Sunday, October 31, 2010

mixtape especial para dias chuvosos


A minha reacção a esta mixtape é também ela um bocadinho 'mixta'. Talvez por não estar muito familiarizado com os estilos musicais que estão por trás desta peça, há partes de que gosto muito e outras que me passam um bocado ao lado.

Louis Cox baseou-se muito na obra do DJ Shadow e portanto essencialmente em ritmos hip-hop. Nalgumas partes as batidas são mais agressivas (em geral são estas as partes que não gosto tanto) mas nas outras encontram-se muitas aproximações ao trip-hop e ao downtempo fazendo desta mixtape a banda sonora ideal para estes dias chuvosos e cinzentos.

1. DJ Shadow - Fixed Income
2. DJ Shadow - Building Steam with a Grain of Salt
3. UNKLE - Bloodstain
4. DJ Shadow - What Does You Soul Look Like (part 3)
5. DJ Shadow - In/Flux
6. DJ Shadow - Midnight in a Perfect World
7. DJ Shadow - Melody
8. UNKLE - If you Find the Earth Boring
9. Divine Styler - Divine Intervention
10. UNKLE - Guns Blazing (feat. Kool G Rap)
11. UNKLE - Lonely Soul (feat. Richard Ashcroft)
12. Portishead - Sour Times
13. DJ Shadow - Lost & Found
14. DJ Shadow - What Does You Soul Look Like (part 2)
15. DJ Shadow - Mutual Slump
16. DJ Shadow - Stem

A mixtape está disponível para download em mp3 aqui portanto saquem, ponham a tocar bem alto e sentem-se à janela a ver a chuva cair com uma chávena de chá bem quente na mão.

13bly

Saturday, October 30, 2010

Noite solarenga em dia de chuva - Madame Godard @ CCVF (29/10/10)


O mau tempo não impediu a minha deslocação ao Centro Cultural Vila Flor (a segunda num espaço de duas semanas) para ver os luminosos Madame Godard. Nem a mim nem a muitos outros pois, pela altura do início do espectáculo a sala de Café Concerto apresentava-se confortavelmente composta (embora um bocado longe da casa cheia referida por Juvenal Vieira - o vocalista).
Como se pode ler num post anterior, eu já estava mais do que rendido a Galapagos , o álbum de estreia da banda, mas agora rendi-me também à sua prestação em palco. Depois de pagar uns simbólicos €3 (!!!) por este concerto não resisti ao pack "disco + t-shirt por 10€" e adicionei-o à minha colecção. E que bonito que é!

O concerto começou um pouco morno com os Madame Godard, como bons jogadores de poker, a esconder o seu jogo para surpreender mais à frente. A verdade é que o público se revelou difícil de conquistar e, com excepção de um pequeno grupo que desbundou (e bem) durante todo o concerto, sentia-se na sala alguma aura de desinteresse apesar de todo o empenho da banda de Viana do Castelo.
Talvez o conceito de café concerto tenha sido levado demasiado à letra mas, independentemente dessa dificuldade, a banda não desarmou e deve ter-se sentido orgulhosa quando, mais para o final conseguiu contagiar a sala com a sua simpatia e boa disposição. O espaço (pelo menos a zona mais próxima do palco) acabou por se transformar numa grande festa onde toda a gente sorria e dançava. O entusiasmo final foi tanto que deu origem a dois encores (apesar de o segundo ter sido 'apenas' a repetição de Love is Poker).

Pelo palco desfilou quase todo o ainda curto repertório da banda e portanto tive o prazer de ouvir todas as minhas favoritas. Músicas como Queens of the Twilight (não incluída no álbum mas sim no EP da Aurora), Hardly Alone e, mesmo para o fim, Au Revoir Tristesse foram mel para os meus ouvidos. Também a magnífica versão do clássico dos Clash - Spanish Bombs soou logo depois de Hardly Alone e prolongou-se até uma não menos magnífica OK for KO, que por sua vez serviu para apresentar a banda numa espécie de interlúdio instrumental.
Como deve ter ficado claro na frase anterior, algumas das músicas, ao vivo, aparecem ligeiramente transfiguradas relativamente à sua versão de estúdio. Ora alongadas, ora ligeiramente mais rápidas estes pequenos pormenores tornam o concerto mais surpreendente e interessante para quem já conhece bem o reportório da banda. Para além disso é especialmente nessas partes instrumentais alongadas que se nota o enorme prazer com que os Madame Godard interpretam a sua música. Só esse facto valeria bem mais do que €3 pelo que abandonei ontem o CCVF extremamente satisfeito com o serão. Venham mais concertos assim.

13bly

Thursday, October 28, 2010

Vidas aceleradas


O que se passa neste mundo e na vida das pessoas? Dizes isto pode ser um cliché completo mas tem o seu quê de verdade - a maior parte das pessoas não vive, sobrevive. O ritmo do dia-a-dia muitas vezes não permite mais do que realizar tarefas básicas de subsistência e uma repetir rotinas de forma mecânica.

Não se apreciam as chamadas 'coisas boas da vida' (sejam elas pequenas ou maiores um bocado) e está-se numa constante corrida contra o tempo. Entre transportes públicos e filas de trânsito não sobra espaço para quase nada tamanho é o frenesim acelerado de casa-trabalho e trabalho-casa. As comparações com animais como ovelhas, formigas ou abelhas é também por si um lugar-comum mas um que se torna cada vez mais inevitável.

E porquê pegar neste assunto agora? Por isto:

Aloe Blacc protagonizou mais um fantástico Concert a emporter da Blogotheque. Com a sua banda interpretou algumas faixas do seu repertório e ainda uma de Bill Withers. Os locais são variados, desde o meio da rua até uma espécie de café e aos corredores do metro. Foi precisamente nestes últimos que fiquei um bocado incomodado com o que vi.

O metro é o meio de transporte por excelência para deslocações no interior de uma grande cidade. Os corredores das estações são portanto zonas de passagem para muita gente ocupada e cheia de compromissos inadiáveis.
Será esse o caso da grande maioria das pessoas? Será que a maior parte não tem três minutos para dispensar? Serão os compromissos dessas pessoas tão inflexível que não lhes permitam chegar 3 míseros minutos atrasados? Ou será que o stress já lhes está tão entranhado que nem pensam nessa possibilidade?

A verdade é que fiquei verdadeiramente (mal) impressionado com a quantidade de pessoas que, a passo apressado, nem sequer de relance olhou para Aloe Blacc ou para a sua banda. Ouvir esta brilhante interpretação de You Make Me Smile era coisinha para alegrar o dia a qualquer um mas, sem se parar um minuto, os dias continuarão cinzentos.

13bly

Wednesday, October 27, 2010

epipháneia

epifania
(grego epipháneia, -as, aparição, manifestação)
s. f.
1. Relig. Manifestação de Jesus aos gentios, nomeadamente aos Reis Magos.
2. Relig. Festa religiosa cristã que celebra essa manifestação. = dia de Reis
3. Qualquer representação artística dessa manifestação.
4. Relig. Aparecimento ou manifestação divina.
5. Apreensão, geralmente inesperada, do significado de algo.
Sabem quando estão a ouvir uma música, já a conhecem e até nem estão a prestar particular atenção mas como que por magia parece que se acende uma luz e a música em causa parece ganhar outra dimensão e soar (ainda mais) maravilhosamente bem? Eu chamo a esta sensação 'epifania' e, nos últimos tempos tem-me acontecido com bastante frequência.

Esta (que podia perfeitamente estar no mp3 de Deus) foi a última:



Estava eu a meio de uma tarde de trabalho quando, por puro acaso, o shuffle do meu mp3 me presenteia com Rock'n'Roll Suicide do grande David Bowie. Esta música incrível está incluída no aclamado álbum de 1972 - The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars, por sinal um dos meus favoritos (se não mesmo o favorito). Parei o que estava a fazer por uns minutos (a duração da música) e simplesmente desfrutei com um sorriso nos lábios. Verídico.
13bly

Monday, October 25, 2010

Ooooohoooooh I've been blessed! - Orelha Negra @ CCVF (23/10/10)

Abençoados sejam os Orelha Negra e a sua música com a qual eles nos abençoaram a nós.

Antes de falar do concerto propriamente dito tenho de fazer aqui um 'mea culpa'. Apesar de considerar a Orelha Negra um dos projectos musicais com mais mérito e qualidade no panorama nacional e do seu álbum (homónimo) ser um dos meus favoritos deste ano (não só a nível nacional), ainda não lhes tinha prestado aqui a devida homenagem.

Inicialmente não se sabia quem eram, a sua música falava por eles e, como que para reforçar isso mesmo as suas caras apareciam, ao bom estilo sleeveface escondidas por trás de algumas influencias deste projecto. Quando as máscaras caíram o mundo descobre que os Orelha Negra eram uma mescla de talentos de diferentes projectos musicais. Os cinco magníficos eram nem mais nem menos que Samuel Mira (mais conhecido como Sam, the Kid), DJ Cruzfader, Francisco Rebelo e João Gomes (ambos dos Cool Hipnoise) e ainda Fred (baterista, entre outros, dos Buraka Som Sistema).

A música da Orelha Negra, tal como a sua formação é uma espécie de 'melting-pot', ou fusão como será mais correcto dizer em bom português. Tem uma base forte nas batidas do hip-hop mas vai buscar as suas raízes ao funk e soul de outros tempos. Para apimentar um pouco as coisas juntam-se samples inesperadas tanto de música como de voz. Ao longo do disco ouve-se a voz de Júlio Isidro, Fernando Tordo e Henrique Mendes, há uma participação de Pac-Man (dos Da Weasel) e ouvem-se amostras de sucessos de motown . A mistura de elementos parece improvável, mas a verdade é que resulta tudo muito bem, não só em disco como também ao vivo.

Os Orelha Negra fizeram uma aposta arrojada mas saiu-lhes o jackpot. A eles e a nós.

A sala de Café Concerto do Centro Cultural Vila Flor em Guimarães estava bem composta sem estar a abarrotar o que demonstra um lento despertar do público para este grupo e para estas sonoridades. Os 5€ do bilhete eram convidativos e posso ainda dizer que, para mim, o concerto superou todas as minhas expectativas e valeu aquela notinha azulada até aos últimos cêntimos (e ainda mais alguns).

No palco, nenhum dos 5 elementos se destaca, cada um tem a sua função e juntos complementam-se. O concerto de Orelha Negra não é um espectáculo visual. Não há uma figura central e por isso também não há um foco de atenções para o público. Em qualquer situação isso poderia causar dificuldades ao espectáculo em si mas a vertente musical é tão forte que a presença de um 'front man' se torna supérflua.

Durante cerca de 1h20 os Orelha Negra percorreram quase todo do o álbum e ainda tiveram tempo para Blessed (que serviu de promoção ao disco mas não consta do mesmo) e até para algumas surpresas inesperadas. As músicas do disco, assim como Blessed, foram muito bem transportadas para o palco mas senti que nas tais 'músicas surpresa' (com as conhecidas 'The Power' dos Snap!, 'Can't Touch This' do MC Hammer ou 'Crazy In Love' da Beyoncé entre outras) a coisa não estava tão consolidada e, sem o concerto ficar fraco (muito longe disso mesmo) a atenção se dispersava um bocado.

Não houve grandes manifestações de exuberância por parte do público mas também não houve muito tempo para isso visto que as músicas engrenavam umas nas outras quase sem pausas, mas bastava olhar à volta para ver sorrisos e cabeças a abanar ao ritmo da música. Foi um concerto incrível de uma banda incrível a provar que muita gente está errada quando diz que em Portugal não se faz boa música.

13bly

Sunday, October 24, 2010

Saturday, October 23, 2010

Murnau e os La La La Ressonance (16/10/10)


Historicamente, Fausto foi um alquimista brilhante e a sua vida passou de boca em boca e deu acabou por se transformar numa lenda popular alemã. Essa lenda, por sua vez, despoletou a obra-prima de Goethe. O impacto desta peça de Goethe na cultura mundial é indescritível. Ele influenciou um sem número de escritores, poetas e artistas em geral (neste vasto leque de personalidades inclui-se, por exemplo, o 'nosso' Fernando Pessoa, Schumann e Wagner).
Em 1926 F.W. Murnau adaptou magistralmente Fausto à sétima arte criando um dos pontos altos do expressionismo alemão. Em 2010 os La La La Ressonance re-musicaram o filme e interpretaram essa nova banda sonora em tempo real enquanto o filme era projectado.

Já não é a primeira vez que sessões deste género acontecem na Casa das Artes de Famalicão. Se não estou em erro já por lá passaram outros dois clássicos do cinema fantástico (Frankenstein e Nosferatu - também este de Murnau) com banda sonora reinterpretada ao vivo mas, não sei bem porquê, não estive presente. Desta vez não podia deixar escapar.


Antes de mais importa dizer que fiquei verdadeiramente impressionado com os efeitos especiais do filme. Foi preciso muito engenho e ambição para, em 1926, contar esta história fantástica da maneira que foi contada. Faust está carregado de magia e apesar da sua idade, nas duas horas, de filme os efeitos especiais raramente desiludem. Sim notam-se imperfeições - não há milagres - mas ainda assim parece tudo muito mais genuíno do que a prostituição do CGI que se vê nos dias de hoje - desde os cavaleiros do Apocalipse, ao diabo a espalhar a peste sobre uma cidade (cena que viria a ser praticamente recriada no clássico da Disney - Fantasia), às inúmeras transformações de vários personagens, à viagem na capa voadora... tudo são cenas com um impacto visual incrível, que marcaram a história do cinema e que dificilmente se apagarão da minha memória.

Seria injusto da minha parte não referir - para além dos efeitos especiais e da história fantástica - o fantástico papel de Emil Jannings como Mephisto , o tentador Diabo que seduz Fausto com promessas de juventude eterna. Quase me atrevo a dizer que 'rouba' as atenções nas cenas em que participa, os seus gestos e expressões conferem ao personagem um carácter único e inesquecível e o mesmo pode ser dito do filme em geral.

Passando para a banda sonora que, no caso de filmes mudos, assume uma importância bem maior. Os La La La Ressonance são uma banda experimental difícil de definir e por isso mesmo são uma aposta interessante para projectos deste género. As músicas apresentam-se completamente transformadas e modernizadas, a fazer lembrar muitas vezes os crescendos de post-rock.

Devo confessar que houve partes em que a banda sonora não se moldava na totalidade ao que acontecia na tela, mas talvez isso acontecesse também na banda sonora original visto que é extremamente difícil musicar um filme na sua totalidade com exactidão fazendo coincidir os sons com as acções dos personagens. Apesar disso a banda sonora nunca se tornou inoportuna e em muitos outros momentos encaixava que nem uma luva nas diversas cenas.

Foi um trabalho louvável destes rapazes de Braga e de todos os que coordenaram (a Casa das Artes de Famalicão e o Cineclube de Joane) este projecto. Assistir a um filme com a banda sonora ao vivo é, no mínimo, uma experiência interessante e, sem qualquer sombra de dúvida, uma experiência a repetir sempre que possível.

13bly

Thursday, October 21, 2010

Improvável, ou talvez não


Hoje trago uma sugestão que, para quem me conhece ou para quem acompanha o 13bly, pode parecer um pouco deslocada. Talvez não pareça tão improvável assim quando, vistas bem as coisas, entre os meus álbuns favoritos do corrente ano se contam nomes como Orelha Negra e Aloe Blacc. Menos ainda se se tiver em conta que ultimamente tenho explorado um pouco do muito que o mundo do jazz tem para dar.

Ski Beatz é um nome que passa ao lado a muita gente. Eu incluía-me nesse grupo, mas depois de ouvir a música que está mais abaixo procurei informar-me um bocadinho. Ao que parece Ski Beatz não é um gajo qualquer, já produziu para Jay-Z e trabalhou com uma série de outros nomes de algum peso no 'submundo' do hip-hop. Depois de muito trabalho de bastidor a produzir álbuns, Ski Beatz lançou este ano o seu primeiro disco em nome próprio. Apesar disso não é para falar de 24 Hour Karate School (o nome do dito álbum) que estou aqui hoje.

A música que acabaram de ouvir (substituir 'acabaram de' por 'estão a' ou 'deviam estar a' de acordo com a situação) chama-se Blue and Green e é uma adaptação do original de Miles Davis de 1959. A dita faixa estará incluída num disco de remixes desse músico lendário que Ski Beatz deverá lançar em breve (infelizmente não encontrei datas concretas).

É sempre uma questão sensível pegar no espólio de um músico da dimensão de Miles Davis mas o povo costuma dizer 'pela aragem se vê quem vai na carruagem'.Fazendo fé na sabedoria popular e tomando esta faixa como amostra não temos com que nos preocupar.

13bly

Monday, October 18, 2010

Radio killed the radio star


Raramente ouço rádio. Admito que ainda haja programas bons(nomeadamente alguns de autor ou temáticos) mas, de uma forma geral já há muito que perdi a pachorra para 'esta rádio de hoje'. Como tenho leitor de CDs no carro é quase sempre essa a minha opção porque, para além de as rádios (generalistas) em geral raramente irem de encontro ao meu gosto (mas quanto a isso não há nada a fazer) enerva-me que quando se tem de fazer uma viagem um bocado mais longa se ouça a mesma música umas três vezes num espaço relativamente curto de tempo. É mesmo que se mude de frequência, as playlist são quase iguais (a menos que se escolha alguma estação temática).

Neste último mês, tenho ouvido rádio com mais frequência visto que lá no trabalho se põe sempre a rolar alguma estação generalista. A verdade é que tenho achado o que ouço praticamente insuportável e acabo quase sempre por me refugiar no meu fiel mp3. Não me quero armar em snob ou parecer arrogante - peço que vejam este post como um simples desabafo - mas tenho ficado chocado com o nível de estupidificação a que a música pop (que passa nas rádios) chegou. Eu sei que, em geral as pessoas não querem ouvir coisas complexas e que lhes exijam alguma atenção - até compreendo isso. Não estou aqui a reivindicar que as rádios (generalistas) que passem jazz, experimentalismo ou rock progressivo, mas há por aí tanta música pop bem construída, orelhuda e que não provoca urticária nos ouvidos... Não me vou pôr aqui a citar nomes mas este mês tenho ouvido músicas que mais parecem genéricos de desenhos animados dos anos 80-90, outras que são tão artificiais e fabricadas para o sucesso fácil que não têm sequer assunto e outras ainda que de utilizarem uma fórmula tão repetida e banal só dão sono.

Em geral não há nada minimamente surpreendente. Ouvir rádio não é excitante ou estimulante, é apenas um ruído de fundo para que, no trabalho ou no carro, não se ouça apenas o som repetitivo do motor ou do teclado.
É mesmo isto que o povo quer? É disto que gosta? Muitas vezes a campanha de promoção de uma música é tão agressiva que ela é praticamente enfiada à bruta na cabeça dos ouvintes que não têm outra escolha senão gostar dela. Eu até compreendo o sucesso das pimbalhadas à portuguesa (compreensão que - nunca é demais dizer - saiu reforçada depois de ver a reportagem Discos Pedidos), as pessoas identificam-se com elas, mas há coisas que realmente não me entram na cabeça. Estarei a ficar velho? Não acompanhei a evolução das massas? Algo que não sei explicar deve ter corrido muito mal... Enfim, haja paciência e o mp3 sempre por perto.

13bly

Sunday, October 17, 2010

Wednesday, October 13, 2010

"it's a giant and long cliché"

when i wake up

in the morning,

pour the coffee,



and i slowly,
and i read the paper,



and so softly,
i do the dishes.
i feed the fishes.

sing a birthday

sing me happy birthday
'cause hell, what's it all about?
Andrew Bird - The Happy Birthday Song
13/10/10

13bly

Monday, October 11, 2010

XXII Fotograma

fotograma
s. m.,
cada imagem fotográfica de um filme;

2001: A SPACE ODYSSEY
13bly

Sunday, October 10, 2010

Saturday, October 9, 2010

"Imagine all the people living life in peace!"


Talvez seja um bocado cliché citar a Imagine num post sobre John Lennon mas a verdade é que ambos são quase sinónimos. Imagine foi (e é) a sua música mais conhecida e é para mim aquela que melhor transmite a mensagem de paz que ele tanto se esforçou por espalhar. John Lennon é Imagine e Imagine é John Lennon, não é possível dissociar os dois pois são, na verdade, um só.

Há mil e uma versões de Imagine, desde a aclamada cover dos A Perfect Circle à qual eu, pessoalmente, não acho grande piada até à mais recente versão de Antony and the Johnsons que eu acho muito bem conseguida. Apesar das múltiplas interpretações existentes e possíveis só a original faz todo o sentido dado o seu contexto histórico, o percurso de vida de Lennon e o próprio sentimento da canção.


John Lennon faria hoje 70 anos (e não ontem ao contrário do que o Google anunciou) e o seu sonho, hoje mais do que há 30 anos, não passa de uma miragem e de palavras vagas proferidas por líderes mundiais em cimeiras megalómanas. Que melhor forma de celebrar o seu aniversário do que ouvir a música que, para mim, melhor o caracteriza e transmite a mensagem de paz e união que ele sempre defendeu?

13bly

P.S. - Vejam ainda este interessante vídeo de uma entrevista que Lennon deu a um fã de 14 anos e na qual fala de tudo um pouco - desde as regras da sociedade ao negócio da guerra - para explicar porque lhe tentam barrar a entrada nos EUA.

Friday, October 8, 2010

David Lynch no mundo da publicidade


David Lynch tem já uma longa história no mundo da publicidade. Fez de tudo um pouco, desde um simples reclame a testes de gravidez passando por um sem número de reclames mais complexos de perfumes (dos quais destaco o Gucci by Gucci) até chegar à indústria automóvel (não gosto do reclame do Nissan Micra mas a presença do simbolismo habitual de Lynch é inegável), das consolas de vídeo-jogos e do tabaco.

Abaixo estão os meus favoritos - os brilhantes e bizarros anúncios da Playstation 2 e dos cigarros Parisienne.


13bly

Wednesday, October 6, 2010

Era uma vez um embrião


A mudança brusca de sonoridade no último álbum dos Flaming Lips foi tudo menos consensual. Embryonic não foi amor à primeira audição, mas aos poucos acabei por me render aos novos tons obscuros que assombram uma banda que, pelo menos na fase mais recente da sua carreira, transbordava cor.
Uma blástula é - dizem os especialistas na matéria - o segundo estado de desenvolvimento do embrião dos animais - um nome adequado para o making of de um álbum chamado 'Embrionário'. Blastula leva-nos aos bastidores de Embryonic e expõe, em 21 minutos, o processo criativo por trás da sonoridade, do próprio conceito e das canções que constituem o álbum.
A Pitchfork fez o favor de disponibilizar o documentário (que pode ser visto mais abaixo) mas como ninguém dá nada a ninguém ele apenas estará no site durante uma semana. Felizmente descobri isto hoje e ainda fui a tempo mas penso que a semana deve estar prestes a acabar portanto apressem-se a ver enquanto ainda é tempo.

 
Será que os Flaming Lips ainda nos vão presentear com uma mórula ou gástrula (as fases que, respectivamente, antecedem e sucedem à blástula)? Não me parece, mas também não me importava nada.

13bly

Monday, October 4, 2010

(X por Y)^27


X= Sozinho em Casa;Y= I Am Legend
13bly

Sunday, October 3, 2010

Saturday, October 2, 2010

Música e televisão de mãos dadas


Year Zero (2007) é um álbum conceptual dos Nine Inch Nails. O álbum deu origem a um jogo de realidade alternativa cuja história envolveu os fãs da banda.
Trent Reznor, o líder incontestável da banda e grande responsável por Year Zero, sempre se referiu ao álbum como uma 'banda sonora para um filme que ainda não foi feito'. Durante o próximo ano vai poder deixar de o fazer pois a HBO - esse bastião de boa ficção televisiva - converter a obra musical de Reznor a uma mini-série de ficção científica.


A minha curiosidade está claramente aguçada e os motivos são muitos. Desde os elevados padrões de qualidade da HBO ao valor artístico de Reznor e a sua exigência com o produto final, passando pelo produtor - que será Lawrence Bender (companheiro de Tarantino em todos os seus filmes com excepção de Death Proof) - até Daniel Knauf, responsável por Carnivàle (uma série fantástica da HBO que, infelizmente foi cancelada na segunda temporada por ser demasiado cara), que irá escrever o argumento.

Como já disse no outro dia relativamente a Boardwalk Empire, esta série tem tudo para dar certo será, sem dúvida, imperdível.

13bly

Friday, October 1, 2010

Música para tempos de crise


Hoje é Dia Mundial da Música mas o mote das conversas é a crise e as novas medidas de austeridade. Misturando um pouco dos dois assuntos, dedico esta faixa aos desempregados, a todos os que vivem na incerteza e àqueles que vão apertar o cinto nos próximos tempos (ou seja, praticamente todos). Vale a pena prestar atenção à letra.

Well I need a dollar, a dollar, a dollar is what I need! (hey! hey!)
Said I need a dollar, a dollar, a dollar is what I need! (hey! hey!)
And I need a dollar, dollar, a dollar is what I need!
And if I share with you my story would you share your dollar with me?
Aloe Blacc - I Need A Dollar
13bly