Wednesday, September 30, 2009

5º "Os fins justificam os meios"

fins
s.m.pl.
Escopo, desígnio, alvo.

meios
s.m.pl.
Bens, fortuna, recursos, haveres.
Arte com meios não tradicionais.

#5 PAPEL
(parte 1)



Outros meios: #1 JORNAL | #2 LIVROS | #3 SOMBRAS | #4 LUZ | #5 PAPEL (pt.1)


13bly

Tuesday, September 29, 2009

"De trás prá frente" ou "Inevitabilidade"

inevitabilidade
(forma alatinada de inevitável + -dade)

s. f.,
1. Qualidade do que não pode ser evitado;
2. Facto ou situação que não se pode evitar.
Vi ontem o primeiro episódio de Flashforward, a nova série da abc que está a ser apelidada de "a próxima Lost". A série é baseada num romance com o mesmo nome e o conceito em si não é inteiramente original, mas penso que poderá agarrar o público.

O que se passa é que, certo dia, todo o mundo desmaia durante 2 minutos e 17 segundos e isso causa obviamente milhares de acidentes que provocam um número incontável de vítimas (aviões que caem, acidentes de viação, doentes que estão a ser operados etc.). Durante esse intervalo de tempo, as pessoas desmaiadas vivem memórias de coisas que apenas iriam acontecer daí a 6 meses.

Heroes
tentou essa mecânica de ver o futuro e, na minha opinião, fracassou redondamente destruindo assim uma primeira season que tinha potencial para ter sido bastante boa (nem vou falar do que aconteceu daí para a frente), pelo que ainda olho para Flashforward com alguma desconfiança e cepticismo.
Pelo menos, contrariamente a Heroes, as visões de Flashforward não são cataclísmicas mas sim cenas do quotidiano. Há uma personagem que se vê grávida (quando nem sequer tem namorado), outra que se vê com um homem que não o seu marido (e ela nem sequer o reconhece), outro não vê absolutamente nada ficando a pensar que daí a 6 meses estará morto... Há visões boas e visões más e portanto personagens que torcem para que o 'futuro' que viram seja verdadeiro e outros que desejam profundamente que a visão não se concretize.

Resta então saber se as visões serão inevitáveis e toda a luta dos personagens fútil ou se haverá efectivamente possibilidade de modificar o que vai acontecer.
Vou esperar pelos próximos episódios antes de tirar uma conclusão.
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Se em Flashforward a inevitabilidade ainda é uma incógnita, o mesmo não acontece com Irréversible e Memento, dois filmes que são literalmente contados de trás para a frente e que, curiosamente, nunca referi no blog (mesmo tendo gostado dos dois).

Aproveito então a oportunidade para falar um pouco sobre eles. O primeiro é do realizador francês Gaspar Noé e conta com as extraordinárias prestações de Monica Belucci e Vincent Cassel e o segundo é do, agora realizador famoso, Christopher Nolan.

Em ambos os filmes a inevitabilidade é total uma vez que a primeira coisa que o espectador vê é o desenlace da história sendo revelados sucessivamente e a partir daí os momentos que antecederam esse acontecimento na ordem cronologicamente inversa.
O espectador acaba por conformar-se pois sabe o que vai acontecer mas nem por isso os filmes perdem o interesse, transformando-se numa espécie de puzzle do qual já conhecemos o desenho na caixa mas nem por isso deixamos de o tentar montar.

Apesar da estrutura dos filmes ser semelhante e de ambos se tratarem de uma busca por vingança, muita coisa há que os afasta um do outro.
Desde logo Irréversible é mais realista chegando mesmo a ser brutal enquanto que Memento é mais rebuscado na sua história. Isso faz com que a ameaça do primeiro seja mais palpável e verdadeiramente perturbadora. Sem querer revelar muito, arriscar-me-ia a dizer ainda que Irréversible é muito mais difícil de ver, tanto pela realização (que eu achei fabulosa) como pelo conteúdo propriamente dito ao passo que Memento é consideravelmente mais leve. É no entanto também mais vago na sua história (e não digo 'vago' com sentido pejorativo) deixando alguns factos para o espectador interpretar como achar mais adequado.

Não vou revelar mais nada sobre os dois filmes apenas que aconselho vivamente perder umas horinhas a ver os dois. Quanto a Flashforward, gostei do episódio piloto, mas não quero tirar conclusões precipitadas portanto, é esperar para ver.

13bly

Sunday, September 27, 2009

Ir ao cinema

Ontem à noite fui ao cinema. É verdade! Já não ia ao cinema há mais de um ano e, infelizmente, não posso dizer que tenha sido uma experiência muito agradável.

É certo que o filme não foi grande coisa, mas não é isso que é importante nem é disso que me queixo.


As minhas queixas começam sim na compra dos bilhetes e no exorbitante custo dos mesmos. O preço de um bilhete de cinema já ultrapassou a barreira dos €5.
Pagar €5,20 por algo que não passa de uma projecção de algo pré-gravado sem nada que torne qualquer sessão única é quase inaceitável.
Ah e tal porque os filmes são caros e agora com a pirataria já ninguém vai ao cinema.
Dica #1: Sejam competitivos, BAIXEM OS PREÇOS!! Ou então façam promoções do tipo "refeição+bilhete" ou "bilhete+pipocas", sessões especiais com atractivos... qualquer coisa! Não continuem é a aumentar o preço de um produto que já de si é pouco consumido e queixar-se que a afluência às salas não aumenta.
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A segunda queixa vai para a publicidade na sala. Eu nem em casa vejo publicidade e vou para o cinema pagar para vê-la? Não me parece.
Posso dizer que a sessão teve MEIA HORA de publicidade (desde as 9:15 até às 9h45).
Para além disso lembro-me do tempo em que as salas de cinema eram sóbrias, sem nada que pudesse distrair o espectador. Pois bem, hoje isso já não acontece e o marketing fala mais alto pois havia uma fila de cadeiras forrada a VERMELHO ostentando o símbolo de uma conhecida operadora de telemóveis que, por desprezo à situação, não vou nomear.
Ah e tal porque a sessão só começava às 9h30 e nós precisamos de dinheiro.
Dica #2: Se a sessão começa às 9h30 comecem o filme às 9h30! Não ponham o cliente a ver 15 MINUTOS de publicidade indesejada, muito menos quando esse cliente €5,20 para ver o filme!!
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A legitimidade da terceira das minhas queixas é mais discutível e pode dever-se a um excesso de romantismo da minha parte mas aqui vai na mesma.
Actualmente cinema é digital e as máquinas de projecção produzem uma imagem de excelente definição. A imagem não treme, não se vêm grainhas ou marcas na fita (que até já nem é fita) nem se ouve o trabalhar da máquina nem aqueles tradicionais ruídos da fita a rolar.
À primeira vista isso parece uma vantagem incontornável, mas e a magia do cinema? A meu ver deixa de existir... Hoje em dia as tecnologias de alta definição e de som começam a ser mais acessíveis e a marcar a sua posição na casa das pessoas pelo que essa experiência pode ser aproximadamente reproduzida em casa. Não vejo portanto grande vantagem numa deslocação a uma sala de cinema.
Ah e tal porque temos de acompanhar as tecnologias e senão ficamos desactualizados.
Dica #3: Ao acompanhar as tecnologias está a desaparecer uma das características mais diferenciadoras do cinema e perde-se a mística. Pensem na tecnologia como uma ASAE que proíbe as colheres de pau e outros utensílios e processos tradicionais e pensem no resultado dessas acções.
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A última queixa da minha lista é um mal que, anteriormente existia, deixou de existir e agora, infelizmente voltou. Falo dos intervalos. Vamos lá ver se o que eu digo faz sentido.
Eu vou ao cinema ver um filme porque é uma experiência muito mais imersiva do que vê-lo em casa. A tela é maior, o som é melhor e a sala está mais escura e (geralmente) em silêncio, mas eis que alguém se lembra de fazer um intervalo, parando o filme e acendendo as luzes para que o espectador possa ir até ao bar comprar umas pipocas e uma bebida. Toda a ilusão é desfeita, a concentração do espectador perde-se e a experiência de assistir ao filme no cinema deixa de fazer sentido. Se quiser estar exposto a potenciais interrupções ou distracções fico a ver um filme em casa.
Ah e tal porque temos de fazer dinheiro como podemos.
Dica #4: Vejam as outras dicas e não façam intervalos! Eu vou ao cinema para ver um filme e não para comer pipocas. Se quisesse comer pipocas não pagava bilhete.

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Vistas bem as coisas, uma sala de cinema é como uma sala de exposições de um museu. É o local onde é exposta uma obra de arte. É sempre triste quando as salas não respeitam nem dignificam a arte que representam em detrimento de mais alguns trocados na caixa registadora.

13bly

Saturday, September 26, 2009

(X por Y)^10 + (X por Y)^11

X= Star Wars ; Y= Stanley Kubrick


+


X= Dr. Strangelove ; Y= Richard Curtis

13bly

Thursday, September 24, 2009

>> Fast Forward

O estaleiro cultural de Braga, Velha-a-Branca organiza este ano mais uma edição do Festival Fast Forward. Este festival de curtas tem um twist especial, os participantes são desafiados a fazer o filme para concurso em aproximadamente 24 horas.


Ora então, como é que isso funciona?

No dia 16 de Outubro entre as 21 e as 22h será entregue às equipas o tema de um filme de 3 minutos que terão de realizar e no dia seguinte, pelas 18h esse filme terá de ser entregue nas instalações da Velha-a-Branca. Nessa mesma noite os filmes serão projectados no Theatro Circo e o público terá o direito de votar no que gostar mais. Terminada a exibição dos filmes o júri reunir-se-á para atribuir o Prémio Júri e, se tal se justificar, Menções Honrosas. À 1h da manhã os vencedores serão anunciados.

Como me posso inscrever?

As inscrições são feitas online na página do festival e custam 25€ (que devem ser pagos por transferência bancária), mas o número de elementos da equipa é virtualmente ilimitado pelo que esse custo (que nem é tão elevado assim) pode tornar-se quase irrisório. Atenção que as inscrições estão, à partida, limitadas a 45 equipas.

Se eu já me inscrevi?

Sim. Juntei-me a mais quatro amigos para fazer conta certa e juntos formamos a Equipa 7 cujo nome é "Ceci n'est pas un film.". Não vou propriamente com aspirações a ganhar mas sim de passar uma noite divertida e ter uma experiência diferente.


Participem ou, se não vos der jeito, apareçam no Theatro Circo para as projecções! Este festival é um evento interessante que merece ser apoiado e, como se pode ler na página do festival, o Fast Forward vale bem uma noite mal dormida!

13bly

Tuesday, September 22, 2009

Se Deus tivesse um mp3... [8]

... de certeza que esta música estaria lá!


Oh the welts of your scorn, my love
Give me more
Send whips of opinion down my back
Give me more
Well it's you I've waited my life to see
It's you I've searched so hard for....

Jeff Buckley - Mojo Pin

13bly

Monday, September 21, 2009

"My name's Charles Bronson and all my life I wanted to be famous."

Michael Peterson, conhecido por Charles Bronson, é o prisioneiro mais famoso do Reino Unido e ganhou essa fama por ser o prisioneiro mais violento e também o mais caro ao Sistema. Tem hoje 56 anos e já está preso há 34 tendo passado 30 desses em solitária sendo que ainda não está prevista a sua libertação.
Bronson é o título do filme que retrata a vida deste homem.


O filme foi desde logo comparado ao grande clássico A Laranja Mecânica. Embora compreenda o sentido dessa comparação acho-a um tanto ou quanto exagerada. Ambos retratam criminosos extremamente violentos que tiram prazer de ser assim mas Bronson não é tão icónico ou satírico como o clássico de Kubrick. No entanto afirmo com veemência que, dos filmes que vi recentemente, Bronson foi o que vi com maior prazer.

O nível de representação de Tom Hardy é definitivamente acima da média. Ele está verdadeiramente excepcional no papel principal. Não se limitando a simplesmente representar o papel, Tom Hardy encarna o próprio Charlie Bronson. As suas gargalhadas de loucura arrepiam e o seu sorriso enquanto espanca e é espancado parece realmente genuíno.
Uma vez que o filme totalmente é construído à volta de Bronson uma representação deste nível seria indispensável ao sucesso do mesmo e Tom Hardy deu provas do seu valor conseguindo, quase sozinho, segurar a hora e meia de filme.

A história é narrada na primeira pessoa, mas grande parte dessas narrações são feitas no mundo interior de Bronson, na sua cabeça. Assim, o realizador Nicolas Winding Refn mistura cenas 'reais' com cenas algo psicadélicas e que se assemelham a teatro ou stand-up. Essas cenas passar-se-ão na desequilibrada mente de Bronson narrando este a própria história ora directamente para a câmara ora para um público invisível. Nicolas Winding Refn consegue um equilíbrio entre estas duas facetas do filme conseguindo ainda acrescentar um curto segmento de animação e uma espécie de slide-show sem que estes pareçam deslocados.

A última coisa que penso ser indispensável de realçar em Bronson é a banda sonora e o uso da música. Os momentos musicais são sublimes a um nível que raramente vejo no cinema. A música oscila entre música clássica e 'foleirices' dos anos oitenta e nenhuma destoa da outra.
Há alturas em que Verdi, Strauss ou Wagner são exactamente o que a cena pede e outras em que a cena parece feita para os Pet Shop Boys ou os New Order. Outras há que Madame Butterfly encaixa que nem uma luva e outras ainda em que Glass Candy é o que cai bem.
Bronson é um exemplo brilhante de uma banda sonora variada e eficiente.


Charles Bronson concretizou o seu sonho de criança, ser famoso. Talvez não o tenha feito da melhor forma, mas conseguiu o seu objectivo. Poder-se-ia pensar que o filme glorifica a violência exaltando um criminoso, mas não é isso que acontece. É verdade que simpatizamos com Bronson, mas não acabamos o filme a desejar ser como ele. Bem pelo contrário pois afinal, que vantagem pode haver se, para realizarmos o nosso sonho, temos de passar uma vida inteira atrás das grades?

13bly

Saturday, September 19, 2009

XI Fotograma

fotograma

s. m.,
cada imagem fotográfica de um filme;

 
Fear and Loathing in Las Vegas


13bly

Thursday, September 17, 2009

"A time of marvels"

Já alguma vez se questionaram como seria viver num mundo com super-heróis? Concerteza que já sonharam com algo do género, mas pensaram bem nas implicações disso? E não, não me refiro a um mundo romantizado como nas bandas desenhadas onde os super-heróis são a melhor coisa desde a invenção da roda e do fogo. Falo no mundo real, o 'nosso mundo' na sua forma mais crua.

Como seria se aparecesse um homem capaz de voar naturalmente ou deitasse gelo pelas mãos ou fosse mais rápido do que o som? Qual seria a reacção da humanidade face a um ser capaz de feitos sobre-humanos? A palavra é mesmo essa, 'sobre-humano'. E dizer sobre-humano é o mesmo que dizer acima do ser humano, ou seja, melhor do que o Homem.


Foi nisto que pensou Kurt Busiek quando se escreveu Marvels, a minha mais recente leitura no universo das graphic-novels.

Marvels passa-se num período entre 1940 a 1970 e nela aparecem heróis bem nossos conhecidos como o Homem-Aranha, o Quarteto Fantástico, os Vingadores ou os X-Men, no entanto o personagem principal é uma espécie de 'Zé Ninguém'. É através dos olhos de Phil Seldon, fotógrafo freelancer, que vemos a reacção da humanidade face ao aparecimento destes seres fantásticos.

Contrariamente aquela que seria a nossa expectativa, num mundo real, a recepção a um super-herói deste calibre não será feita com aplausos. Penso que a reacção mais lógica, e se virmos bem é compreensível, será a de desconfiança, de medo, de insegurança. Afinal, de um momento para o outro a Humanidade passa a ser obsoleta. Agora há seres superiores com poderes inimagináveis.

Passada a primeira fase de suspeição, o ser Humano em geral conforma-se e volta a encontrar conforto. Claro que haverá sempre excepções, mas assim é a natureza humana. Apenas a título de exemplo não há ainda quem defenda os princípios nazis ou quem ache que os negros são inferiores? Não acham que surgiriam movimentos do género face a esta 'nova raça'?
Tudo o que hoje temos no que toca a preconceito e racismo surgiria também contra os super-poderosos.

Mas não falemos apenas de segregação. Pensem também no impacto mediático que o aparecimento de super-poderes poderia ter. Iria haver com certeza quem os idolatrasse como celebridades. Entrevistas, sessões fotográficas, festas, capas de revista nada ficaria de fora desta onda de deslumbre.

Só mais uma pergunta. Será que o Homem lhes ficaria grato por 'eles' salvarem o mundo vezes e vezes sem conta? Ou será que essa gratidão se iria desvanecer assim que o perigo iminente fosse esquecido dando lugar a um sem número de teorias de conspiração?

Num mundo idealizado de banda desenhada tudo parece encaixar bem, mas quando pensamos bem na situação talvez um super-herói nos fosse trazer mais dores de cabeça do que esperança.

Numa história de heróis, normalmente falamos no lado humano quando o herói está perturbado e se debate com problemas pessoais, dúvidas, sentimentos ou hesitações, mas neste caso 'o lado humano' ganha outra dimensão.
É precisamente aí que reside a genialidade de Marvels.

13bly

Wednesday, September 16, 2009

"La haine attire la haine!"

ódio

s. m.,
Aversão inveterada e absoluta; raiva; rancor; antipatia.

La Haine é a palavra francesa para 'ódio' e é simultâneamente o título de um filme que, em 1995, valeu a Mathieu Kassovitz o prémio na categoria de "Melhor Realizador" em Cannes.

O filme capta a nossa atenção logo nos primeiros instantes quando, entre créditos e imagens de motins e violência se pode ler "O filme é dedicado a todos os que morreram durante a sua realização". Baseado (ou pelo menos inspirado) num caso verídico em que um polícia atira à queima-roupa sobre um jovem zairiano do bairro social (banlieuse é o nome que é geralmente dado aos bairros sociais apesar de a palavra significar súburbios) acabando por o matar.

O que se sucede em La Haine é semelhante a isso. Na sequência de uns motins, um polícia coloca o jovem Abdel Ichaha em estado de coma. A situação chega a um certo impasse pois o destino de Abdel é incerto e o filme acompanha Vinz (Vincent Cassel em mais um excelente papel), Sayid e Hubert nas 24 horas seguintes ao motim e, portanto ao 'acidente' do seu amigo.

Sem querer revelar muito da história, durante essas 24 horas a tensão entre polícias e os habitantes do bairro vai-se intensificando dos dois lados dando origem a uma série de incidentes violentos e levando a um desfeche quase inevitável.

Filmado inteiramente a preto e branco e na sua maioria no bairro Chanteloup-les-Vignes, La Haine é um drama de emoções intensas (ou não fosse o ódio um dos sentimentos humanos mais fortes) sobre a relação tempestuosa entre jovens dos bairros sociais e a polícia a fazer lembrar a Cidade de Deus ou Tsoti.

13bly

P.S. - Peço desculpa por mais um post a preto e branco, mas teve mesmo de ser. Prometo que o próximo terá mais cor.

Tuesday, September 15, 2009

O piano que mia

The Cat Piano é uma curta metragem animada que lembra um filme noir. A narração é em forma de poema e é feita por Nick Cave.

Será preciso dizer mais alguma coisa?

Senhoras e senhores, meninos e meninas,

The Cat Piano


Eu achei verdadeiramente fantástico!

13bly

Monday, September 14, 2009

Literatura de férias


Estas férias a literatura saiu privilegiada e ocupei bastante do meu tempo com bons livros muito.
Poderia fazer um post individual com com cada uma destas obras. De certeza que não me faltaria assunto mas, em jeito de resumo, vou deixar apenas uns apontamentos curtos sobre os livros que li.


Depois de ter gostado de mil novecentos e oitenta e quatro como gostei não podia deixar de ler aquela que é outra das obras mais aclamadas de George Orwell. O Triunfo dos Porcos (ou Animal Farm na versão original conforme eu li) conta a história dos animais de uma quinta que se revoltam contra o 'regime tirano do Homem'.
O enquadramento histórico tem nesta obra uma grande importância nesta obra pois, como o próprio autor a caracterizou, Animal Farm é um romance 'contre Staline' e, dito isto, não é nada difícil fazer o paralelismo entre a Quinta Animal (como foi baptizada após a revolução) e a União Soviética de Staline.

Os porcos foram os mentores da revolução, mas estes rapidamente se viram corrompidos pelo poder (pois, por serem os mais inteligentes ficaram também na administração da quinta) e começaram a deturpar os valores de igualdade que inicialmente defendiam para benefício próprio. O regime comunista inicialmente idealizado transforma-se então numa espécie de ditadura autoritária na qual os intervenientes vão sendo sucessivamente manipulados.

A história é contada ao estilo de uma fábula (ou não fossem quase todos os personagens animais) e cada animal corresponde a uma classe politico-social (essa correspondência pode ser consultada em detalhe aqui). Isto, aliado à actualidade da obra, faz de Animal Farm uma acutilante caricatura social carregada de significâncias políticas.

A Arte da Guerra de Sun Tzu (século 6º a.C.) é um tratado chinês de estratégias militares que está organizado em 13 capítulos, cada um dos quais aborda um aspecto da guerra. É uma espécie de livro de conselhos muito genérico que pode ser extrapolado a muitas situações da vida que não a guerra propriamente dita (isso é particularmente notável no mundo empresarial havendo inclusivamente uma edição chamada "A Arte da Guerra aplicada ao Marketing").

É um livro de grande importância na História pois influenciou a forma de pensar ocidental e a sua forma de encarar a guerra. Muitos líderes, generais ou estrategas famosos tomaram decisões importantes sob influência dos ensinamentos de Sun Tzu.

A Arte da Guerra é pequeno e de leitura fácil, pois para além da divisão nos 13 capítulos, estes estão escrito por pontos, cada um deles representando um conselho a seguir. É portanto uma obra de leitura obrigatória e cujos ensinamentos devem ser acatados.


William Blake disse: "If the doors of perception were cleansed every thing would appear to man as it is, infinite.", Aldous Huxley ficou curioso e experimentou mescalina, Jim Morrison (e muitos outros dessa geração) inspirou-se e nasceram os The Doors.
Foi mais ou menos esta cadeia de acontecimentos que me despertou a curiosidade de ler As Portas da Percepção. Os 'Doors' são uma das minhas bandas favoritas de todos os tempos e portanto seria indispensável conhecer as suas origens.

Aldous Huxley, nascido a 1894, foi um notável escritor e académico inglês e é considerado como que o pai de toda uma cultura psicadélica e geração de beatnicks. Este acreditava nos benefícios espirituais do consumo de mescalina e a determinada altura da sua vida surgiu-lhe a oportunidade de consumi-la num ambiente controlado com a presença de um psicólogo. As Portas da Percepção não é mais que o registo das sensações e experiências vividas nessa sessão.

Céu e Inferno, é uma outra obra de Huxley habitualmente editada em conjunto com As Portas da Percepção dada a temática comum. Esta segunda obra dedicada à mescalina é um ensaio ou uma dissertação filosófica que relaciona as visões frequentes do consumo das drogas psicotrópicas com uma experiência mística e espiritual. Ele defende que o consumo dessas drogas pode possibilitar a exploração daquilo a que ele chama 'os antípodas da mente' (as regiões inexploradas).

Neste fascinante ensaio são abordados temas desde a arte à religião e compara os efeitos do consumo da mescalina com o jejum, a auto-flagelação, o ioga, a adrenalina ou qualquer outro factor capaz de modificar a percepção do ser humano. Acaba por ser irónico que eu tenha comprado este livro com a ambição de ler As Portas da Percepção e tenha acabado a gostar mais de Céu e Inferno.

A Viagem do Elefante foi o segundo livro que li de Saramago tendo o primeiro sido o Ensaio Sobre a Cegueira e o contraste dificilmente poderia ter sido maior. No Ensaio Sobre a Cegueira fui surpreendido por Saramago graças à sua linguagem precisa e acutilante. A escrita nessa obra denotava uma visão (que belo trocadilho) algo redutora da humanidade e a temática era bem pesada e densa (não deixando nunca de ser de 'leitura fácil'). N'A Viagem do Elefante, Saramago volta a surpreender-me apresentando um registo bem relaxado e bastante bem humorado com várias tiradas que me fizeram esboçar um sorriso ou até soltar uma saudável gargalhada.

É de louvar a capacidade que Saramago demonstra de se transformar de uma forma tão radical, especialmente dado o precário estado da sua saúde aquando da escrita desta obra. É certo que a crítica ao ser humano não é posta de lado, mas a sua abordagem é muito mais ligeira.
Confesso estar ansioso por ler uma terceira (e talvez mais) obra de Saramago para poder confirmar, não a sua qualidade que essa é inegável, mas a sua versatilidade como escritor.



Segue-se A Luz de Stephen King (também conhecido como The Shining)

13bly

Sunday, September 13, 2009

Home Box Office

Mais conhecido por HBO, o Home Box Office é um canal de televisão americano de ficção. A sua programação é feita de filmes e séries de sucesso essencialmente originais. A HBO é amplamente reconhecida como uma das melhores produtoras de séries de TV sendo que eu me atreveria a entregar-lhe o galardão de "A Melhor Produtora de Sérias de TV" sem pensar duas vezes.

A HBO parece ser uma autêntica fábrica de grandes séries produzindo clássico atrás de clássico em contraste com outras produtoras que têm investido em séries comerciais de sucesso generalizado (ainda que provisório pois ao fim da segunda temporada já ninguém as atura conduzindo a um desfecho precário e apressado).

Encontro-me actualmente vidrado em Oz (já devorei 4 temporadas que correspondem a 5 porque uma tinha o dobro da duração habitual), mais uma das excelentes séries do cartório desta produtora, e que me levou a escrever este post. Será preciso relembrar alguns dos títulos do catálogo da HBO para se perceber a sua inequívoca qualidade?
Pois bem, se calhar nunca estabeleceram esta ligação entre as séries e a produtora, mas reparem na lista:
Ainda não vi cerca de metade dessas séries, mas gostei sinceramente das que vi. Passando à frente a fantástica mini-série, Angels in America, já aqui confessei que The Wire é a minha série favorita e acrescento agora que é seguida de perto pelos Sopranos, Oz e Carnivàle (que infelizmente foi cancelada precocemente). As restantes ainda não vi mas há um certo consenso na sua qualidade e, uma coisa que não pode ser negada, muitas destas produções marcaram gerações e épocas da televisão de uma forma muito mais profunda do que a maioria das séries produzidas por outros canais se pode gabar de ter feito.

Obrigado HBO pelas magníficas séries que produzes!

13bly

Saturday, September 12, 2009

(X por Y)^9

X= Goodfellas ; Y= Companhia Teatral "A Pandilha"


13bly

Friday, September 11, 2009

4º "Os fins justificam os meios"

fins
s.m.pl.
Escopo, desígnio, alvo.

meios
s.m.pl.
Bens, fortuna, recursos, haveres.
Arte com meios não tradicionais.

#4 LUZ.








Até o Picasso


Outros meios: #1 JORNAL | #2 LIVROS | #3 SOMBRAS | #4 LUZ

13bly