Wednesday, June 30, 2010

Se Deus tivesse um mp3... [18]

... de certeza que esta música estaria lá!



Under blue moon I saw you
So soon you'll take me
Up in your arms
Too late to beg you or cancel it
Though I know it must be the killing time
Unwillingly mine
In starlit nights I saw you
So cruelly you kissed me
Your lips a magic world
Your sky all hung with jewels
The killing moon
Will come too soon
 
Fate
Up against your will
Through the thick and thin
He will wait until
You give yourself to him
 
Echo & the Bunnymen - The Killing Moon


É favor de também ir ouvir a versão acústica em mais uma maravilhosa sessão da Blogothéque.

13bly

Tuesday, June 29, 2010

A brisa exótica das ilhas Galápagos

As Galápagos, como devem saber, são um conjunto de ilhas situadas sobre a linha equatorial. São famosas pelas suas tartarugas e clima tropical. Terá sido essencialmente este último factor o principal motivo por trás do baptismo do tão aguardado longa duração dos Madame Godard. Depois do lançamento do EP Aurora - um dos melhores frutos colhidos da iniciativa Optimus Discos - chega enfim às prateleiras, com todo o exotismo e tropicalidade que o nome lhe impõe, Galapagos.

 
Love is Poker, Femme Fatale e Hardly Alone foram repescadas (e bem) do EP, mas nem por isso Galapagos está isento de surpresas. Dessas, a maior é claramente Spanish Bombs, uma cover inesperada dos lendários The Clash. Apesar deste destaque, seria injusto da minha parte não referir  melodias como por exemplo Sa(d)fari e Au Revoir Tristesse ou a divertida Atlas 1977 que, longe de ser a minha favorita me põe com um sorriso nos lábios.

Quem tiver curioso pode ouvir o álbum na íntegra aqui.

Como se não bastasse o disco soar tão bem, veja-se a elegância do artwork.

Mesmo não sendo uma comparação ideal ou sequer justa, ao ouvir Madame Godard, não consigo deixar pensar nos saudosos Belle Chase Hotel e nas suas sonoridades frescas com influências variadas. Nesse sentido, e sem querer de forma alguma reduzir o seu trabalho, os Madame Godard são semelhantes - refrescam-se com água de coco brasileira e perdem-se em soirées parisienses, criam uma pop luminosa e quente, com a quantidade certa de exotismo e familiaridade que faz com que tudo soe bem.
É a banda sonora perfeita para o Verão que já aí está.

Love is Poker
13bly

Sunday, June 27, 2010

Friday, June 25, 2010

5,08 centímetros à direita

Violência, vandalismo e delinquência são palavras que, cada vez mais, fazem parte do vocabulário dos dias de hoje. É raro o dia em que não se vêm notícias de criminalidade sem sentido. Mat Lloyd sentiu isso na pele e, após ter sido vítima de um assalto violento escreveu "2 Inches to the Right". Matt Frodsham ilustrou o brilhante poema e criou uma belíssima peça de animação.

Poema: Mat Lloyd ; Animação: Matt Frodsham 

13bly

Wednesday, June 23, 2010

(X por Y)^21 | Para tempos de crise


Abaixo pode ver-se uma excelente recriação de um dos famosos discursos de Howard Beale no filme Network (1976)  utilizando, de forma dinâmica, as próprias palavras de revolta que o pivot veterano debitou em directo. O filme é de 1976, mas a verdade é que parece passar-se nos dias de hoje - Howard Beale é um profeta para os nossos tempos.

X= Discurso de Network;Y= As próprias palavras;

Para quem não conhece, Network (1976) é um grande filme! Trata-se de uma sátira de cortar a respiração. O filme dispara em tantas direcções que é difícil não nos envolvermos e reconhecer, nas suas críticas, algo de nós próprios. O mais interessante é que, mais de 30 anos depois, Network é hoje mais actual e relevante do que nunca - a influência e exploração dos média, a importância das audiências sobre tudo o resto, a alienação do povo em tempos de crise...

As representações e o argumento são magistrais e a Academia parece concordar pois, no seu ano, Network arrecadou os Oscars de Melhor Actor e Actriz Principais, Melhor Actriz Secundária e Melhor Argumento Original. Os discursos de Howard Beale (personagem principal brilhantemente desempenhada por Peter Finch) tornaram-se lendários e são frequentemente referenciados em diversos outros filmes, documentários ou diversos programas de televisão. Há poucos filmes assim! 

13bly

Tuesday, June 22, 2010

Discos do Baú nº5

Fausto Bordalo Dias - também conhecido simplesmente por Fausto - é um dos nomes mais influentes da história da música portuguesa. Lançou o seu primeiro disco (homónimo) em 1970 e nestes já 40 anos de carreira construiu uma discografia sólida e consolidou uma posição de destaque de entre os mais ilustres músicos de Portugal.

Fruto do ambiente político que se vivia na época (tanto no período pré 25 de Abril como nos instáveis anos que lhe sucederam), Fausto infundia as suas canções com grande conotação política fazendo essencialmente canções de intervenção. Aos poucos, no entanto, a sua música foi ficando esteticamente mais cuidada e plantou dessa forma a semente daquilo que viria a ser conhecido como Música Popular Portuguesa. Essa semente germinou, desenvolveu-se e, com Por Este Rio Acima (1982), floresceu.

POR ESTE RIO ACIMA
Fausto (1982)
Género - Tradicional portuguesa
Editora - CBS
Duração - 76:29
Faixas - 9+7
  1. É o mar que nos chama (2:45)
  2. O barco vai de saída (3:47)
  3. Porque não me vês (5:13)
  4. A guerra é a guerra (4:27)
  5. De um miserável naufrágio que passámos (3:05)
  6. Como um sonho acordado (6:05)
  7. A ilha (4:42)
  8. A voar por cima das águas (3:56)
  9. Olha o fado (3:56)
  1. Por este rio acima (4:58)
  2. O cortejo dos penitentes (6:21)
  3. O romance de Diogo Soares (5:34)
  4. Navegar, navegar! (4:08)
  5. O que a vida me deu (3:40)
  6. Lembra-me um sonho lindo (6:28)
  7. Quando às vezes ponho diante dos olhos (7:37)

Por Este Rio Acima teve (e tem) tamanha importância no desenvolvimento da música portuguesa que quase seria pertinente questionarmo-nos sobre o que teria sido dela sem ele. Essa questão é apenas uma forma engraçada de reforçar o impacto deste álbum pois, obviamente, qualquer resposta efectiva a essa pergunta seria meramente especulativa e um simples exercício de pura adivinhação e, portanto, uma perda de tempo

Este disco é uma longa viagem, uma grande epopeia marítima de Portugal ao Oriente - digo marítima porque  ao contrário do que o nome do álbum poderá indicar, quase todas as  faixas do disco incluem alguma referência ao mar. Assim, a cada faixa e cada referência a viagens, mar, navios e marinheiros Fausto evoca o período dos Descobrimentos lembrando, julgava eu, Os Lusíadas. Ao pesquisar um pouco sobre o álbum, apercebo-me que Por Este Rio Acima efectivamente foi inspirado num grande épico literário mas contrariamente ao que pensava, esse não foi o ex-libris de Camões. Ao que parece Fausto inspirou o seu trabalho na Peregrinação de Fernão Mendes Pinto que, por circunstâncias várias, acabou por ser tornar num a obra um pouco negligenciada em detrimento d'Os Lusíadas.

Apesar de narrar viagens a terras longínquas, Por Este Rio Acima está bem enraizado na tradição portuguesa, raízes essas que vão mais fundo do que a temática. Pautado por cavaquinhos, guitarras portuguesas, adufes, coros e outros instrumentos tradicionais, o folclore tem neste disco uma presença muito forte transportando para os nossos ouvidos ecos bem definidos do Portugal rural.
"De um miserável naufrágio que passámos" ou "A voar por cima das águas" lembram ranchos e arraiais enquanto que com "Olha o fado" - cujo nome não é deixado ao acaso - se respira um agradável cheirinho a fado.
Ao longo dos dois discos que compõem o álbum encontram-se temas aparentemente festivos e que ficam no ouvido como "A guerra é a guerra" e "Navegar, navegar!" e também baladas introspectivas e carregadas de saudade, aquele sentimento tão português, como "Como um sonho acordado" e "Lembra-me um sonho lindo". Por Este Rio Acima é um álbum completo, quase perfeito a meu ver (ou talvez deva dizer ouvir).

Fausto é um dos grandes nomes da música portuguesa que surgiram de certa forma no contexto político do regime Salazarista. Nessa época desenvolveu-se uma espécie de 'geração de ouro' inspirada por Zeca Afonso. Desses, importa destacar Sérgio Godinho e José Mário Branco com quem Fausto trabalhou por exemplo na gravação do último trabalho de Zeca Afonso quando a doença não lhe permitiu conclui-lo sozinho e com quem partilhou recentemente o palco com o projecto 3 Cantos.

Muita coisa se pode dizer sobre Fausto e Por Este Rio Acima mas uma coisa é unânime - a sua enorme importância para a música portuguesa. É difícil imaginá-la sem a influência deste disco.

13bly

Monday, June 21, 2010

Ooo! Born with the blues...

... and I'll never get out of these blues alive!

Quem sabe, sabe e o resto é conversa!

13bly

Sunday, June 20, 2010

Saturday, June 19, 2010

Ficção ao cubo


A minha admiração pela HBO (e, principalmente pelas suas obras de ficção) deverá ser já do conhecimento dos leitores deste blog - ainda assim, nunca será demais reforçar esse sentimento. Hoje, no entanto, o que me leva a escrever sobre este canal de televisão não é uma série, mini-série ou telefilme. É ainda uma obra de ficção audiovisual, mas com um formato diferente - uma experiência interactiva. Dois anos depois da brilhante campanha HBO Voyeur, surge HBO Imagine.

IT'S MORE THAN YOU IMAGINED
IT'S

HBO Imagine é uma campanha lançada em 2009, mas só hoje a 'descobri'. Trata-se de uma espécie de uma espécie de teia de curtos vídeos que, ligados, permitem decifrar uma história de maiores dimensões. Até aqui nada de muito inovador mas a parte engraçada vem a seguir - alguns destes 'excertos' são filmados de 4 ângulos distintos (chamam-lhe 'o cubo') e cada um deles é relevante para a compreensão da história podendo inclusivamente modificar o sentido das cenas.
The HBO Cube embraces the spirit of HBO telling deeper more engaging stories in inovative ways, demonstrating that a single change in perspective changes everything. The HBO Cube shows four sides of a single story simultaneously. Only when you've seen all four sides of the story you will begin to see the bigger picture.
A HBO não se acomoda ao seu estatuto e continua a procurar novas formas de contar histórias e de envolver os seus espectadores nas mesmas. É este o tipo de atitude que os leva cada vez mais longe e cimenta a sua posição de destaque no que toca à ficção televisiva.

13bly

Friday, June 18, 2010

(Des)intermitências da morte

"Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é só um dia mais."
 
José Saramago 
16/11/1922 - 18/06/2010
13bly

Thursday, June 17, 2010

Não percam o próximo episódio...

... porque eu também não!

 

Já aqui falei nisto mas, a certa altura, Beck lembrou-se que seria boa ideia convidar amigos seus e fazer longas sessões de gravação para  tentar, num dia, recriar álbuns marcantes da história da música. Nasceu assim o Record Club e desde Agosto de 2009,  Beck e os seus muchachos ainda não pararam de trabalhar. O impressionante rol de convidados inclui nomes como St. Vincent, Leslie Feist, a malta dos MGMT, dos Liars e dos Wilco, assim como Devendra Banhart ou Jamie Lidell.

Record Club is an informal meeting of various musicians to record an album in a day. The album chosen to be reinterpreted is used as a framework. Nothing is rehearsed or arranged ahead of time. A track is put up here once a week. The songs are rough renditions, often first takes that document what happened over the course of a day as opposed to a polished rendering. There is no intention to 'add to' the original work or attempt to recreate the power of the original recording. Only to play music and document what happens.
Se com os primeiros trabalhos (Velvet Underground e Leonard Cohen) ficou no ar a dúvida sobre a relevância deste projecto (para além da experiência interessante), com as sessões mais recentes (Skip Spence e INXS) o Record Club provou que tem pernas para andar. Algumas das músicas são verdadeiras pérolas. O mérito deste Record Club é ainda maior se tivermos em conta que as sessões de gravação duraram apenas um dia e que  é quase tudo de improviso visto que os músicos não se reuniram antes para trabalhar em arranjos ou definir o rumo das covers,


As grandes questões neste momento são, quem será a 'próxima vítima' e quem serão os 'cúmplices'. Se para a primeira pergunta ainda não há resposta, em relação à segunda há quem diga que Tortoise e Thurston Moore foram vistos no estúdio de Beck no fim de semana passado - a coisa promete!

13bly

Wednesday, June 16, 2010

XIX Fotograma

fotograma

s. m.,
cada imagem fotográfica de um filme;

EVANGELION: 2.22 
You Can (Not) Advance
13bly

Monday, June 14, 2010

Sunday, June 13, 2010

E o último a sair fecha a porta.

Já está mais que na hora de deitar finalmente as mãos a esta espécie de documentário de Banksy. Exit Through the Gift Shop aparenta possuir o mesmo grau de sátira e ironia a que Banksy já nos habituou mas em formato de filme. A não perder!
 

Como não estou a prever que Exit Through the Gift Shop estreie 'num cinema perto de mim' (ou até nalgum cinema em Portugal, mesmo que longe), não tenho outro remédio senão contar com a ajuda de algum indivíduo com olho de vidro e perna de pau. É, literalmente, esperar para ver.


13bly

Friday, June 11, 2010

(X por Y)^20


X= Romances Clássicos;Y= Terror/ficção científica;

A Quirk Classic é uma nova editora que está a acrescentar alguns novos condimentos a clássicos de literatura. As primeiras vítimas foram Jane Austen e Leo Tolstoi. A Orgulho e Preconceito acrescentaram zombies e a nova versão de Sensibilidade e Bom Senso envolve monstros marinhos. Por sua vez Anna Karenina possui agora elementos de ficção científica. Resta perguntar quais serão os próximos alvos?

13bly

Thursday, June 10, 2010

"O governo, mesmo quando perfeito, não passa de um mal necessário...

... quando imperfeito, é um mal insuportável."*

Os últimos romances que li foram A Clockwork Orange (1962) de Anthony Burgess e Brave New World (1932) de Aldous Huxley, dois clássicos de literatura moderna de dois grandes visionários. À semelhança do que senti quando li mil novecentos e oitenta e quatro (de George Orwell), o mundo retratado nestas obras consegue parecer muito distante do nosso e ainda assim retrata-lo quase na perfeição. Estes são três brilhantes exemplos de universos ditos distópicos - mundos fictícios que se aproximam da realidade em que a sociedade é oprimidas por algum governo totalitário.
A Clockwork Orange e Brave New World (e 1984) são obras muito distintas tanto a nível de estilo e narrativo, como das questões abordadas. Apesar disso, há pelo menos uma coisa que Huxley e Burgess (e Orwell) têm em comum - são assertivos nas suas críticas à sociedade e cada um levanta questões pertinentes nas mais variadas áreas (desde a justiça e política à ciência e tecnologia passando pela essência do ser humano e por diversas questões éticas e morais).

Apesar de cada um destes romances ter sido escrito em períodos temporais completamente diferentes (e até provavelmente inspirados uns nos outros), a actualidade das questões neles levantadas e a exactidão com que alguns comportamentos humanos são retratados é impressionante. São coisas assim que distinguem as obras verdadeiramente notáveis das outras.
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Aproveito este post para fazer uma breve referência a 2081. Oportunamente, acabei há minutos de ver esta excelente curta metragem (cerca de 25 minutos) de 2009 e faz todo o sentido incluí-la aqui. Basta ver o trailer acima para perceber porque digo isto.
2081
é baseado em Harrison Bergeron, uma short story de Kurt Vonnegut - um autor da mesma estirpe que os referidos acima mas que ainda não tive o prazer de ler apesar de a sua obra de referência - Slaughterhouse-five - estar em posição de destaque na minha lista de "futuras leituras".

Vale bem a pena dedicar algum tempo a cada uma das obras que acabei de referenciar e, no fim, parar uns minutos para pensar.

13bly


* Thomas Paine in Common Sense (1776)

Wednesday, June 9, 2010

Até os ossinhos batem palmas!!

O Público é amigo da cultura. Quanto a isso não devem restar dúvidas - ele é o suplemento ípsilon, as brilhantes colecções de DVDs , bandas desenhadas, colecções de literatura clássica etc. Ontem, o Público apoiou mais um lançamento de grande qualidade. Falo do DVD dos Dead Combo com imagens e som recolhidos em dois concertos que deram no ano passado no Jardim de Inverno do Teatro São Luiz acompanhados pela Royal Orquestra das Caveiras. Um lançamento a não perder não só para os fãs da banda mas para os melómanos em geral.


A quem não conhece os Dead Combo aconselho-os a passar algum tempo a na companhia da sua música. Com cheirinhos a western e condimentos latinos mas sem esquecer as suas raízes, esta dupla composta por Tó Trips e Pedro Gonçalves é responsável por alguma da melhor música criada neste pequeno jardim à beira mar plantado.

13bly

Tuesday, June 8, 2010

Pop cor-de-rosa (no bom sentido)

Quem anda atento às minhas mixtapes semanais terá notado, nas últimas duas, a presença de uma das minhas mais recentes descobertas musicais (mais uma das muitas dicas que vou pescando do Barulho Esquisito). Falo de Ariel Pink, um cavalheiro de nome algo bizarro que, com os Haunted Grafitti, trouxe à luz do dia Before Today.
Apesar de a sua discografia ser já consideravelmente extensa, este é o primeiro álbum 'a sério' de Ariel Pink. Editado com o apoio da 4AD (Pixies, Beirut, TV On The Radio...) e gravado num estúdio digno desse nome (até aqui Ariel fazia tudo no seu quarto), o lançamento deste álbum está agendado para hoje mas Before Today já circula pelo submundo da internet há uns tempinhos.
Tendo já ouvido o álbum com atenção (várias vezes até), posso dizer que este foi, até ao momento, um dos álbuns de 2010 que mais me agradaram. Acredito que Before Today tem tudo para marcar presença em inúmeras listas de 'melhores do ano' lá para Dezembro e penso que será uma injustiça se tal não acontecer.

Before Today respira pop por todos os poros e as músicas são donas de melodias viciantes mas difíceis de definir. É simultâneamente alegre e introvertido, ora invocando sonhos ou assombrações. Aliás, quando ouço este disco não sei bem que território estou a pisar, se pop despreocupada, se música de elevador, se uma reminiscência de correntes musicais do passado ou uma espécie de avant-garde melodioso... A verdade é que, apesar de não identificar o território, gosto imenso da paisagem e, no fundo, é isso que importa.


Deixo para escuta Round and Round, o primeiro single de Before Today e uma das maiores proezas deste álbum. Aconselho ainda a espreitar esta divertida versão improvisada de Round and Round e, claro, a ouvir o álbum em toda a sua extensão.

13bly

Monday, June 7, 2010

Thursday, June 3, 2010

Iguais mas tão diferentes

Para promover uma da suas televisões e demonstrar o potencial cinematográfico da mesma, a Philips contactou a Ridley Scott Associates e desafiou cinco realizadores emergentes a fazer cada um a sua curta metragem com total liberdade de estilo ou género mas com a restrição de utilizar APENAS as mesmas 6 linhas de diálogo. Assim, sob o lema "There are millions of ways to tell a story,. There's only one way to watch one.", nasceu Parallel Lines.

1. The Gift, por Carl Erik Rinsch - Em menos de 5 minutos Carl Erik Rinsch criou um mundo futurista de ficção científica - muito inspirado no universo de Half-Life (o videojogo) - e conta uma história entusiasmante. Este é aliás o filme curta com maior potencial de desenvolvimentos futuros e já despoletou uma pequena guerra pelos seus direitos. É considerada por muitos como o próximo Distrito 9 que, recorde-se, também nasceu de uma curta metragem.

2. El Secreto de Mateo, por Greg Fay - Esta é a curta mais emocionante e realista (apesar da aura de magia) das cinco. Greg Fay conta a história de uma pequena menina cega e de como o seu irmão cuida dela e lhe alimenta a fantasia. El Secreto de Mateo é a minha favorita.

3. DarkRoom, por Johnny Hardstaff - Uma história de espionagem num universo futurista e dotado de tecnologias muito avançadas. Visualmente excelente, nesta curta a história funciona quase como um complemento e portanto acaba por, na minha opinião, não funcionar tão bem.

4. Jun and the Hidden Skies, por Hi-Sim - A quarta das cinco curtas é uma aventura mágica apenas possível na imaginação das crianças. Apresentada numa animação 3D não muito impressionante esta foi talvez a curta metragem que menos impacto me causou.

5. The Hunt, por Jake Scott - Esta é a curta mais simples e directa tanto a nível de história como de visual. Dois amigos vão à caça mas coisas não correm como planeado e a situação inverte-se. Parece-me ser a curta que, dissociada das outras quatro, menos força tem para se sobreviver por si mesma.

13bly

Wednesday, June 2, 2010

Caribou - Um vício que é virtude

O novo álbum de Caribou já foi editado em Abril deste ano, mas ainda não consegui deixar de o ouvir. Swim é um vício desde o primeiro minuto mas, felizmente não irei a precisar de clínicas de desintoxicação ou de reuniões de Swimólicos Anónimos pois este é um vício sem quaisquer malefícios que tenho abraçado com todo o prazer.
Há quem diga, com muita razão, que Swim flui como água, o seu nome indicia isso mesmo e era essa a intenção de Daniel Snaith. Dificilmente alguém poderá dizer que o objectivo não foi brilhantemente alcançado.
A abertura de Swim é absolutamente arrasadora - uma Odessa bem orelhuda seguida pelo psicadelismo de Sun são suficientes para deixar qualquer um agarrado - mas o melhor é que, daí para a frente, o nível do disco não desce. Cada música de Swim é um misto equilibrado de descoberta/estranheza com uma sensação inesperada de conforto.
Umas vezes piscando o olho a ritmos dançáveis e contagiantes, outras mergulhando em psicadelismos meticulosamente trabalhados, Daniel Snaith construiu com Swim uma nova faceta da sua música. A evolução na música de Caribou tem, aliás, sido notável em todos os seus trabalhos. De The Milk of Human Kindness (2005) para Andorra (2007), o som ficou mais robusto e de Andorra (2007) para Swim (2010) a electrónica fica bem reforçada.

Depois de em 2008 ter assistido ao seu quase mágico concerto no after-hours de Paredes de Coura - então a apresentar Andorra (2007) - aguardo uma nova oportunidade de ver Daniel Snaith em palco e , desta vez ouvir como soa Swim ao vivo.
fotografias (dica de António Pedro Reis do Barulho Esquisito)
Caribou @ Casbah, San Diego (20/05/10)
Charles Taylor Bergquist
mais fotografias fantásticas aqui
13bly