Tuesday, November 30, 2010

Como?! Importa-se de repetir? - Músicas de Natal

Com o aproximar-se do Natal as ruas das cidades (este ano nem todas) enchem-se de luzes e de música. O frio que já se faz sentir dá o toque final a esta imagem familiar que é ver as pessoas agasalhadas a passear na rua carregadas de sacos (mais uma vez - este ano nem tanto) com o nariz avermelhado e a exalar vapor pela boca.

Hoje em Famalicão, num curto percurso de casa ao carro, respirei um pouco desse cheirinho a Natal na forma da música que se faz soar nas ruas. Qual será a música que caracteriza tão bem o Natal e me provocou esta nostalgia? Não, não foi nenhum dos clássicos como White Christmas, Jingle Bells, ou Winter Wonderland. Não, também não foi a Last Christmas nem tão pouco a Do They Know It's Christmas ou a Santa Claus is Coming to Town.

Foi, nem mais nem menos do que The House of Rising Sun, na famosa versão dos The Animals. Mas atenção que não faço este post em tom de queixume - até porque esta é uma grande música e sei bem que pode tornar-se bastante incómodo passar o dia todo ao som das típicas músicas de Natal (que talvez estejam guardadas mais lá para meados de Dezembro). Apesar de tudo, não deixa de ser estranho, nesta quadra natalícia, ouvir tocar na rua uma música que descreve uma casa de má vida de Nova Orleães.

13bly

Monday, November 29, 2010

epipháneia ii

epifania
(grego epipháneia, -as, aparição, manifestação)
s. f.
1. Relig. Manifestação de Jesus aos gentios, nomeadamente aos Reis Magos.
2. Relig. Festa religiosa cristã que celebra essa manifestação. = dia de Reis
3. Qualquer representação artística dessa manifestação.
4. Relig. Aparecimento ou manifestação divina.
5. Apreensão, geralmente inesperada, do significado de algo.


Estou mais do que familiarizado com a obra dos Led Zeppelin para me deixar surpreender por qualquer uma das suas músicas, muito menos do primeiro álbum (um dos meus favoritos e que já ouvi vezes sem conta). Pelo menos era o que achava, mas hoje de tarde, quando ouvi os primeiros acordes de You Shook Me, quase me soou a uma música nova de tão bem que me soube. É a isto que se pode chamar de grande música (mais uma que podia estar no mp3 de Deus).
13bly

Sunday, November 28, 2010

Thursday, November 25, 2010

Wednesday, November 24, 2010

(X por Y)^29


X= A Guerra das Estrelas; Y= Filme mudo
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Sunday, November 21, 2010

mixtape especial: mega mashup

Esta semana a mixtape é outra vez especial. Girl Talk é o mestre das mashups. A sua música é composta integralmente de samples sendo que no último lançamento - All Day - podem ouvir-se excertos de mais de 350 músicas diferentes dos mais variados artistas. A lista nunca mais acaba Lady Gaga, Prince, Rihana, The Who, 50Cent, New Order, Beyoncé, Peter Gabriel, Black Eyed Peas, Daft Punk, Kylie Minogue, Radiohead, Katie Perry, Pet Shop Boys... (consultem a lista completa)

Com o hip-hop como base tudo isto surge misturado e parece ter o seu lugar. Soa estranho não soa? Só ouvindo!


Como muitos de vocês devem saber, este não é o tipo de música que me faz vibrar mas uma coisa é certa: divirto-me imenso a ouvir este álbum. Para o sacar LEGALMENTE (num ficheiro único ou dividido em faixas) cliquem aqui.

13bly

Wednesday, November 17, 2010

Vidas aceleradas (adenda)

Em seguimento de Vidas aceleradas.

Há umas semanas escrevi sobre a actuação de Aloe Blacc numa estação de metro e sobre a indiferença da grande maioria das pessoas que por lá passaram. Já na altura me lembrava de em tempos ter lido algo sobre uma situação semelhante e hoje, por pura coincidência reencontrei o artigo em causa.


Em 2007 o Washington Post desafiou Joshua Bell (um dos melhores violinistas do mundo) a actuar 'à paisana' numa estação de metro. Joshua aceitou o desafio e tocou três peças clássicas à sua escolha (uma delas - Chaconne de Bach - é muitas vezes consideradas como uma das peças mais difíceis de interpretar). O resultado? Quase ninguém parou ou aplaudiu. Aliás, a maior parte das pessoas pareceu nem reparar em Joshua ou na sua música.
Naqueles 45 minutos não angariou muito mais do que €32 mas importa referir que na noite anterior esgotou o Symphony Hall de Boston num espectáculo cujos bilhetes custavam uma média de €100. Para além disso, Joshua actua sempre com o mesmo violino (um Stradivari de 1713 avaliado em mais de 3.5 milhões de dólares)... mesmo quando os concertos têm lugar em estações de metro.

Se tiverem tempo, paciência e curiosidade podem ler o artigo completo aqui mas aviso já que é um tanto ou quanto extenso e confesso que li aquilo na diagonal e salteado.

13bly

Monday, November 15, 2010

Mais vale nunca mais crescer - Festa da Cultura do Porto (12/11/2010)


A Festa da Cultura do Porto foi um evento Fnac que teve lugar no passado Sábado (12/10/2010) no Coliseu do Porto. Por um preço simbólico de 2€ (ou 1€ para os aderentes do cartão Fnac) podia ver-se Sean Riley & the Slowriders, Blind Zero e GNR. Acima de tudo importa dizer que a totalidade das receitas deste concerto revertia a favor de uma causa nobre - Liga dos Amigos das Crianças do Hospital Maria Pia. O povo respondeu ao apelo e esgotou o Coliseu com um admirável leque de idades que ia, literalmente dos 8 aos 80.

Uma vez que esta era uma noite literalmente 'para as crianças' vou por as coisas um pouco na perspectiva dos mais pequenos. Sabem aquele conto infantil da menina que, depois de deambular pela floresta, encontra a casa dos três ursos (Mamã, Papá e Filhote) e lá dentro experimenta vários conjuntos três de objectos dos quais um é sempre pequeno demais, outra grande demais e a última do tamanho ideal? A noite de ontem foi um bocado assim. Achei o concerto de Sean Riley muito curto (e sem músicas novas), o de Blind Zero demasiado longo (apesar de ter sido melhor do que esperava) e o dos GNR perfeito.


Por falar em crianças e contos infantis, Rui Reininho parece sofrer do síndrome de Peter Pan. Não é portanto adepto do 'olha para o que eu digo e não olhes para o que eu faço' e parece uma eterna criança que leva à letra o que canta - 'nunca mais crescer'. No palco é como um peixe na água, está super descontraído e faz o que quer e bem lhe apetece. Dono de uma das vozes mais sui generis da música portuguesa, Rui Reininho é excêntrico e altamente imprevisível, dispara bocas e piadas improvisadas em todas as direcções - o verdadeiro rei da pop, um homem-espectáculo que sabe muito bem o que faz e fá-lo também muito bem.

Pelo palco desfilaram quase todos os clássicos incontornáveis - de Dunas à Pronúncia do Norte, da Tirana a Efectivamente passando por Mais Vale Nunca, Asas ou Sangue Oculto... Foi um concerto brilhante em jeito de greatest hits onde, como não podia deixar de ser, não faltaram algumas novidades de Retropolitana - último trabalho da banda. Já eram quase duas da manhã quando o concerto acabou e, dois encores depois, não sei bem dizer se era o público se a própria banda quem mais estava a desfrutar do momento. Foi um concerto memorável que marcou o momento da minha conversão de simples apreciador a fã dos GNR.

13bly

Sunday, November 14, 2010

Tuesday, November 9, 2010

Se Deus tivesse um mp3... [21]

... de certeza que esta música estaria lá!


Por querer mais do que a vida
Sou a sombra do que eu sou
E ao fim não toquei em nada
Do que em mim tocou
Ornatos Violeta - Capitão Romance
13bly

Monday, November 8, 2010

À flor da pele - Scout Niblett @ CCVF (06/11/10)


Antes de passar para o concerto propriamente dito tenho de tecer um rasgado elogio ao Centro Cultural Vila Flor e a quem o gere. O passado fim-de-semana foi o terceiro consecutivo no qual me desloquei a esse agradável espaço e também o terceiro no qual saí totalmente satisfeito com o espectáculo a que assisti. A programação do CCVF tem sido invejável e com o 'Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura' à porta só se espere que ainda melhore mais.
Importa referir que, para além da qualidade dos concertos, os preços têm sido muito convidativos - pelos três concertos que assisti no café concerto paguei menos de €15, quantia que não chega para pagar o consumo mínimo de muitas discotecas.

Impulsionado pelo factor preço e pelas referências a Cat Power e PJ Harvey lá me desloquei outra vez a Guimarães para ver Scout Niblett cujo trabalho desconhecia na totalidade. Uma vantagem de se ir a um concerto sem 'fazer os trabalhos de casa' é que tudo acaba por ser uma agradável surpresa e foi isso que aconteceu no passado sábado.

Foi perante uma sala cheia que Scout Niblett subiu ao palco envergando um curioso colete reflector laranja. À primeira vista parece uma tímida e frágil criatura perdida na noite mas a coragem que demonstra ao enfrentar o público sozinha no palco munida apenas da sua guitarra parece indiciar o contrário. Essa ideia inicial acaba por se perder completamente ao interpretar as suas canções e deixar a sua garra e emoção vir ao de cima.
Desde o início do concerto que Scout Niblett catalisou todas as atenções da sala de uma forma quase hipnótica e a emoção crua das suas canções fez-se soar no Palácio de Vila Flor como se nada mais fosse importante.

Duas assombrosas canções depois do início do concerto, Scout chama Dan Wilson para lhe fazer companhia. Descalço, o rapaz toma conta da bateria e daí para a frente a música ganha uma maior robustez que se sente particularmente nos momentos em que a angústia que se acumula lentamente na voz e guitarra de Scout Niblett finalmente explode. É nessas alturas que Niblett deixa cair definitivamente a pele de ovelha e enverga orgulhosamente a de lobo. Os acordes ouvem-se mais alto e o tom de voz parece quase descontrolado com as emoções à flor da pele.

Scout estava visivelmente satisfeita com o concerto e o público também. Saí do CCVF com a sensação de se ter assistido a um daqueles raros concertos dos quais se irá falar daqui a uma série de anos. Só o tempo dirá se de facto assim foi mas a mística, essa esteve toda lá. Scout Niblett é um nome a não esquecer.

13bly

Sunday, November 7, 2010

Thursday, November 4, 2010

Etiquetas trocadas

"All those are just labels, we know that music is music!"
Primal Scream - Come Together (na voz do pastor Jesse Jackson)

No outro dia, não sei bem porquê, dei por mim a pensar nalguns dos termos utilizados para catalogar música. Inventam-se mil e um nomes para tudo e mais alguma coisa e a etiquetagem é feita ao mais ínfimo pormenor. Ele são etiquetas de todas as formas, tamanhos, cores e feitios.
Apesar dos disparates que são algumas das etiquetas não foi sobre isso que debrucei o meu pensamento. O que reparei foi que, apesar do preciosismo com que se cataloga a música nos dias de hoje, nem sempre se chamam os bois pelo nome.


A definição actual de world music inclui por exemplo os ritmos étnicos dos balcãs, as cítaras delicadas do oriente ou as batidas tribais da África profunda. Mas fará mesmo sentido chamar 'música do mundo' a um aglomerado de estilos musicais cujas origens são geograficamente bem definidas? À música que é característica de um ou vários países específicos?

Apenas para citar alguns exemplos: rancho não é música do mundo, é folclore português; polka não é música do mundo, é também um tipo de folclore, desta vez com a origem na Europa Central; o tango não é música do mundo, é ele próprio um estilo musical distinto oriundo da Argentina.
Já com o folk, o caso é um quase inverso. Enquanto a actual definição de world-music é desnecessariamente abrangente a folk é muitas vezes reduzida quase exclusivamente a cantautores daquele folclore norte-americano 'estilo Bob Dylan'.

Para mim, há um caso em que faz sentido falar 'música do mundo', mas nesse caso em particular, o termo nunca é empregue. Falo da 'pop banal' (e faço-o sem qualquer denotação pejorativa). A pop de que falo - sem qualquer juízo de valor - é amorfa, fruto da globalização e da homogeneização das culturas e portanto não tem identidade. Essa música é igual em Portugal, na China ou no México e portanto, essa sim, é verdadeiramente uma música do mundo - descontextualizada de qualquer tradição ou passado histórico-cultural.

Conclusão: world-music é folk e pop é world-music.

13bly

Wednesday, November 3, 2010

Tuesday, November 2, 2010

En Garde!!


Segue-se uma dinâmica montagem de alguns dos duelos mais icónicos da história do cinema.


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