Friday, April 30, 2010

XVIII Fotograma

fotograma

s. m.,
cada imagem fotográfica de um filme;

Blade Runner

13bly

Wednesday, April 28, 2010

Quatro émes

miscelânea

do Lat. miscellania


fig.,
mistura de diferentes coisas ou confusão;
mistifório.

MICMACS À TIRE-LARIGOT

O mais recente filme de Jean-Pierre Jeunet, apesar de não ser brilhante como Delicatessen ou Amélie, garante uma boa dose de divertimento e risadas naquele estilo algo mágico que lhe é característico. O próprio título pode traduzir-se para "loucuras sem limite" e, tendo em conta que no fundo o filme é uma sátira ao estilo de vida dos grandes industriais de armamento, até se adequa.

Como é habitual em Jeunet, todos os personagens são bizarros e as aventuras em que se envolvem são improváveis. Neste caso, assim muito por alto, Micmacs conta a história de um caricato grupo de sem abrigos que se querem vingar dos dois maiores fabricantes de armamento. Para isso, preparam uma série de manobras de forma a vira-los um contra o outro.

É diversão assegurada, acreditem!


MAD MEN


Ao princípio achava que a 'cena dos anos 60' era uma simples manobra ou artifício mas logo perdi essa ideia. A 'cena dos anos 60' faz sentido e, em pleno período de crise, o que pode ser melhor do que recordar o 'sonho americano'?

Mad Men retrata a vida numa empresa de publicidade na infame Madison Avenue (daí o nome) de Nova Iorque. A série contém diversos pormenores sócio-culturais que caracterizam a época na perfeição: como o hábito do tabaco e a descrença de que fumar mata, a desigualdade para com as mulheres ou assuntos sensíveis ainda hoje como o aborto e o racismo. Esta série tem a vantagem de, tratando-se de uma agência publicitária, ter conseguido o patrocínio de diversas marcas reais facilitando a ligação com o expectador. Por se enquadrar numa época já algo distante, pode ainda entrelaçar a história com acontecimentos históricos como eleições ou guerras do passado, criando uma ilusão de realidade mais forte.

Sabe bem ver Mad Men e deixarmo-nos seduzir por todo o glamour dos anos 60.


METROPIA

Metropia tem um visual inovador difícil de explicar (vejam o trailer) e alguns nomes de peso (como Vincent Gallo e Juliette Lewis), no entanto, muito por culpa de uma história mastigada (e apressada) não passou de um filme mais-ou-menos.

A história do filme parece quase decalcada de 1984 - o mundo de Metropia é o típico mundo distópico e cinzento em que o personagem principal é alguém insignificante que descobre uma grande conspiração e acaba por lhe por termo. Apesar das muitas (e são mesmo muitas) semelhanças, não é desinteressante - tem até uma série de pormenores estimulantes - é apenas um daqueles filmes que, não sendo geniais, ocupam bem os 80 minutos da sua duração sem se tornar chato.

Não sei bem que tecnologias foram usadas para gerar esta estética única mas, apesar de ser um pouco estranha, esta acaba por tornar o filme interessante.


13bly

Tuesday, April 27, 2010

Caça aos Ruivos*

O novo vídeo de M.I.A. já anda por aí a provocar o caos. Realizado por Romain Gavras, o polémico e impressionante vídeo/curta-metragem de Born Free retrata uma força de autoridade que, ostentando a bandeira dos E.U.A., reúne e abate violentamente jovens ruivos.


Confesso que a música não faz propriamente o meu género, mas o vídeo é efectivamente poderoso.

13bly

*deverei ficar preocupado?

Monday, April 26, 2010

Série Ípsilon XV - Europa

Lars von Trier é um realizador excêntrico. Graças a Idioten (1994), pode ser considerado como o principal impulsionador da inclusão de cenas de sexo não simulado em filmes não pornográficos. Europa (1991) também não foi isento de polémicas pois, apesar da boa prestação do filme no Festival de Cannes desse ano (Melhor Contributo Artístico, Grande Prémio Técnico e Prémio do Júri), von Trier abandonou a sala com algum aparato ao saber que não venceu a Palma de Ouro.

Europa pode ser considerado como um filme da II Guerra Mundial (assunto muito frequente no cinema), no entanto a sua temática é pouco explorada. Lars von Trier optou por contar uma história pós-guerra tendo como fundo a reconstrução da Alemanha num ambiente de grande tensão graças aos "Lobisomens" - o último grupo de resistência Nazi.

O protagonista é um jovem descendente de alemães que veio ajudar a Alemanha na sua recuperação e arranja emprego na companhia de comboios Zentropa (nome que foi aliás adoptado pelo filme na sua versão americana). Como revisor de um vagão-cama luxuoso e apesar das suas boas intenções, Leonard Kessel vê-se manipulado por todos à sua volta e acaba por envolver-se em mais uma esquema dos Lobisomens para minar a libertação da Alemanha.

Tanto a nível estético como técnico o filme é uma obra prima. O visual de Europa é muito próprio e deve-se principalmente à misturas de cenas a preto e branco com cenas a cores (dois anos antes de Spielberg o fazer com A Lista de Schindler) aliada à utilização frequente de fundos projectados com os quais os personagens interagem.

A forma como o filme é narrado também é única. Trata-se de um narrador omnipresente que dirige os acontecimentos como uma sessão de terapia fazendo o paciente avançar no tempo na sua memória por hipnose.

No meio de todo o perfeccionismo técnico-visual de Lars von Trier, a história acaba por ser, para mim, um dos pontos menos fortes do filme. Apesar de tudo consegue assegurar momentos de tensão e emoção genuínos que, em conjunto com a estética única do filme, proporcionam uma experiência agradável.

13bly

Sunday, April 25, 2010

Saturday, April 24, 2010

Ruídos sónicos - Sonic Youth @ Coliseu do Porto

Os Sonic Youth são um dos maiores ícones da pop-culture, considerados como uma verdadeira instituição do rock. Na verdade, já não se fazem bandas assim, com este alcance e influência, e poucos são as que chegam aos (quase) 30 anos de carreira com este vigor e frescura. Ontem à noite, Kim Gordon, Lee Ranaldo, Thurston Moore, Steve Shelley e o ex-Pavement Mark Ibold chegaram, fizeram o que sabem fazer melhor, conquistaram o público e deixaram para trás um Coliseu lotado em êxtase.
Este concerto tinha o objectivo de promover o último álbum editado da banda. Assim, o espectáculo consistiu essencialmente na quase totalidade de The Eternal (só não tocaram a Thunderclap for Bobby Pyn) que, diga-se de passagem, foi muito bem transportado para o palco. A única faixa "extra-Eternal" do corpo principal do concerto foi (I Got A) Catholic Block, do quarto disco da banda - Sister (1987) .

O que é que isto significa em termos de concerto? The Eternal tem uma sonoridade mais directa e menos extravagante. O espectáculo foi portanto também um pouco mais contido sem sobrar tanto espaço para os improvisos ruidosos e tresloucados a que os Sonic Youth nos habituaram. Para ser sincero, essa ausência acabou por não se sentir, muito graças ao empenho e a energia com que todas as faixas foram interpretadas pelos cinco magníficos da noite. Desde as explosivas Sacred Trickster e Anti-Orgasm, passando pelas mais atmosféricas Antenna e Malibu Gas Station até culminar em crescendo com Massage the History (que tão bem encerrou a primeira parte do espectáculo), tudo transbordou energia e emoção.
SETLIST

No Way
Sacred Trickster
Calming the Snake
Anti-Orgasm
(I Got A) Catholic Block
Malibu Gas Station
What We Know
Antenna
Leaky Lifeboat
Stereo Sanctity
Walking Blue
Poison Arrow
Massage History
-----
The Sprawl
'Cross the Breeza
-----
Candle
Death Valley 69
A história dos dois encores foi já bem diferente. The Sprawl, 'Cross the Breeze e Candle fizeram as delícias aos fãs que aguardavam um cheirinho do aclamado Daydream Nation (1988) e conduziram o concerto ao (genial) encerramento definitivo do concerto com Death Valley 69, tirada de Bad Moon Rising (1985). Penso que falo pela grande maioria dos presentes quando digo que, apesar das duas horas de concerto, este soube a muito pouco.

Não há palavras que descrevam com precisão o que acontece ou o que se sente perante uma actuação deste calibre nem tão depressa conseguirei apagar da minha memória a imagem épica de Lee Ranaldo e Thurston Moore a cruzar as guitarras no ar como num duelo de titâs. Apenas me resta louvar novamente a impressionante boa forma física de todos membros da banda e afirmar convictamente que este foi e será um dos concertos do ano.

13bly

Friday, April 23, 2010

Amanhã falamos...

... hoje os planos são outros!
Os dois concertos que os Sonic Youth têm agendados para Portugal (o primeiro foi ontem em Lisboa) marcam o regresso dos mestres do ruído e distorção aos palcos nacionais. A última vez que o quase-lendário quinteto de Nova Iorque pisou palcos portugueses foi na edição de 2007 do Festival Paredes de Coura, então a apresentar Rather Ripped (2006). Agora trazem na bagagem The Eternal (2009), álbum que se espera ocupe a maior fatia do alinhamento do concerto deixando espaço apenas para algumas viagens ao passado.
A convite dos próprios Sonic Youth, as honras de abertura deste concerto que se prevê memorável cabem a Manuel Mota, guitarrista lisboeta que gosta de explorar as potencialidades da guitarra.

Amanhã falamos!

13bly

Tuesday, April 20, 2010

Série Ípsilon IX - El Cielo Gira

Um aviso para quem quiser ver este filme: não o façam se se sentirem ensonados.

El Cielo Gira
é uma espécie de documentário sobre o isolamento e desertificação de uma aldeia do Norte de Espanha. Com este filme - o seu primeiro - Mercedes Álvarez venceu uma série de prémios em diversos festivais 'menores'.
Este filme não conta uma história e apesar de ter algumas linhas de narração feitas pela própria realizadora estas não me pareceram muito relevantes. É simplesmente um retrato da vida numa das muitas aldeias perdidas em zonas rurais bem longe do litoral, talvez por isso mesmo - para transmitir o marasmo dessas aldeias - o filme seja tão parado e, digo mesmo, aborrecido.

Se calhar não tenho sensibilidade para este tipo de cinema, mas a verdade é que achei o filme extremamente entediante. Um documentário assim conta geralmente com uma narração coerente que, em conjunto com a imagem e os testemunhos dos habitantes mobiliza alguma empatia para toda a situação deste isolamento e abandono extremos. El Cielo Gira, no entanto, teve uma abordagem diferente e, dada a ligação pessoal que Mercedes Álvarez tinha com a aldeia, o documentário tornou-se algo mais íntimo o que nem sempre é mau mas, neste caso, o preço a pagar foi (para mim) demasiado grande o aquela (pouco mais de) hora e meia de filme foi verdadeiramente custosa.
O que achei curioso neste documentário foi o paralelismo que existe com a situação portuguesa e as (também muitas) aldeias em situação semelhante existentes no interior de Portugal. Recorde-se aliás o belíssimo trabalho de Jorge Pelicano* em Ainda Há Pastores? ou até no mais recente e muito falado Pare, Escute e Olhe (que ainda não tive o prazer de ver) que retratam também o isolamento da vida rural no "Portugal profundo".

Já que se fala em locais abandonados e em documentarismo português, aproveito para fazer uma breve referência a Ruínas de Manuel Mozos - um retrato algo poético de diversos espaços esquecidos pelo tempo.

13bly

*Jorge Pelicano será em breve entrevistado pelo também realizador e apaixonado por cinema, Helder Magalhães.

Monday, April 19, 2010

Se Deus tivesse um mp3... [16]

... de certeza que esta música estaria lá!

He's related to you, he's related to you
He's related to you, he's nude as the news

Nude as the news, nude as the news, nude as the news
All over, all over, all over, all over, all over, all over, all over you

Nude as the news - Cat Power
13bly

Sunday, April 18, 2010

Os Pilares da Terra

Os Pilares da Terra é um romance histórico de Ken Follet, publicado em 1989, acerca da construção de uma catedral. Esta história épica está dividida em dois espessos volumes e, apesar de se alastrar a França e a Espanha, grande parte da sua acção decorre em Inglaterra, mais especificamente na cidade de Kingsbridge (onde será erigida a nova catedral).
A história ficcional de Os Pilares da Terra está intimamente ligada com diversos acontecimentos reais que marcaram a História da Inglaterra como a crise de sucessão do século XII aquando da morte do Rei Henry I, as consequentes décadas de guerra civil ou o assassinato de Thomas Becket.
Ken Follet conta esta longa história através de um leque alargado de personagens que, alternadamente vão narrando os acontecimentos na sua perspectiva. Os vários personagens pertencem a classes sociais diferentes e portanto foi possível caracterizar a sociedade da época. A corrupção do alto clero, a ambição desmedida da nobreza, as dificuldades do povo tudo isso se encontra retratado neste livro.
A construção da catedral de Kingsbridge é o tema central de Os Pilares da Terra e, como é fácil de compreender, a construção de uma catedral é um processo moroso, principalmente naquela época. Muitos serão sido aqueles que, tendo presenciando o início de uma construção desta envergadura não viveram tempo suficiente para ver a sua conclusão.

Os Pilares da Terra
é uma longa história - vemos literalmente os personagens a crescer ou a envelhecer. Neste curto comentário não portanto vou entrar nos muitos pormenores da história precisamente porque acontece muita coisa. Desde o conde William Hamleigh e o bispo Waleran Bigod (os vilões da história), ao benevolente Prior Philip passando pela jovem Aliena e pelo seu irmão Richard ou por toda a família de Tom Pedreiro e, depois, de Jack Pedreiro (filho adoptivo de Tom)... todos passam por muita coisa e nenhum deles será igual nesta história que atravessa décadas e gerações.
A história da construção da catedral ficcional de Kingsbridge é uma história épica recheada de personagens marcantes e cheia de percalços e obstáculos que, com mais ou menos dificuldades, vão sendo ultrapassados. Ken Follet fez um trabalho excepcional a contar essa história e o sucesso mundial de Os Pilares da Terra prova isso mesmo.

13bly

Saturday, April 17, 2010

Thursday, April 15, 2010

9º "Os fins justificam os meios"

fins
s.m.pl.
Escopo, desígnio, alvo.

meios
s.m.pl.
Bens, fortuna, recursos, haveres.
Arte com meios não tradicionais.

#9 PAPEL



Outros meios:

  • #9 PAPEL (3)



  • 13bly

    Wednesday, April 14, 2010

    Série Ípsilon X - 2 Days in Paris

    Já que a lógica sequencial desta rubrica foi ao ar no post anterior, a partir de agora e até conseguir acompanhar o ritmo dos lançamentos, a ordem vai ser praticamente aleatória. Isto no fundo é apenas para justificar o facto de ter visto 2 Days in Paris antes de Tess (de Roman Polanski) e de El Cielo Gira (de Mercedes Álvarez).
    2 Days in Paris é uma espécie de comédia romântica protagonizada por Adam Goldberg e Julie Delpy. Esta última, para além desempenhar um dos papeis principais, assume mil-e-uma outras funções atrás da câmara (realização, edição, música, argumento e produção).

    Parece-me ainda relevante recordar que Julie Delpy foi a protagonista do aclamado Before Sunrise (1995) de Richard Linklater e, quase 10 anos depois, da sua sequela Before Sunset (2004) - também eles romances passados em Paris. Essa experiência terá com certeza inspirado e influenciado de alguma forma este seu filme.

    Passando então ao que realmente importa, é o seguinte: Jack e Marion são um casal apaixonado a aproveitar os seus últimos dias de férias antes de regressar a Nova Iorque. Decidem portanto ir passar dois dias a Paris e visitar a família e amigos de Marion resultando numa sequência infindável de situações desconfortáveis para Jack (que não falava francês).

    Não tenho assim muito a dizer sobre 2 Days in Paris. Não me encheu as medidas mas é um filme divertido. A partir de metade começa a tornar-se cansativo devido a um excesso de diálogos frequentemente cruzados (raio dos franceses que não se calam). Apesar disso, as falas e as situações em si conseguem manter-se engraçadas não sendo portanto necessário "fazer esforço" para levar o filme até ao fim. Aliás, seria injusto da minha parte não dizer que 2 Days in Paris é agradável e que tem várias cenas que achei até interessantes, simplesmente não me pareceu estar ao nível dos filmes que já vi desta colecção.

    13bly

    Tuesday, April 13, 2010

    (X por Y)^18 + (X por Y)^19

    Edição Dupla:

    ESPECIAL MESTRES DO SUSPENSE


    X=Filmes de Hitchcock ; Y= Laz Marquez


    X=Livros de Stephen King ; Y= Laz Marquez
    13bly

    Sunday, April 11, 2010

    "From the creators of The Wire!"

    O título deste post deveria, por si só, criar entusiasmo em qualquer pessoa que tenha visto a referida série (apenas posso censurar quem não a viu). Depois do tremendo sucesso de The Wire e da mini-série Generation Kill, David Simon volta ao pequeno ecrã com Treme - um drama sobre a vida em Nova Orleães três meses após a devastação do Furacão Katrina.
    Treme adopta o seu nome (algo estranho) de um dos bairros tradicionais de Nova Orleães que deverá servir de pano de fundo para grande parte desta série.

    Nova Orleães sempre teve uma dinâmica sócio-cultural muito própria e o Katrina repercutiu-se também nesse sector. Espero que David Simon consiga retratar o ambiente fascinante da cidade-berço do jazz com o mesmo realismo e impacto com que caracterizou a vida nas ruas de Baltimore - o primeiro episódio foi um bom indicador.

    A série estreou ontem nos EUA com um excelente episódio-piloto de 80 minutos. Treme promete ser um exemplo brilhante daquilo a que David Simon já nos habituou, histórias complexas de relacionamentos humanos e institucionais, no entanto uma história deste tipo demora tempo a ser montada. É importante que os personagens sejam credíveis e que se estabeleça uma relação com o espectador. É por isso que, para alguns, o primeiro episódio de Treme será um pouco "lento" - o mesmo aconteceu com The Wire - mas, 'conhecendo' David Simon, e apesar de Treme ser drasticamente diferente de The Wire, as coisas deverão ganhar outro ritmo dentro de um ou dois episódios.



    Se há coisa fascinante em Nova Orleães é a sua música, aliás, quase se poderá dizer que Nova Orleães é a música. Esta terá portanto um papel vital na história. Quase todos os personagens têm alguma relação com a música e o primeiro episódio está recheado de música deliciosa tanto a tocar ao fundo como em grande plano. Prevê-se que o mesmo aconteça com os seguintes e, na verdade, uma história sobre Nova Orleães não poderia ser contada de outra forma.

    13bly

    P.S. - Ainda sobre os efeitos do Katrina em Nova Orleães, aconselho o interessante documentário "No Cross, No Crown" sobre o impacto que o furacão teve na cena musical da cidade e sobre a importância que a mesma teve e ainda tem na reconstrução da cidade.

    mixtape número vinte

    8 músicas do meu mp3

    13bly

    Saturday, April 10, 2010

    Fusos horários

    Muito falados nos dias que correm, os Black Bombaim são uma das bandas do momento no panorama musical português. Vêm de Barcelos e praticam aquilo que muitos classificam de stoner-rock ou rock psicadélico e estiveram ontem no Passos Manuel a apresentar o seu mais recente trabalho - Saturdays and Space Travels. Infelizmente, sobre o concerto em si, nada posso dizer... mas já lá vamos.

    Antes de começar a "descascar forte e feio" queria agradecer ao blog vai uma gasosa? que, com o apoio da Lover & Lollypops, lançou um passatempo que me permitiu ganhar um bilhete para o referido concerto dos Black Bombaim e o respectivo EP homónimo.
    Então e porque é que não posso falar do concerto? Muito simplesmente porque me fartei de esperar pelo seu começo. Como se pode comprovar pela imagem promocional, o espectáculo estava agendado para as 22h, no entanto, já eram quase 23h30 quando a minha paciência esgotou e me vim embora.
    Não sei se a culpa é da Lovers & Lollypops, do Passos Manuel ou das bandas mas, seja ela de quem for, um atraso desta ordem de grandeza é, para mim, inaceitável até num concerto de rock.

    Não peço obviamente o mesmo rigor a que assisti ontem na porta ao lado quando diversas pessoas chegaram ao Coliseu em cima da hora com bilhetes na mão e já não lhes foi permitida a entrada... Apesar de tudo, um atraso de quase uma 1h30 (talvez mais, não sei) parece-me francamente exagerado. Atrasos de cerca de meia hora são toleráveis, mas considero qualquer coisa acima disso como falta de respeito pelo público, seja qual for o espectáculo.

    Compreendo que, ao organizar qualquer espectáculo, surgem imprevistos mas esses podem ser comunicados ao público prevenindo-o para potenciais atrasos. O que aconteceu ontem pareceu-me, no entanto, um pouco mais grave. O concerto, como já disse, estava agendado para as 22h, mas o espaço do Passos Manuel só abriu às 22h30, a bilheteira/loja de merchandising só foi aberta às 23h e, quando me vim embora, perto das 23h30, ainda não tinham aberto a sala de espectáculos. Efectivamente não parecia haver grande vontade de cumprir o horário anunciado...

    Outra questão que me chateia um bocado é a incoerência que por vezes surge entre os horários anunciados e os "efectivos". Vejamos o que aconteceu neste caso: o poster do concerto e a página do Passos Manuel, que servem para promover o espectáculo, dizem que o mesmo começa às 22h mas os bilhetes já dizem 22h30 (mesmo considerando esta hora o atraso é exagerado).

    Da última vez que me aconteceu uma incoerência deste tipo perdi cerca de 15 minutos de concerto e uma das minhas músicas favoritas (dessa vez foi mais grave porque o espectáculo estava previsto para mais tarde). Será assim tão difícil garantir que o horário anunciado é o mesmo que vem impresso nos bilhetes? Não me parece...

    13bly

    Friday, April 9, 2010

    Série Ípsilon XII - The Last Days

    Por motivos especiais saltei à frente quatro filmes nesta série e vi The Last Days, um documentário de 1998 sobre os horrores do holocausto e dos campos de concentração da II Guerra Mundial. Esta produção foi apoiada por Steven Spielberg e pela Shoah Foundation (que ele próprio havia fundado anos antes quando concluiu o aclamado Schindler's List) e acabou por vencer o Oscar de Melhor Documentário nesse ano.
    Qualquer documentário beneficia fortemente quando a história pode ser contada na primeira pessoa. The Last Days é um desses casos pois conta com o testemunho de cinco sobreviventes que, a muito custo, relatam os terríveis eventos pelos quais passaram na década de 40. Esses sobreviventes são ainda levados a revisitar as suas terras natais e os vários locais para onde os nazis os levaram incluindo o infame campo de concentração de Auschwitz.
    Todos os relatos são emocionantes sem chegarem a ser lamechas - são sentidos. Mas o mais inspirador é que, apesar de alguns acessos pontuais de lágrimas, qualquer dos sobreviventes narra a sua história com uma clareza e precisão impressionantes.

    O destaque vai obviamente para os cinco sobreviventes, mas The Last Days conta ainda com a participação de alguns soldados americanos que pertenceram ao destacamento que libertou o campo de Dachau, um soldado nazi encarregue de recolher os corpos das câmaras de gás em Auschwitz e um médico que trabalhou nesse mesmo campo a fazer experiências com as mulheres. Estes trazem testemunhos que são também intensos e carregados de emoção vindo, quase sempre, confirmar o que os sobreviventes já tinham dito.

    O Holocausto é uma "história" que, melhor ou pior, já todos conhecemos mas, quando é contada por alguém que viveu realmente a situação, todo o sentimento de revolta parece aguçar-se. Para além disso, o documentário é acompanhado por imagens de arquivo que vão ilustrando o que os sobreviventes contam. Muitas das imagens são, como seria de esperar, chocantes.
    Talvez seja essa a única forma de contar uma história tão horrível e no fundo é isso mesmo que The Last Days faz - conta uma história na primeira pessoa de forma emocionante e emocionada. Quando assim é, tudo parece bater com mais força. É, sem dúvida, um excelente documentário.


    13bly

    Thursday, April 8, 2010

    Wednesday, April 7, 2010

    Se Deus tivesse um mp3... [15]

    ... de certeza que esta música estaria lá!


    Sing yr child lights
    Lights are gold
    Sing yr child life
    Wildflower soul
    13bly