Os canais televisivos (não só em Portugal) estão cada vez mais empestados de reality-shows reles, programas familiares bacocos e 'filmes de Domingo à tarde' cada vez piores. Entre Casas dos Segredos e mil e uma edições dos Ídolos (ou outros programas com o mesmo formato) sempre se safa alguma coisa, nomeadamente a nível de ficção. E não, não me refiro às novelas da TVI (que agora até ganham Emmys).
Mas o ano não se resume a LOST.
Mas neste ano que está quase a terminar, as ambições deste canal não se limitaram a manter o elevado nível dos seus nomes consagrados. A amc fez ainda uma aposta em duas novas produções: The Walking Dead e Rubicon - se a primeira foi um sucesso e já tem o contrato renovado, já a última se revelou um pequeno tropeção e acabou por ser cancelada ao fim da primeira temporada.
O último trimestre do ano ficou também marcado pelo regresso de Dexter à Showtime. A última temporada tinha sido de cortar a respiração e talvez por isso mesmo esta tenha parecido um pouco menos intensa. Importa realçar que, na escala de Dexter, isto não significa que esta tenha sido uma má temporada - é certo que o primeiro episódio foi muito insatisfatório e me tirou um bocado de entusiasmo mas, mais para a frente, as coisas aqueceram.
Foi ainda em 2010 que descobri um certo prazer em Fringe. Comecei a ver com algum cepticismo num período do ano que quase pareceu uma espécie de silly-season televisiva. Durante muito tempo não passou de uma 'série para desenjoar', ou seja, via por não ter nada mais para ver, mas aos bocadinhos fui-me entusiasmando com aquilo. Chamemos-lhe um guilty-pleasure.
Ainda na HBO não me posso esquecer de Boardwalk Empire - uma espécie de Sopranos nos anos 20 com uma produção fantástica e desempenhos que não ficam muito atrás mas que, apesar de ter prometido muito, não cumpriu a 100% e ficou a sensação de ter faltado ali alguma coisa. Pela forma como acabou a temporada, acredito que na próxima essa falha seja colmatada.
Postas assim as coisas e olhando para trás - mesmo tendo em conta as reles programações da maior parte dos canais generalistas - dificilmente se poderá dizer que foi um mau ano para a televisão. Venha daí o 2011!
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