Vi o final de Slimmy, que me agradou, falhei os Mundo Cão (mas já os tinha visto, daí também a descontracção) e revi os Born a Lion (apesar de ter gostado mais da primeira vez, porque desta vez eles estavam perfeitamente sóbrios).

Quanto a after-hours, não sou propriamente a pessoa ideal para falar deles... não faz o meu género e em grande parte não gostei, até porque a essa hora praticamente não sentia os meus dois membros inferiores, ou quando sentia alguma coisa, era dor. Achei graça aos Crystal Castles, mas foi curto o concerto.

Grande desilusão:
Mando Diao cancelados - Só era uma das bandas que mais queria ver e que foram logo cancelados... foi pena...

Para além desta desilusão poucos são os pontos negativos que tenho a assinalar... talvez cerveja cara, rampa enorme, falta de opção de bebidas dentro do recinto... pouco mais me consigo lembrar.

No final fica um balanço extremamente positivo e uma sensação de nostalgia e vontade que a edição do próximo ano chegue o mais depressa possível.

13bly

Friday, August 10, 2007

Festival Heinkein - Paredes de Coura 2007: Antevisão

Sigo amanhã em direcção a Paredes de Coura para receber o meu baptismo festivaleiro. Vou lá ficar acampado com alguns amigos e vai ser munito.

Muito se falou acerca do cartaz deste ano, em parte por causa das elevadas expectativas devidas aos cartazes de anos anteriores e ao facto de ser a edição que celebra o 15º aniversário do festival... "fraquinho, mau, pior dos últimos não sei quantos anos" foram algumas das coisas que foram ditas acerca do cartaz. Na minha opinião o cartaz tá bom, mas admito, falta-lhe é ali AQUELA banda.
Bastava um nome arrebatador que ficava logo quase toda a gente contente.
Não aconteceu, mas ainda assim temos um bom cartaz... aliás desafio alguém a dizer-me um festival com melhor cartaz em Portugal (e não o SBSR não conta).

Dizem os "especialistas" que o after-hours de Paredes está muito bom. Eu não posso comentar pois é uma área que não tenho qualquer tipo de conhecimento e ainda menos interesse...
DJ Fra, Simian Mobile Disco, Crystal Castles, Guns'n Bombs, Foreign Islands, DJ Jean Nipon, U-Clic e Boys Noize são os nomes que vão animar os festivaleiros após as actuações no palco principal pela madrugada adentro.

Sem esquecer os portugueses Sizo e os americanos DeVotchKa (que fizeram a banda sonora do grande Little Miss Sunshine) que actuam no dia de recepção ao campista, temos este ano um novo palco apelidado de Ibero-Sounds que pretende apresentar alguns "novos talentos" portugueses e espanhóis. Das bandas espanholas não posso falar pois não conheço agora das bandas portuguesas temos os Mundo Cão (que me agradam), os Born A Lion (que já vi ao vivo, não me agradam tanto, mas com mais ambiente devem dar um bom concerto) e o Slimmy (que se diz ser um artista que pode ter o seu boom a qualquer momento).

O Jazz na Relva (ou Palco Ruby, como queiram) é sempre uma iniciativa boa, pois com bom tempo e uma paisagem daquelas o que melhor sabe é relaxar na relvinha a ouvir um bom sonzinho. Zappa Low Budget Research Kitchen (Frank Zappa é sempre bom), Paulo Barros 4tet (não faço ideia) e a F.R.I.C.S. - Fanfarra Recreativa e Improvisada Colher de Sopa (o nome é bom!!) vão proporcionar momentos relaxantes aos quais não pretendo falhar!

Passando por fim ao palco principal, que tanta contestação gerou, e começando cronológicamente:

DIA 13

Apesar dos horários e ordem de actuação das bandas estar um bocado incoerente (situação que se vem a repetir no dia seguinte) temos New Young Pony Club a abrir. O concerto promete ser energético (apesar de muita gente dizer que ficavam melhores mais tarde ou no after-hours).
Depois temos Sparta e Mando Diao (banda sueca, que na minha opinião é a melhor do dia).
Logo de seguida começam os grandes disparates deste alinhamento, Blasted Mechanism e M.I.A. sendo que a primeira acredito que seja um melhor espectáculo durante a noite portanto até se compreende e sendo a segunda aquele que é o nome mais disparatado do cartaz inteiro e que dispensava sem pensar duas vezes. Não gosto, está desenquadrado, tirou lugar aos Mando Diao de actuarem mais tarde... só coisas contra.
A fechar a noite temos o concerto mais incerto... que pode oscilar entre o perfeito fracasso ou um concerto brutal: os Babyshambles encabeçados pelo problemático Pete Doherty... veremos em que estado ele se apresenta ao público de Paredes...

DIA 14


Este dia alberga duas das bandas que mais curiosidade me despertam do cartaz inteiro, Gogol Bordello e Architecture in Helsinki.
O palco abre calminho com o indie-pop/rock dos Spoon estes rapazes vão ser logo seguidos pelos grandes Gogol Bordello que sem sombra de dúvidas vão dar um concerto de arrebentar e que deveriam actuar mais tarde. Depois de muitas loucuras proporcionadas pelos Gogol Bordello vêm os Architecture in Helsinki sobre quem não sei bem o que esperar, mas estou ansioso.
Seguidamente vêm os Mão Morta, que não me agradam particularmente mas é preciso admitir que são uma grande banda portuguesa, e depois os "fosseis" New York Dolls com o seu glam-rock estilo Rolling Stones.
Finalmente, a fechar a noite e a encabeçar o cartaz nesse dia tocam os Dinossaur Jr. com rock alternativo e guitarradas fortes.

DIA 15


Aquele que promete talvez ser o melhor dia... dia 15, 15 anos... talvez seja por isso...
Começa a noite com os portugueses Linda Martini e o seu som com inspirações em Sonic Youth (que actuam mais tarde). Já os tendo visto uma vez ao vivo penso que o espectáculo vai ganhar com o ambiente que se vai viver em Coura, pois quando os vi o ambiente era... digamos... fraco!
A noite continua com as Electrelane e Sunshine Underground, sendo as primeiras numa onda mais calminha e os segundos mais energéticos (e também mais comerciais...).
Estou curioso relativamente a ambos os concertos, por motivos diferentes... Electrelane quero ver como é que elas se safam e se conseguem dar um bom concerto pois as músicas delas são talvez um bocado calmas e não sei até que ponto poderão conseguir cativar o público e os Sunshine Underground precisamente por querer curtir pois as músicas deles são bastante dançáveis e o concerto deve ser porreiro.
Depois dos SU, é a vez dos suecos Peter, Bjorn e John, conhecidos por andarem na cabeça de toda a gente devido à "música do assobio" (do reclame da Optimus), mas parece-me que têm muito mais para dar e vou lá estar para ouver.
A seguir aos suecos vêm as brasileiras Cansei de Ser Sexy que eu pessoalmente não gosto mas que toda a gente diz que dão uns grandes concertos... lá estarei para comprovar.
Finalmente, e a fechar o Palco Heinkein Paredes de Coura temos aqueles que são os verdadeiros gigantes do cartaz desta edição de 2007 os Sonic Youth. Promete ser um concerto
brutal com as guitarradas psicadélicas e muito feedback à mistura.

Se a todos estes concertos juntarmos um cenário natural fantástico, um grupo de amigos porreiro (que eu não tenho), bom ambiente e boa bebida temos todos os ingredientes para um GRANDE festival.

Despeço-me por cerca de 3 semanas (sim porque depois do Festival vou de férias e só devo por "cá os pés" mais tarde).

13bly

Thursday, July 19, 2007

Arctic Monkeys - Vigo

Era grande a ansiedade com a qual aguardava a chegada do dia 19 de Julho de 2007. Estava marcado para essa data o meu último exame e, como consequência o início das tão desejadas (e merecidas) férias. Mas acima de tudo essa ansiedade era devida aos Arctic Monkeys e ao concerto que eles iam dar em Vigo e ao qual eu ia assistir.

Terminado o exame final por volta das 11:30 (que nem correu muito mal, mas não sei se chegará) entrei finalmente em férias e durante a tarde não pensei noutra coisa senão em Arctic (mesmo durante o exame...). Mais ao final da tarde saí com uns amigos rumo a Vigo e em pouco tempo nos pusemos lá com o carro estacionado no próprio parque onde se ia realizar o concerto.

Era agora altura de levantar os bilhetes que tinham sido préviamente reservados na Internet. Aqui começam os pontos negativos da 'organização espanhola'. Não sei de quem é a culpa mas acho ridículo que quem tenha feito reserva tenha de estar numa fila durante horas para levantar o devido bilhete e quem o quiser comprar na altura tenha 'o caminho livre'. Compreendo que seja difícil coordenar isto (até porque não havia quase ninguém a comprar na hora) mas, sei lá, podiam por exemplo ter aberto o guichet mais cedo ou ter disponibilzado mais recursos.
Mas prontos não é grave... pior do que isso é no bilhete vir impresso 'Artic Monkeys' quando eu estava convencido que tinha comprado um bilhete para ver os ArCtic Monkeys.
Mais uma vez, apesar de ser grave, não é por aí que a porca torce o rabo.

Com os bilhetes finalmente na mão foi altura de entrar para o recinto, comer qualquer coisinha só para enganar o estômago e aguardar a chegada das 22:30 (espanholas).

A hora chegou finalmente e subiram ao palco os Mendetz, banda espanhola escolhida para abrir caminho para verdadeira atracção da noite.
Não foram maus... não foram bons... desempenharam a função deles: encher chouriços até serem horas decentes para os Arctic actuarem. Podia ter sido melhor? Podia, mas também não foi pior.

Quando a hora mais esperada da noite chegou finalmente, já o auditório estava cheio. Os Arctic Monkeys subiram ao palco e não fizeram cerimónias nem foram em meias conversas, aliás, nem foram em conversas nenhumas, começaram logo a partir a louça toda e tocaram aí umas seis músicas com alta pedalada praticamente sem interrupções.

Foi a loucura, foi o fim-do-mundo, foi tudo e mais alguma coisa, o concerto ainda ia na 2ª ou 3ª música e eu já estava a dizer que foram 12€ extremamente bem dados (a expressão foi mesmo "Os 12€ mais bem dados da minha vida!"). Saltei, pulei, moshei, berrei, cantei, bati palmas e acima de tudo curti e suei!! Curti e suei como nunca na minha vida!!

Durante aquela hora e meia (ou hora e um quarto, por aí) os Arctic tocaram quase non-stop sem qualquer tipo de piedade por quem queria respirar um bocadinho!
O concerto foi bem dividido entre as músicas do albúm antigo (e um ou outro B-side) e do albúm novo. O line-up, em semelhança ao concerto de Lisboa, foi algo do tipo:

The View From The Afternoon
Brianstorm
Still Take You Home
Dancing Shoes
From The Ritz To The Rubble
Teddy Picker
D Is For Dangerous
This House Is A Circus
Fake Tales of San Francisco
Balaclava
Old Yellow Bricks
You Probably Couldn't See for the Lights...
I Bet You Look Good on the Dancefloor
If You Were There, Beware
Fluorescent Adolescent
Mardy Bum
Do Me A Favour
Leave Before The Lights Come On
When The Sun Goes Down
A Certain Romance

EXCELENTE do início ao fim! Só faltou mesmo a 505.

O único ponto negativo a apontar ao concerto em si é mesmo o público espanhol. Público esse que simplesmente não fazia praticamente nada (e por várias vezes tentou não deixar fazer).
Mais uma vez se provou que o público português é do melhor do mundo pois parecia que só os portugueses é que faziam a festa (inclusivamente muitos espanhóis ficam a olhar com cara de parvos).
Esse tipo de atitude notou-se ao longo de quase todo o concerto ao ponto que o próprio Alex Turner (vocalista dos AM) chamou por Portugal mais do que uma vez durante o concerto (e os espanhóis não reagiram).
Valeu, para além da presença dos muitos portuguese, a presença do nosso jovem amigo irlandês Robbie Keane sedento por mosh-pit e que, apesar da terna idade, deve ter curtido mais do que grande parte dos espanhóis que lá estavam.

Mas, espanhóis à parte, foi um grande concerto, uma grande noite, foi altamente, foi espéctacular, foi genial!!


13bly



Wednesday, July 18, 2007

Put on your dancing shoes...


... because tomorrow we're gonna go see Arctic Monkeys live!!!





13 bly

Saturday, July 14, 2007

Los Angeles, Lynch

David Lynch, nascido em inícios de 1946, é um artista americano multifacetado (ele realiza, ele escreve, ele pinta, ele faz tudo e mais alguma coisa). Nomeado três vezes para os Óscares pela realização dos filmes Elephant Man, Blue Velvet e Mulholland Drive, Lynch já arrecadou prémios em Cannes e em Veneza e foi considerado em '92 pela revista Time "the Most Influencial Filmmaker".

Depois de ver a série de culto Twin Peaks (quase toda e ainda falta ver o filme) fiquei fascinado por este homem. Então, tendo surgido esta iniciativa do Cineclube de Joane de fazer um especial David Lynch não pude deixar escapar a oportunidade de ver o Mulholland Drive (considerado a obra prima de Lynch) e o Inland Empire (o seu mais recente projecto).

Duas noites, dois filmes e duas valentes comidelas da cabeça! Ambos os filmes são puras mind-fucks (expressão que é inclusivamente utilizada no Inland Empire) e verdadeiras obras de arte cinematográficas.

Os dois filmes têm vários pontos em comum, ambos são histórias de amor e seguem as ambições de uma actriz (num dos casos uma jovem actriz que quer atingir o estrelato e noutro uma já madura que quer fazer um comeback) e ambos se passam em Los Angeles e levando a homicídios. Isto em termos muito superficiais porque há sempre elementos recorrentes nas obras de Lynch (os candeeiros, os telefones, a cor vermelha, as mamas etc.).


MULHOLLAND DR.


É acima de tudo, como já foi dito, uma história de amor. Mulholland Dr. é um filme recheado de pormenores e significados ocultos que quanto mais tentamos aprofundar mais nos seduz e surpreende.
Não estou a exagerar quando digo que TUDO no filme tem o seu significado específico e que é importante para entender a história no seu todo (até a ordem pela qual aparecem os nomes nos créditos finais).

Eu não vou entrar aqui em análises da história em si ou explicações porque penso que o entendimento do Mulholland Dr. é algo que cada um deve fazer por si e não quero tirar esse gosto a ninguém.

Depois de algumas cenas que à primeira vista nos parecem absolutamente bizarras (mas que mais tarde percebemos que fazem todo o sentido), deparamo-nos com uma tentativa de homicídio que corre mal (e cuja vítima ficou com amnésia) e com a chegada de Betty (aspirante a actriz) a Los Angeles.
Por coincidência Betty e Rita (nome que a personagem amnésica escolheu) acabam por se encontrar e iniciam uma busca para descobrir a verdadeira identidade de Rita, pelo meio é-nos mostrada uma conspiração e outras cenas aparentemente sem significado.

Toda a acção do filme decorre bastante bem até pouco mais de metade. Aparenta ser uma história Hollywoodesca com vários toques excêntricos, cenas exageradas e psicadélicas e cenas de sexo lésbico, mas ainda assim, relativamente normal. Até que...

... numa altura que pensávamos que iamos descobrir toda a verdade por detrás do mistério de Mulholland Dr. e da identidade de Rita o filme troca-nos as voltas por completo e Lynch mostra o seu génio. A descoberta de uma caixa azul leva ao desaparecimento de Betty e, assim que a caixa é aberta, all Hell breaks loose (como dizem alguns).

Tudo o que pensavamos conhecer acerca dos personagens muda e o espectador volta à estaca zero em que é tudo novo e nada parece fazer sentido. Esta nova fase do filme é muito mais psicadélica e então a parte final é quase insana.

Esta é uma obra prima do cinema e é, para muitos, o melhor trabalho de Lynch.
Quero é salientar uma coisa, apesar de eu ter entendido a globalidade do filme estou ainda longe de uma compreensão total e posso dizer que existem cerca de vinte teorias cada uma delas com uma interpretação diferente do filme.
Creio que Mulholland Dr. é uma experiência com muita subjectividade excelente para quem quiser perder (ganhar?) um bocadinho de tempo a pensar.



INLAND EMPIRE


Inland Empire...
... vai ser difícil reúnir palavras para descrever este filme.
Filme não... isto não é um filme, é uma experiência, uma experiência que dificilmente vou esquecer!!

Esta é a obra mais recente de David Lynch e, animado pelo Mulholland Dr. e com a curiosidade espicaçada por uma crítica que dizia algo do tipo "este filme não aparenta ter diálogos, personagens ou sequer um argumento. Mas isso não são própriamente pontos negativos.".
Quando li a crítica fiquei completamente "wtf?!" mas agora que vi o filme sou obrigado a concordar!

Ao contrário do Mulholland Dr. este não "engana" ninguém e entra a matar logo desde início com cenas absolutamente psicadélicas e aparentemente non-sense.

Novamente surge-nos o pretexto de uma actriz, Nikki Grace, que quer subir na carreira, mas desta feita é uma actriz veterana, que já esteve no mundo do cinema mas que quer voltar. Para isso faz uma audição para o filme "On High in Blue Tomorrows" e acaba por ficar com o papel.
Nesse filme Nikki vai contracenar com Devon, um galã de Hollywood (que aparentemente se envolve romanticamente com todas as actrizes com quem contracena). O problema é que o marido de Nikki é um homem muito poderoso que ameaça Devon para não se envolver com ela.

Antes de saber que tinha ficado com o papel Nikki recebeu a visita de uma polaca de idade que dizia ser vizinha. Conversaram durante um bocado sem se entender muito bem o que estava a ser dito até que a senhora lhe conta uma espécie de lenda ou profecia que vai tomando forma ao longo do filme.

Estava a decorrer o primeiro ensaio e encontrava-se Nikki reúnida com Devon, com o realizador (Jeremy Irons) e com o seu assistente quando Freddy (o assistente) vê alguém no estúdio, que supostamente estava reservado só para eles. Devon prontifica-se a ir ver quem era mas apenas vê uma sombra e a pessoa desaparece algures no cenário. O realizador aproveita esta deixa para revelar aos dois protagonistas algo que a produção lhe tinha ocultado, que era o facto de o filme estar amaldiçoado e ser na verdade um remake de um outro filme que nunca chegou a ser terminado devido à morte dos dois protagonistas. Nikki e Devon não se deixaram assustar e seguiram com as gravações.
Inland Empire vai decorrendo (sempre recheado de grandes explosões de luz e momentos de tensão) e vai sendo cada vez mais difícil para o espectador, e para a própria Nikki (que se vai apaixonando pelo Devon, ou terá sido pelo seu personagem?), distinguir entre a vida real e as gravações do "filme-dentro-do-filme".

A história em si é simples, mas não é nada linear devido depois a uns quantos de twists que vão acontecendo e pela forma como é contada. Pelos mesmos motivos do Mulholland Dr. não vou desvendar os seus segredos.

Inland Empire é muito mais surrealista do que Mulholland Dr. e é também bastante mais "pesado" e tem cenas bem mais fortes. Neste filme Lynch cria suspense e tensão a toda a hora e tem muitos momentos ao bom estilo Hitchcockiano com suspense de cortar respiração. Tudo neste filme é mais sombrio e arrepiante e tudo ajuda a criar esse efeito, os cortes bruscos (tanto de imagem como de som), as luzes psicadélicas, a música assombrosa, as imagens violentas etc.

Para além disso, o facto de ter sido rodado em vídeo caseiro digital confere a Inland Empire um aspecto ainda mais puro (menos artificial) e a sensação de tudo ser real e, consequentemente, mais assustador.

Quero ainda realçar a prestação da Laura Dern, que protagoniza o filme praticamente sozinha, e a banda sonora absolutamente sublime que, nos momentos certos, intensifica exponencialmente as emoções que sentimos ao ver o filme.

Inland Empire não é tanto um filme carregado de simbolismos e em que tudo é importante como o Mulholland Dr.. É bastante mais linear, apesar de, no seu todo se tornar bastante mais confuso.

David Lynch teve também a inteligência de passar imagens durante os créditos e dessa forma prender a audiência até ao derradeiro fim. Essas cenas que passaram durante os créditos não faziam parte da história do Inland Empire, eram mais uma espécie de piada em que apareciam referências a vários dos filmes de Lynch, tudo isso ao som da fantástica Sinnerman de Nina Simone. Várias pessoas aparecem a dançar e a cantar a música. Essas pessoas incluiam personagens do filme (inclusivamente algumas que apenas tinham sido mencionados) ou participações especiais como Laura Harring (Rita do Mulholland Dr.) ou mesmo o Ben Harper no piano.


Sinto que não tenho capacidade de transmitir em palavras o que senti a ver qualquer um destes dois filmes e a forma como gosto deles portanto creio que o melhor seja que os vejam por vocês próprios mas tenham em atenção uma coisa: David Lynch, ou se ama ou se odeia, não há meio termo (portanto se odiarem não venham resmungar).

13bly

Wednesday, July 11, 2007

Arctic Monkeys ao vivo

Pois é verdade!! Com o tão esperado lançamento das notas da cadeira de Tecnologia de Construções posso finalmente confirmar a minha presença no dia 19 em Vigo no Parque de Castrellos para ver os Arctic Monkeys ao vivo!!
A data do concerto coincide com a data do meu (finalmente) último exame e portanto vai marcar o início das férias!

Vai ser o fim do mundo!!

Uma pequenina amostra:





Nota: Um post pequenino, só para dizer que vou. A análise do concerto ficará para depois (obviamente), mas estou a contar só dizer bem!!


13bly

Monday, June 25, 2007

Rock In Taipas 2007

Nas passadas noites de 22 e 23 de Junho teve lugar no Parque da vila de Caldas das Taipas a oitava edição do certame Rock in Taipas.
Incentivado pelo factor "entrada livre" fui assistir a este mini-festival que tem como objectivo (para além da dinamização da pequena vila do concelho de Guimarães) a divulgação de novas bandas portuguesas que começam a insurgir-se no panorama nacional.

Sendo que não era conhecedor de praticamente nenhum dos trabalhos das bandas presentes , somente as conhecia de nome (passei os ouvidos pelos myspaces das respectivas bandas nos dias anteriores ao espectáculo), quase todos os momentos do festival foram de descoberta.

A grande falha deste espectáculo é, na minha opinião, a falta de divulgação (e a coincidência com o S. João) pois, numa altura em que muitos dos jovens estão de férias e muitos outros estão em época de exames (mas que nem por isso podem deixar de dispensar umas horinhas para relaxar) seria de esperar que o evento conseguisse reunir mais do que "meia dúzia de gatos pingados" (até porque a entrada, como já foi dito, era livre).
Assim, devido a este facto, o festival perde-se em (falta de) ambiente e calor humano sendo que alguns concertos que podiam ser bem mais energéticos acabam por se tornar mortiços.

Sexta-Feira, 22 de Junho.
Born a Lion
& Coldfinger

Das duas noites de festival esta foi sem sombra de dúvidas a pior. Depois de uns Born a Lion com a mania que são rebeldes e, em contraste, demasiado piquinhas com o som, o palco deu lugar a uns Coldfinger que não pareciam estar muito entusiasmados com o concerto.

Ainda assim, apesar das esquisitices (e da moca dos músicos, e das constantes interrupções, e dos espectadores chatos), os Born a Lion conseguiram proporcionar aquele que foi dos melhores momentos da noite. O baixista, sem medo, desceu (saltou) do palco e veio tocar para o meio do público seguido do guitarrista (esse sim já um bocado a medo).

Depois disso vieram os Coldfinger com a voz melodiosa da Margarida Pinto a cativar o público (também o baixista dos Born a Lion mais o seu whisky ficaram cativados pela Guidinha). Cantaram algumas das músicas do último album e a ofereceram à plateia o momento mais romântico da noite (e do festival) com a Cover Sleeve.


Sábado, 23 de Junho.
d3ö & Linda Martini


Esta sim foi A noite do festival!! A energia dos d3ö, seguida do power dos Linda Martini!!
Numa noite que parecia dedicada a Coimbra estas duas bandas da Cidade Universitária surpreenderam-me pela positiva e deram um verdadeiro show nestes dois concertos.
(ignorem esta parte pois parece que afinal os Linda Martini são de Lisboa, my mistake)

Os d3ö, mesmo parecendo estar em noite de azar (rebentaram 3 cordas), não se deixaram abalar e continuaram mesmo assim a oferecer ao público bom rock com influências blues. Foi o concerto mais animado da edição (até fangirls com coreografias ensaiadas havia).

Por sua vez os Linda Martini conseguiram cativar o público chegando mesmo a haver um daqueles momentos em que o vocalista deixa o público cantar por ele (quando chegou a vez de tocarem o sucesso "Amor Combate") e até um encore com "invasão de palco" (ou quase). fizeram desta noite grande!


A juntar a estas quatro bandas cabeça-de-cartaz havia ainda mais duas por noite. não pude assistir a todos os concertos (apenas vi os Mantra e os Smartini) mas pelo que vi essas bandas estão ainda mesmo no início da sua carreira e ainda têm muito para evoluir, mas esta iniciativa é, sem sombra de dúvidas, um bom empurrão para elas.

Em suma, o balanço deste Rock in Taipas foi sem sombra de dúvidas positivo (mais pela segunda noite do que pela primeira).

Tá feito o warm-up para os grandes festivais e agora, em princípio, venha Paredes de Coura e até para o ano Taipas!!


13bly

Friday, June 15, 2007

Taratata

Não é costume meu e vai praticamente contra todos os meus princípios, mas vou elogiar algo francês.

Descobri recentemente, graças ao famoso TuTubas, um programa de televisão francês de seu nome Taratata. Que nome esquisito pensam vocês... pois, eu penso o mesmo, mas não estou aqui hoje para falar do nome do programa mas sim do conteúdo, e esse sim, é muito bom.

Iniciou a sua transmissão no canal France 2 em 1993 com uma emissão por mês e foi cancelado em 2000. Em 2005 o Taratata regressou com transmissões no France 2, 3 e 4 e também na rádio Europe 2.
Basicamente é um programa musical que transmite pequenas actuações e entrevistas pré-gravadas de vários artistas convidados, normalmente, de grande nível.

Grande parte dos convidados são sem dúvida franceses, mas já pisaram o seu palco inúmeros artistas internacionais como a (minha) Katie Melua, Oasis, Red Hot Chili Peppers, Blur, The Kooks, Deep Purple, Damien Rice, Placebo e o nossos portugueses Wray Gunn (Paulo Furtado rocks!!!). Isto apenas para mencionar alguns (não necessáriamente os melhores) dos que lá passaram ao longo destes anos, se quiserem ver a lista completa cliquem aqui.

Acho que este sim seria um formato interessante de ser comprado pelas nossas televisões ao contrário dos inúteis "Dança Comigo" ou "A Bela e o Mestre" (ou tantos outros programas de m*rda que por aí andam) que para nada servem a não ser "entretenimento" oco e sem o mínimo de estímulo pois, o Taratata para além do dito entretenimento (não oco, porque música é cultura *) também poderia servir para divulgar novos talentos portugueses (e também estrangeiros).
Tanta boa música NOVA se faz por este país e somos obrigados a gramar sempre com os mesmos mamarrachos comerciais que passam nas rádios e TVs nacionais (salvo raras excepções).

Vou deixar aqui alguns dos vídeos do programa que mais gostei.

Wray Gunn
A energia electrizante do Paulo Furtado enche o palco completamente nesta cover da original dos The Kinks.

KT Tunstall
Uma one-woman-band que faz música sozinha com recurso às pedaleiras. A voz desta menina faz toda a diferença nesta música com influências blues.

Katie Melua
A doce voz da (minha) Katie Melua a cantar um grande clássico de Bob Dylan e logo seguida da música que baptizou este blog. *suspiro*

Arctic Monkeys
A banda revelação Arctic Monkeys a interpretar o energético primeiro single do seu segundo album. Deve ter sido no mínimo tortuoso para o público ter que ficar sentado a apreciar esta actuação.

Damien Rice
Uma versão um pouco menos revoltada e mais melancólica desta música dele, mas que nem por isso deixou de resultar bem. (Pessoalmente gosto mais da versão revoltada)



Há muitos mais no YouTube, eu apenas escolhi alguns de artistas que pessoalmente gosto (se bem que a KT Tunstall não conheço bem mas gostei desse video) se ficarem curiosos pesquisem por "Taratata".

13bly

* - Não estou com isso a dizer que a dança não é cultura. Óbviamente que é, quando executada por quem sabe. No caso do Dança Comigo é apenas uma brincadeira (por muito bem que alguns dos participantes até saibam dançar).

Thursday, June 7, 2007

I know it's over

Jeff Buckley, foi uma das maiores promessas musicais dos anos 90. Aclamado pelo seu album de estreia, Grace (1994), e considerado pela crítica o artista mais promissor da sua geração. A arte de Buckley continua ainda hoje a ser verdadeiramente eplendorosa. Buckley consegue arrepiar com o seu tom de voz assombroso e transmitir um sem número de sensações com as suas músicas.
Como se isso não bastasse era também um artista versátil pois o seu registo músical oscilava amplamente desde rock clássico (estilo Led Zepelin) a Édith Piaf.

A sua música mais conhecida será Hallelujah, adaptada da original de Leonard Cohen. Essa é também uma música que aconselho vivamente mas optei por não trazer essa (precisamente por ser a mais conhecida) e tentar dar a conhecer um pouco mais deste que foi e será sempre um grande senhor.


Sem dúvida um dos grandes diamantes em bruto do mundo da música que jamais será lapidado e trazido ao seu esplendor máximo.

I know it's Over, originalmente interpretada pelos The Smiths mas que é (na minha opinião) muito mais poderosa nas "mãos" de Buckley. A versão que conheço é ao vivo, mas isso seria quase impercéptivel não fosse a ovação do público no início e no fim da música (mas só após ele agradecer e dar por finalizada a música) , tal foi o respeito e o sentimento que esta música transmitiu.

Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
And as I climb into an empty bed - oh well, enough said
I know it's over still I cling, I don't know where else I can go

Over and over...

Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
See the sea wants to take me, the knife wants to slit me
Do you think you can help me
Sad veiled bride please be happy - handsome groom give her room
Loud loutish lover treat her kindly though she needs you
More than she loves you - and I know it's over - still I cling
I don't know where else I can go - over and over...

I know it's over and it never really began but in my heart it was so real
And she even spoke to me and said
"If you're so funny, then why are you on your own tonight?"
"And if you're so clever then why are you on your own tonight?"
"And if you're so very entertaining then why are you on your own tonight?"
"And if you're so very good looking, then why do you sleep alone tonight"
I know - because tonight is just like any other night - that's why you're on your own tonight
With your triumphs and your charms - while they're in each other's arms
It's so easy to laugh, it's so easy to hate, it takes strength to be gentle and kind - over and over....
It's so easy to laugh, it's so easy to hate, it takes guts to be gentle and kind - over and over....

Love is natural and real - but not for you my love, not tonight my love
Love is natural and real - but not for such as you and I my love

Oh mother the soil falling over my head Ohhh ohhhh
Oh mother the soil falling over my head Ohhh ohhhh
Oh mother the soil falling over my head!

Esta música que, olhando para a letra, parece desorganizada e "feia" devido à sua estrutura métrica e estrófica inconstante (a divisão fi-la eu próprio pois é dificil separar alguns versos nesta música) é na realidade uma obra poderosíssima que, aliada à voz etérea de Jeff Buckley me causa arrepios sempre que a ouço com atenção (até porque me consigo identificar com ela nalgumas partes).

Não é aconselhável a audição durante fases de ligeira (ou profunda) depressão correndo o risco de nos fazer sentir ainda mais "miseráveis" (talvez por nessas alturas mais frágeis nos conseguirmos identificar com o sujeito da canção).
Mas que sabe bem ouvi-la, lá isso sabe!

Jeff Buckley, até sempre!


13bly